ão: Eurodeputada grega Eva Kaili é presa após ser flagrada com sacolas de dinheiro vexas

Irineu Marinho (1876-1925) = (1904-2003) Roberto Marinho FODE JANEIRO SEGUNDA-FEIRA, 12 DE DEZEMBRO DE 2022 ANO XCVI!- 32634 » PREÇO DESTE EXEMPLARNOR-R$500

CAIXA APERTADO Lula busca modo

de derrubar sigilos sem ferir lei

Aequipe de transição prepara proposta para derrubar os sigilos de cem anos impostos pelo governo Bolsonaro, promessa de campanha de Lula, sem ferir a Lei Geral de Proteção de Dados. Em vez de um "revogaço”, será preciso analisar casoa caso, com critérios mais claros paradefinir informações sensíveis. piamas

Estados elevam impostos para compensar perda dereceita —— ——

Viver a vida aeconca rica Transição corre Após corte no ICMS da gasolina antes das eleições, longeda CopadoMundo para aprovar PEC

polícia moral praquê?

assembleias aprovam alta em tributos e novas taxas mz stcumpocxoemo esta semana

Areduçãono ICMS de combustíveiseser- este tributo no último trimestre, Para >>> —>—— Apósseencontrarcom Lula, osenador Marcelo viços essenciais aprovada em junho no compensar a receita menor, ao menos NOLI NATAL RNAK Castro (MDB-PI), relator do Orçamento de Congresso, em projeto endossado pelo cinco estados Sergipe, Piauí, Pará, Pa- 2023eumdosprincipais articuladores da”PEC governo Bolsonaro para forçar uma que- ranáeGoiás —aprovaramem suasassem- AMOU poem daTransição”, disse esperar a aprovação do tex- da no preço da gasolina às vésperas das. bleias legislativas uma majoração naali- políticaexterna bolsistas écalote tona Câmaraesta semana. Ele afirmou que a

Anova velha Calote em

eleições, provocou uma perda de 6,5% na. quota básica do ICMS e, em algunscasos, de Lula 3 na ciência folgano Orçamento a ser criada se destinará de

arrecadação dos governos estaduais com acriaçãodenovastaxas. riam Piana náamaro forma prioritária a Saúde e Educação. amar

O esquenta para o verão Após diplomação no TSE, mais ministros devem ser anunciados

casser oerara

Lula será diplomado hoje em cerimônia pa- ra300 convidados. Esta semana, deveanun- ciar titulares de Educação e Saúde. pácimas

Saúde mental terá mais atenção no futuro governo

Equipe de transição sugere criar departamen- tono Ministério da Saúde para lidar com aalta noscasos de transtornos psiquiátricos. pácimao

Fiesp marca assembleia que pode destituir presidente

Conselho de Representantes marcou para dia 21 reunião que pode tirar Josué Gomes da Silva da presidência da federação. niamuzz

SEGUNDO CADERNO Darkside: dez anos tocando o terror

Criada por dois designers fãs do gênero e famosa pelas edições caprichadas, a “editora da caveira” completa hojeuma década com uma legião de fãs nas Do chafariz do Parque Madureira às praias da Zona Sul, o domingo foidia de cariocas e turistas correrematrás de redese lançando um refresco para aliviar o calor. Faltando 10 dias para a chegada do verão, os termômetros ontem bateram quase cemlivros por ano. 35graus, mas a sensação térmica chegou a 43,1 graus. Foi uma prévia do que está por vir na nova estação. pácinais

NOVO ESTILO : DUELO DE OPOSTOS CATAR :2022 argentino adotou o espírito Com Maradona made tolo do at: França confia e > G > Et incorporado; posa em seu garçom RODRIGO CAPELO Messi lidera contra lho Brasil precisa de

marroquino evolução via processos, e não Jogador que mais deupassesparagol derevolução nestaCopae também na história da seleção francesa, Griezmann mudou seu posicionamento MARTÍN paraatuar mais recuadoe é FERNANDEZ arma da França para furaro bloqueiodoMarrocosotime Estaserápara menos vazado na competição, sempre a Copa que levou apenas um gol. do Marrocos

Argentina

Jácriticado por certa apatia na seleção, o camisa 10 caiu nas graças dos torcedores ao mostrar comportamento mais explosivo no Catar. “Maradoneado”, como osargentinos têm se referido, o até então pacato Messi chegou a se envolver em conflito com os holandeses. canernoEesPoRTES

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O ESTADO DE S.PAULI

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Brasil terá de saber usar a lei europeia antidesmatamento

Ainda que a motivação da UE possa ser protecionista, também interessa ao país deter devastação de seus biomas

íderes europeus veem com alívioas promessas do presi- dente eleito, Luiz Inácio Lu- lada Silva, na área ambien- tal, em especial o resgate do combate à devastação da Amazônia. Isso não impede que avance na União Europeia (UE) uma legislação dura para barrar a importação de produtos oriundos de áreas de desmatamento ilegal, cujo maior alvo é o Brasil. Naúltima terça-feira, representan- tes da Comissão Europeia, do Conse- lho e do Parlamento europeus chega- rama um acordo sobre a nova lei, que parece talhada sob medida para atingir E ssenpetigrsretoo Elaafetaráapenas lução de áreas desmatadas a par- EE dESUa depavido ans post Jair Bolsonaro, quando a devastação amazônica ganhou velocidade. Não haverá, porém, como contornar a in- vestida europeia, que pare ri cupação genuína com o meio am! teaoconhecido protecionismo. Caberá aos exportadores brasileiros, entreeles grandes empresas globais, se precaver na exportação para a UE de como soja, carne bovina, madeira, café, couro, óleo de palma, móveis, chocolate, papelecarvão vege-

tal. Terão de com que nada disso vem de área de desmatamento ilegal, sob pena de arcar com pesadas multas. Serão exigidas até as coordenadas geo- cas das regiões de produção. O Par- to Europeu sugere que as própri- as companhias investiguem o DNA dos produtos para garantira origem. Maisdoqueumanovalei, aUE deci- disc ara re pontaria da parque Europa deixe de contribuir para a des- êniiçdo do méio amiblênisem iodo o mundo. O bloco estima que a área de- vastada no planeta entre 1990 e 2020 foimaiorqueaeuropeiaequeo Conti- nentefoi responsável, com seuconsu- mo, por 10% da devastação. Mas isso não significa que implantar mecanis- mos confiáveis de rastreamento da produção seja ideia. Ao contrário. Eurodeputados tentaram, sem su- cesso, incluir no projeto outros bio- mas. além das florestas tro- picais, como as savanas e o Cerrado, ondeo Brasil produza maior parte dos grãos que exporta. Em algum mo- mento, é certoque eletambém seja al- va. AComissão Europeia avaliará, de- pois de dois anos, a extensão das re- gras a outros biomas de grande biodi- versidade ou estoque de carbono que

poderia ser liberado para a atmosfera. Quem exporta para a UE a partir do Centro-Oeste do Brasil e de regiões adjacentes precisa se preparar desde para comprovar que não se vale do

Por óbvio, interesses protecionistas se aproveitam do ambientalismo para impedir que Brasil ou Argentina con- corram com a agricultura europeia de pequena escala e baixa produtividade. São as mesmas forças que não desejam que entre em vigor o acordo de livre- comércio Mercosul-UE. É verdade, também, à dp emissões de gases tende a ser pequeno. Os países europeus fariam mais em

Mesmo assim, é do interesse do Bra- sil cumprir com toda contri- bua a redenie o dog eaa É preferível explorar os milhões de hec- tares disponíveis no Brasil sem derru- bar uma árvore a não poder entrar no mercado europeu. Preservar o meio ambiente é também mais importante para nosso futuro do que as denúncias de protecionismo velado.

Tortura e barbárie contra acusados de furto merecem punição exemplar

Episódios de violência promovida por seguranças particulares no Sul do país atentam contra a civilização

ão repugnantes as cenas de violência ocorridas no Sul do país que vieram à tona nos últimos dias. Num su- permercado em Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre, seguranças particulares torturaram dois homens acusados de furtar dois pacotes de picanha (cada pacote custa- va R$ 100). No Paraná, um segurança insultou e agrediu de forma covarde ummúsicoeum morador de rua. O pa- is não pode encarar como normal esse comj nto a por cima terei na O caso no supermercado Unisuper, em Canoas, aconteceu em outubro, mas ganhou repercussão depois que as imagens de câmeras de segurança fo- ram dir , no início do mês. Os dois homens, de 32 e 47 anos, foram torturados por 45 minutos com ponta- pés. socos e pauladas na cabeça. Uma das vítimas foi hospitalizada com feri-

mentos graves. Tão chocante quantoas

CONSELHO DE ADumes TRAÇÃO

PRESDONE eo fubeto Mto VICE PRESIDENTES jaé etete Aro é fest iu Mae

pacato pt tara Ca S/A

DNRETOR GERAL: Feder Inga Kactr

DIRETOR DE REDAÇÃO E EDITOR RESPONSÁVEL: sianGrçp ATORES EXECUTIVOS: Lica Sands (Cortina), Meca Ao, rt Maraca lia Basa Luta pesa ePado Cana Perera

LENTORA EXECUTIVA DO IMPRESSO: fermanta Gacoy

LDTOR DE OPINÃO: to Curt

Sa Maru e Po 25 Cota ea Ra de iara CEP 20.230,360 Tt (20)2534 5000 Fo (202534 4205

e o subgerente. A confraternização após a sessão de tortura, posa- ram para fotos, causa perp| Se- gundo as i ij entre os agres- sores estavam dois PMs da ativa e um PM aposentado, que trabalhavam para aempresa de segurança Glock.

Outro caso ocorreu em Curitiba e se tornou público também no início do mês. Dois negros foram atacados com ofensas racistas e idos por Paulo César Bezerra da Silva, de 36 anos. Um deles é o músico Odivaldo Carlos da Silva, confundido com um morador de rua. “Ei, negro! Macaco! Morador de rua tem que morrer!”, bradou o agres- sor. Em seguida, desferiu golpes de cas- seteteesoltouseucachorroemcimada vítima. Gaara ão pancada. O agressor preventi Eamenteereponderá pos dsetentati- vas de homicídio qualificado. Em de- poimento, contou que comerciantes o pagavam para fazer segurança.

Impressiona como essas histórias se repetem sem que o Estado consiga im- pedi-las com a força da lei. Faz pouco mais de dois anos que João Alberto Sil-

Segunda-eira 1212.2022) O GLOBO . Artigos Stesegato comi

FERNANDO GABEIRA

O

blogs oglobo gia com /openios estria artigos Cagiobocomêr

Polícia da moralidade, tão longe e tão perto

Apis: moralidade no Irã é um dos temas in- ternacionais mais noticiados no momento. Fi- cou mais conhecida após a morte da jovem Mahsa Amini, levada para um centro de reeducação pelos agentes da ditadura religiosa.

Arevolta das mulheresiranianas cresceu eestásen- do punida com pena de morte. Minha filha tem vizi- nhosiranianos em Portugal eseinteressou pela histó- ria desse fascinante país. Sugeri que lesse o livro de memórias de Azar Nafisi, “O que eu não contei”.

Nafisi foi professora de literatura ocidental em Teerã escreveu também o best-seller “Lendo Loli- taem Teerã”. A história dela e de sua família de inte- lectuais uma boa visão do vigor iraniano sufoca- do pelateocracia.

Um dia desses, volto ao tema Irã. Não posso fugir do Brasil. Acabamos de passar por um processo eleitoral emquesefalava de uma guerrasanta, o presidente gri- tava “Deus acima de todos”, sua mulher demonizava os adversários. Parecia que caminhávamos para uma teocracia, porque Bolsonaro avisara que escolheria ministros do Supremo terrivelmente evangélicos.

Issonãoaconteceu. Maso Irime faz pensarem pelo menos duas direções. A primeira delas é nacional. Vi- vemos um período em que religião e Estado estive- ram perigosamente associados.

A simples menção a “Deus acima de todos” é complicada na boca de um chefe de Estado. Nem to- dostêm omesmo Deus. Nietzsche dizia queaciviliza- ção grega era rica e diversa, que um deus não con- seguiaatendê-laemsuas demandasde fécesperança.

A tentativa de associar religião e política não certo no mundo moderno precisamente por causa da diversidade. Ou se articula um projeto em ter- mos de interesses convergentes, ou se tenta deses- peradamente enquadrar as vidas pessoais num mo- delo rígido e anacrônico.

Do susto brasileiro nas eleições, passo a uma ou- tradimensãoda políciada moralidade. Elanão exis- teno Ocidente, patrocinada por um governo com a ferocidade que se mostra no Irã. Mas, se analisar- mosainternet, constatamos a existência de milha- res de patrulhas digitais, vasculhando o mundo de ideiaseatos, acusando, julgando e penalizandomo-

ralmenteatoseações.

Hámilhares | Sem dúvida, houve democratização o

de patrulhas debate político. Mas houve também digitais, ação dodiseme dice dobostnecdamala- veira Freitas, negro de 40 anos, foi es- vasculhando cência. Sem juízo de valor, observo que, em pancado até a morte por as o mundo de semana de Copado Mundo, dois temas mo- particulares do superme: Carre- ideias e atos, rais invadiram o debate sobre a seleção bra- four de Porto Alegre. O espancamento a sileira. Um deles foi a came folheada a ouro começou depois que ele discutiu com julgando comidaporalguns jogadores num suntuoso funcionários. Apenas dois seguranças restaurante de Doha. O outro foi a maneira envolvidos nocrime estão presos. Uma como um assessor de imprensa da CBF umgato ex-funcionária do supermercado está no pelo e o arremessou no chão. Existem formas mais em prisão domiciliar. Um funcionário brandas de tratar um gato. Maso interessante, inspiran- da de segurança e dois ex-em- do-menolivrode JohnGray sobreafilosofia felina, éres- do Carrefour em saltar como as, discutiam o tema, eo gato estava

et fica ppa a eseu sobrinho, flagrados furtando car- Osgatos são felizes porque vivem o momento e não ne, foram mortos depois de ser entre- são preocupados com aideiadamorte embora per- gues ao tráfico por seguranças de um cebam omomento finale achem um lugarzinho para supermercado em Salvador. Três segu- morrer em paz. Tudo isso para dizer que a polícia da rançasestão presos. moralidade tem uma forma perversa numa ditadura Não háouira forma de deter astro religiosa, mas, no universo laico e cibernético, os se- cidades a não ser i julgan- reshumanosseguem proferindo julgamento sobre os doe punindo os agressores. Se alguém outros. Talvez seja essa também uma das razões por

é suspeito de crime, deve ser encami- nhado à polícia ocaso seja in- vestigado. O Brasil não pode se tornar uma terra onde cada um segue suas próprias leis. Torturadores, espanca- dores, assassinos precisam ser punidos exemplarmente. É o sentimento de impunidade que incentiva a barbárie.

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Geral (21) 2534-5000 Classifone (21) 2534-4333 Assinaturas 4002-5300 ou ogiobo com tx/assine

que os gatos são mais felizes.

Nietzsche tinha razão sobre os gregos ao ver sua riqueza numa multidão de indivíduos diferentes. Essa diversidade hoje é uma realidade mais elástica ainda. qa o filósofo alemão via nos gregos a ca- pacidade de criar muitas religiões. Hoje, a riqueza das diferenças se baseia apenas no desejo devivera própriavida, longe da políciamoral.

sucuesus preço e sans a aum) AGÊNCIA OGLOBO DE NOTÍCIAS: venca a metros Brand: Trago Branson troncos tdogatncomar para RL UG SPEES R$1$ASO (212534 5545 Banca de images: (21) 2534-5777 Edo Paula fato Arade renata sorades spo comr (O GUibo rotas cobranças em domo) Pes (2) 25500 PUBLICIDADE Naticáre (23) 2536 4210 Comticades areNonmeçTO nO Ass auuTE VENDAS EM BANCA (212504 4XL3 Jonas de Bar (23) 2534-4188 Mn. Bs des RU SPMGAES R$ 400 rege e ineo (21) 254 eee portaidnomniranta cum by cm pelos Dearge 4 SP MG e R$ 200 Pranto a fis de sema é frade (1) 2454 486

O GLOBO | segundateira 12.12.2022

Opinião 3

- E Fersando Gabeira . Demétrio Atagnc iurcena) . Mac de Amei (una . apud Santana (pc Miingion Oie (guns) “TER Moral Pera. Caros heeazza Edo yr im QUA, Vera Maes. Edo Goa Beard Met Franco feerto Dali (user QUI Mer Peer Mata Gar “SEX, Vora Maças Fio Over Pro Dota. Berardo Meo franca . SÁ. Cartas Arts Sanererg. Ear Aos. Pao Otto . BONI, Moral Parra. Dor Haras Barca Mao fraca

DEMÉTRIO MAGNOLI

Restauração

RE o retorno à “idade de ouro”. Na campanha eleitoral, foi essa a mensa- gem central de Lula. O Brasil embarcaria nu- mamáquina do tempo, voltandoâerasuposta- mente gloriosa dos mandatos lulistas anterio- res. A nomeação de Mauro Vieira para o Ita- maraty indica que o discurso era para valer.

Omartelo, porém, foi batido após uma dis- puta subterrânea no círculo mais próximo do presidente eleito. Vieira, último ministro de Relações Exteriores de Dilma Rousseff, perten- ceàfacção liderada por Celso Amorim, o chan- celer de Lula le Lula 2. Amorim preferia voltar à cadeira que ocupou entre 2003 e 2010 ou, ao menos, entregá-la à embaixadora Maria Laura Rocha, sua subordinada direta entre 2008 e 2010. Mas a escolha de Lula, um insucesso táti- co, evitou-lhe uma derrota estratégica.

A verdadeira alternativa à facção de Amo- rim era Jaques Wagner. O ex-governador da Bahia e ex-ministro da Casa Civil de Rousseff representava uma contestação dos paradig- mas ideológicos que, no passado, orientaram a política externa lulista. No fim, apesar de tudo, prevaleceu o impulso de restauração.

Aslinhas gerais da nova/velha política ex- terna de Lula 3 estão escritas no muro. São quatrosinais, que formam um desenho.

1 SABOTAGEM DA CANDIDATURA DEILANGOLDFAJN AO BID A operação fracassada foi conduzida pu-

blicamente pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, mas derivou de articula- ção oculta de Amorim. Goldfajn, um eco- nomista que preza os fundamentos e des- ps a inflação, não fará do BID uma plata-

forma econômica para a ideia terceiro- mundista da unidade latino-americana.

2. ADIAMENTO DA VISITA DELULA AWASHINGTON

Nesse caso, ao contrário da sabotagem a Goldfajn, a facção de Amorim aparente- mente prevaleceu. Jake Sullivan, conse- lheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, veio ao Brasil com a missão de pro- mover um encontro entre Lula e Joe Biden ainda em dezembro, antes da posse.

A meta era oferecer um inequívoco americano ao desenlace eleitoral, ajudando a secaros delírios golpistas que circulam num se- torminoritáriodas Forças Armadas. Aomesmo tempo, tratava-se de reativar a cooperação

x ARTIGO

N

EUA-Brasil, assentando-a na políticaclimática. Oadiamento da visita presidencial veicula uma mensagem: o governo Lula não está interessa- do numa parceria estratégica com os Estados Unidos. Prefere, no lugar dela, o caminho que

conduz ao “Sul Global” —na ofórum do Brics, com destaque para Chinae Rússia. 3. REFORMA DO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU

OConselho da ONU, comseuscincointe- grantes permanentes e direito a veto, nas- ceu da Segunda Guerra Mundial. A ideia de reforma entrou naagenda internacional na décadade 1990, masnuncadecolou, devido àausência de algum consenso mínimo: não secede poder àtoa.

Hoje, sob as nuvens de chumbo da rivali- dade EUA-China e da guerra na Ucrânia, inexiste espaço para a retomada do debate. Mesmo assim, Amorim apressou-se em re- colocar o tema no centro da agenda da polí- tica externa brasileira. A insistência obses- sivanãosedestinaadescortinar novos hori- zontes, mas a fabricar um discurso “anti-

imperialista” de denúncia das potências (ocidentais) e da ordem internacional.

4.GUERRA EPAZNA UCRÂNIA

Nacampanha, Lulacolocouum sinal de equi- valência entre Putin e Zelensky —entre a tência agressora e a nação agredida. Circula a ideia de que o novo presidente almeja desem- penhar um papel de protagonista numa inicia- tiva internacional para encerrar a guerra na Ucrânia. Fala-se, no entorno lulista, em “nego- ciações” e “paz”, mas nunca na int ter- ritorial ucraniana.

Paz sem desocupação: a fórmula coincide, exatamente, com os objetivos imediatos de Pu- tin, que pretende congelar temporariamente o conflito, interrompendo a contraofensiva da Ucrâniae ganhando tempo para reorganizar as forças invasoras . Nesse ponto, Lula segueos passosde Bolsonaro, adotandoumaes- pécie de “neutralidade pró-Rússia” que violaos princípios E Ta inscritos em nosso texto constitucional,

Restauração: “O tempo passou na janela e Carolinanão viu”.

Precatórios para movimentar a economia

LUCIANA GOUVÊA

o: precatórios são ordens de pagamento de determinada quantia devida por União, estados ou municípios, resultantes de algum tipo de condenação judicial. São, portanto, dívidas do governo com os cida- dãos, conforme manda o Artigo 100 da Constituição Federal. Entretanto são uma solução politicamente incorreta por ser pa- gos tão somente no ano (exercício) seguin- te ao da sua inscrição. Isso se houver verba governamental no orçamento.

Esseé um dos graves problemas brasileiros. Em 2021, a soma das dividas dos precatórios beiravaos R$ 90 bilhões. Além de afetar as atividades econômicas e financeiras do país, isso afronta os direitos dos cidadãos.

Afinal, seo cidadão deve quitar suas dívidas prontamente sob pena desofrer confisco, por que o Estado tem o benefício de postergar prolongadamente o pagamento devido por ordem da Justiça?

Anovidade é que o governo atual apresentou uma solução muito boa para esse problemão. Em 7 de novembro foi publicada a portaria SPU/ME Nº9.650/22, estabelecendo procedi- mentos para a oferta de créditos destinada à à compra de imóveis públicos da União, possibi-

litando a aquisição por cidadãos ou empresas com ouso de precatórios na quitação.

Ora, esse dinheiro muitas vezes fica para- do por décadas, sem rodar na economia, mas o governo atual vem inovando e apre- sentando esse tipo de solução melhor para

todos. Em agosto de

Deixaro 2022, játinha determi- “papelzinho'ser nadoapossibilidadede negociado, virar ocontribuinte endivi- dinheiro, dado como Impostode está mexendo Renda quitar seu débi- como mercado to também com preca- financeiro tórios próprios ou de

terceiros, devidos pela

União, ou mesmo com créditos líquidos e certos em desfavor da União, reconhecidos em decisão judicial transitada em julgado.

Agora, os contribuintes cujas contas de negociação (transação por adesão ou tran- sação individual) tenham sido deferidas também podem requerer a amortização oualiquidação do saldo devedor transa- cionado no portal Regularize (https:// www.regularize.pgfn.gov.br/).

Essas duas novidades apresentadas são,

to, da maior relevância, ainda mais pe- la possibilidade de comprar com precatórios osimóveis da União. O valor que ficaria para- do na mão do governo agora fará rodar a eco- nomia. E ainda serve como investimento,

peace poderá comprar um precatório R$ 1 milhão por R$ 500 mil, e depois ad- quirir o imóvel de R$ 1 milhão com a ordem de pagamento, gastando metade do valor.

Deixaro “papelzinho” ser negociado, vi- rar dinheiro, compras, investimentos e mais recolhimento de tributos no final, isso está mexendo com o mercado financeiro. Está levando escritórios de advocacia a ser acionados para analisar processos gerado- res de precatório, para ser possível haver al- guma certeza quanto ao recebimento ao fi- nal. Também tem movimentado fundos de investimento no sentido de receber esses direitos creditícios, prometendo lucros exorbitantes de maisde 50% do quefoipago na negociação. Existem no mercado tam- bém plataformas como a Droom Digital, paracomprae venda de precatórios, organi- zando e facilitando o acesso do cidadãoa es- setipo de investimento.

O governo é muito bem a realizar seu Erabalho. Ainda bem ppa adar aresde fazerbem feito, desenvolvendoinova- ção para atender às necessidades de todos, atraindo dinheiro forte paraaeconomiaetra- zendo dignidade àqueles que, depois de anos na Justiça, têm um precatório na mão.

Luciana Gouvêa é advogada, especialista emproteção legal patrimonial, informação eentregade direitos

x

ARTIGO

Alição da Nova República

BERNARDO PASQUALETTE

Ca osilêncio do atual titular do Planalto após sua primeira der- rota eleitoral, tem se especulado so- breo que acontecerá no dia de ja- neiro de 2023 quando deverá ocorrer a passagem da faixa presi- dencial, que figuradamente repre- senta a alternância de poder em nossademocracia.

Noves fora a falta de educação de Bolsonaro —que o acompanhou durante todo o mandato e que, tudo indica, o guiará na cena final de seu governo —, a transmissão de cargo obviamente ocorre sem a passagem de faixa, ato cujo simbolismo supe- rasua relevância prática.

Na iminência de a transmissão do adereço não ocorrer e de toda a es- peculação que envolve tal fato —, é comum lembrar a última vez em que apassagem de faixa não aconteceu. O general Figueiredo, agastado com Sarney, saiu do palácio poruma porta lateral sem passar a faixa ao desafeto. Mais que o vazio na cerimônia, Fi- gueiredo sabotou asi próprio, legan- do à própria biografia um vazio sim- bólico—acena final da ditadura mili- tarseriaum general devolvendo o po- deraum civil.

Não foi.

Embora seja comum rememorar es- sa ausência, outro ato da transição do regime militar para a Nova República passa quase despercebido até hoje. Em 15 dejaneirode 1985, aofimda vo- tação de que saíra com uma derrota acachapante, Paulo Maluf fez prova- velmenteacaminhada dotada de mai- or simbolismo da História do Con- gresso Nacional. Derrotado no colé- gio eleitoral por expressiva diferença

de votos (480 x Paulo Malufe

180), oentão depu- Tancredo Neves, tado federal e can- cercados por

didato situacionis-

correligionários, tasedirigiua passos

trocaram lentos até o espaço

um longo abraço, reservado ao candi-

sobsalva dato vencedor, o

de aplausos oposicionista Tan- credo Neves.

A partir do momento em que en- controu Tancredo, a sequência de fatostornaos personagens menores eas instituições maiores Maluf e Tancredo, cercados por correligio- nários, trocaram um longo abraço, sobsalvadeaplausosegritosentusi- ásticos de “viva” e “bravo”. Situação eoposição ficaram em segundo pla- no. Nunca uma transição de poder foitãoaltiva.

Não é desvario, tampouco exagero, afirmar que a Nova República come- çou, de fato, naquele momento.

Engana-se, porém, quem imagina quea campanha política de outrora foi mais suave que a atual. Basta lembrar dois episódios: a reunião dos ministros militares em que se pediua Figueiredo a “virada de me- sa” prontamente negada pelo presidente —eas“bruxarias milita- res”, atosde sabotagem que visavam a associar a candidatura oposicio- nista à ideologia comunista.

Proclamado o resultado, ainda que pela via tortuosa e indireta do colégio eleitoral, tudo isso ficou no

lo. Para o bem do Brasil, o va- le-tudo eleitoral restou superado, e os candidatos, vencedor e derrota- do, demonstraram que, acima das pessoas, estão as instituições.

Ontem como hoje, essa é uma li- ção valiosa. E, principalmente, um legado muito maior que uma sim- ples (não) passagem de faixa.

Bernardo Pasqualette é advogado e autor de “Me esqueçam Figueiredo: a biografia de uma Presidência”

4

Segunda-feira 12.12

2 OGLOBO

Pia JB

MULHERES NO GOVERNO oe Apenas 8 cotadas para ministério

Lula foi cobrado, mas não se comprometeu com diversidade de gênero

OBSTÁCULO LEGAL

Transição tenta saída para cumprir promessa de revogaço de sigilo de cem anos sem ferir Lei de Dados

AGUIRRE TALENTO ento cespe com ir

pe campanhado presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a derrubada dos sigilos de cem anos impostos pelo go- verno de Jair Bolsonaro es- barra na Lei Geral de Prote- ção de Dados. A chamada LGPD, que vigora desde 2020, veda a divulgação de determinadas informações pessoais de cidadãos. Técni- cos que auxiliam o petista concluíram que não é possí- vel fazer um “revogaço” e queserá preciso analisar ca- soacaso. Onúcleode Trans- parência, Integridade e Controle da equipe de tran- sição prepara uma proposta com embasamento jurídico para que Lula possa honrar

com o que prometeu, sem correr o risco de ter que se explicar à Justiça.

O grupo estuda propor criação de uma norma esta- belecendo critérios mais claros aserem seguidos pelo novo governo para decidir se uma informação viola a “vida privada” de alguém ou apresenta risco à segurança nacional. Umadas possibili- dades seria um decreto pre- sidencial ou mesmo uma nota técnica da Controlado- ria-Geral da União (CGU) estabelecendo as diretrizes.

Um caminhoseriaa divul- gação parcial dos documen- tos, mantendo ocultas de- terminadas informações, comtarjas. Apalavrafinal f- caacargo da CGU, respon sável por garantir os instru- mentos de transparênciano Executivo federal

Nosúltimos quatro anos, o governo Bolsonaro trans- formou em segredo docu- mentos como os nomes das pessoas que visitaram a pri- meira-dama Michelle Bol- sonarono Palácio da Alvora- da, as entradas dos filhos de Bolsonaro no Palácio do Planalto, o processo instau- rado pela Receita Federal sobre o senador Flávio Bol- sonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas e até mesmo telegramasdiplomáticosre- lacionados à prisão do ex-jo- gador Ronaldinho Gaúcho, no Paraguai.

CRITÉRIOS SUBJETIVOS Agestão Bolsonaro costuma- va usar um artigo da Lei de Acesso à Informação (LAI) para classificar dados como sigilosos. A legislação prevê que uma informação consi- derada de caráter pessoal, re- lativa à “vida privada” de al- guém, deve ser resguardada por cem anos. Estabelece ainda queinformações se: veisàsegurança nacional po- dem ser mantidas em sigilo por 25anos

A equipe de transição avalia que os critérios usados para

amparar essas decisões de Bolsonaro são subjetivos. Eles entendem que grande parte

das informações vedadas é de

interesse público e, por isso,

Nua E

Desafio. Vice-presidente eleito. Geraldo Alckmin, com outros membros da transição: técnicos concluíram que não é possível revogação automática em massa dos sigilos impostos pelo governo Bolsonaro

O QUE O GOVERNO BOLSONARO COLOCOU SOB SIGILO DE 100 ANOS

BE

Carteira de vacinação

Visitas a Michelle Bolsonaro

Dados sobre quem visitou a primeira-dama no Palácio da Alvorada. O argumento foi de que

informações de cunho pessoal.

Acesso dos filhos de Bolsonaro ao Planalto Informações dos crachás de acessa ao Planalto emitidos em nome de Carlos e Eduardo

Bolsonaro.

O cartão de vacinação de Bolsonaro foi colocado sob sigilo durante a pandemia. Segundo a assessoria da

Presidência, os dados “dizem respeito à intimidade, à vida privada. à honra e à imagem” do presidente.

EV

Processo sobre Pazuello Processo interno do Exército contra o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, por sua

ss

participação em ato político ao lado de Bolsonaro. Ele foi investigado por infringir o Regimento Disciplinar do Exército

b Ação em favor de Flávio Bolsonaro

A Receita Federal impôs sigilo no processo sobre uma possível atuação do órgão para auxiliar a defesa do senador no caso das “rachadinhas” O órgão afirma que os documentos possuem informações pessaais

Contratos da Covaxin

Contratos de aquisição da vacina indiana Covaxin. Supostas irregularidades no acordo, assinado em fevereiro de 2021 30 custo de R$ L6 bilhão, foram investigadas pela CPI da Covid.

Mensagens diplomáticas sobre prisão de Ronaldinho Gaúcho

Ele foi preso em 2020 no Paraguai por entrar no país com documentação falsa. Nomeado embaixador do turismo brasileiro pelo governo federal, o ex-jogador

Documentos diplomáticos sobre médico preso no Egito

Detido no Egito pela acusação de assédio em 2021, o médico Victor Sorrentino

teve seu caso acompanhado pelo Itamaraty

deveria ser aberta à consulta. Participam da discussão doassuntonesse núcleote- mático nomes como o ex ministro da CGU Luiz Na-

varro, o advogado e ex-pre- sidente da Comissão de Ética da Presidência Mau- ro Menezes, que é respon- sável pelo relatório final, e

recebeu assistência do Itamaraty.

Editoria de Arte

o procurador da Fazenda Jorge Messias, coordena- dor do grupo e cotado para assumir a Advocacia-Geral da União (AGU)

A análise da liberação dos documentos deveráserfeita caso a caso, à medida que a equipe do futuro governo receba pedidos para liberar essas informações.

PROTEÇÃO À INTIMIDADE

Em um estudo de setembro, aTransparência Internacio- nal Brasil (TI) apontou que a falta de diretrizes claras para a divulgação de infor- mações “parece contribuir para uma tendência cres- cente das autoridades pú- blicas de se recusarem a re- velarinformações por moti- vos altamente controver- sos, particularmente sob o atual governo do presidente Jair Bolsonaro”.

O consultor da TI Brasil Guilherme France concor- da que existe uma necessi- dade de dar uma “orienta ção mais precisa”,

—Com frequência, pedi- dos de acesso à informação sãonegados porserem con- siderados “desproporcio- nais”, “desarrazoados” ou “contrários ao público”. É importante que se definam melhor esses termos e expressões para evitar uma interpretação excessivamente restritiva da Lei de Acesso à Informa- ção —argumenta.

Especialistas em transpa- rênciae LGPD afirmam que é possível conciliar a divul- gação de informações de in- teresse público com a prote- ção intimidade.

O advogado

interesse

Matheus Puppe, sócio da área de Pri- vacidade & Proteção de Da- dos do Maneira Advogados e membro do Comitê de In- tegridade do Poder Judiciá-

rio (CINT), diz que o próxi- mo governo pode conferir novasinterpretaçõesàsnor- mas de sigilo.

—A segurança nacional é uma justificativa muito am- pla, genérica. Estamos tra- tando deumatransição. Ou: tro governante pode avaliar quenãotraz nenhum riscoà segurança nacional, desde que não exponha indevida- mente os dados de alguém explica.

a advogada Samantha Sobrosa, supervisora em di- reito digital na área de pro- teção de dados da Russell Bedford Brasil, diz que a ad- ministração precisa justifi- cara existência de interesse público na divulgação de determinados dados.

Somente pode ser feito mediante o atendimento de uma finalidade pública, conforme diz a LGPD. Essa finalidade precisa ser trazi- dade formatransparenteao

cidadão, justamente para demonstrar o interesse blico para acesso a informa- ções que eram consideradas sigilosas —resumiu

Especialista em privacida de e proteção de dados do Viseu Advogados, a advoga- da Antonielle Freitasafirma que “atos políticos não se encaixam nas condições de finidas para o sigilo”:

O sigilo não pode ser usado para prejudicar a apuração de irregularida des envolvendo a pessoa ao qualodocumentose refere. Existem relativizações (no

sigilo) considerando pes- soas politicamente expos- tas, mandatários de poder, que devem prestação de contas à sociedade.

Segunda-feira 12.12

OGLOBO

Semana de Lula terá diplomação, PEC na Câmara e mais ministros

Titulares de pastas como Educação, Saúde e Planejamento devem ser escolhidos; 300 convidados vão à cerimônia no TSE

SÉRGIO ROXO, BRUNO GÕES, BRUNO ABBUD EMARIANA MUNIZ

peltica mer masa

presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, terá uma semana decisiva para o seu futuro governo a partir dehoje. Além da diplomação cerimôniaquemarcao tim do processo eleitoral —o pe

tista conta com a aprovaç: da“PEC da Transição” na Cá- mara para destravar o Orça: mento de 2023 e deverá di- vulgaruma novaleva de indi: cações de ministros para dar umacaraao primeiro escalão dasuagestão

Cerca de 300 convidados de Lula estarão no TSE quando Lula será diploma- do presidente eleito, junta- mente com seu vice, Geral- do Alckmin (PSB). O ato se- presidido pelo ministro Alexandre de Moraes. Essaé aúltima etapa legal antes da posse do presidente, dia de janeiro. Na diplomação, o simbolismo da entrega de um documento à pessoa eleita pela maioria dos bra- sileiros durante as eleições

20anos, ao ser diploma-

2022

dopela primeira vez, o petista seemocionou.

—Eeu, que, durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma superior, ganho como meu primeiro diplo- ma, o diploma de presidente da República do meu país disse Lula em 2002.

O plano do presidente eleito era fazer anúncio de ministros depois de ser diplomado. Porém, na sex- ta-feira,o petistaresolveuse antecipar e anunciou os es- colhidos para cinco postos. Lula alegou que os nomes estavam definidos e que era importantealgumas áreas terem interlocutores ofici- ais. Foram nomeados Fer- nando Haddad para a Fa- zenda, RuiCostaparaaCasa Civil, Flávio Dino paraa Jus- tiça, Mauro Vieira para as Relações Exteriores e José Múcio paraa Defesa

Na próxima semana, se- rão priorizados os titulares de pastas de grande orça- mento responsáveis por po- líticas públicas que impac tam diretamente a vida da população. São dadas como certasas nomeações dos mi-

Amor de verão sobe a serra, silr 70 km da capital, Petrópolis tem muita história,

nistros da Educação, Saúde, Relações Institucionais e Planejamento. Lula tem a intenção de definir, até sex- ta-feira, mais da metade de seuprimeiro escalão.

Antes de fazer os novos a- núncios, Lula quer ver a “PEC da Transição” ser aprovada na Câmara. O tex to, que passou no Senado na semana passada, abre espa ço para um gasto de R$ 168 bilhões e terá validade de dois anos. O dinheiro vaiser destinado para pagar o Bol- sa Família no valor de R$ 600 e mais um extra de R$ 150 para cadacriança de até seis anos, aumento real do salário mínimo e a reposi- ção do orçamento de pro- gramas de saúde e educa- ção, além de investimentos,

SEGURANÇA REFORÇADA

Luladeve deixar Brasília pa- ra participar do Natal dos catadores em São Paulo, na quinta-feira, evento que comparece desde o seu pri- meiro mandato. Nesta se mana também está previsto um evento de encerramen: to do trabalho dos grupos

Caixa. Lula;

técnicos de transição, que elaboraram relatórios sobre a situação do país em cada área. O texto final feito pela equipe detransiçãodeveser apresentado nodia

Fora do TSE, a diplomação será marcada por um forte esquema de segurança. Mui- tos acreditam que a cerimô- nia ganhou mais peso —eris- co depois que trumpistas invadiram o Capitólio no dia da diplomação de Joe Biden, em 2021. A segurança do TSE será feita internamente pela Polícia Federal (PF), res:

ponsável pela proteção do

presidente eleito desde a campanha, e pela Polícia Mi litar do Distrito Federal, que cuidará da área externa no tribunal

Haverá o controle de acesso e o isolamento da área. Fora isso, não ne- cessidade de snipers ou equipamento antidrone, porque as autoridades virão em carros blindados e logo adentrarão o prédio disse Júlio Danilo, secretário de Segurança Pública do Dis trito Federal, ao GLOBO.

A presença de manifes tantes bolsonaristas, que

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a

Secretaria de Turismo

Política | 5

espera resolver na Câmara autorização para gastos de mais de R$ 158 bilhões com validade de dois anos

nas redes sociais prometem impedir a diplomação de Lula, será repelida pela PM do DF. Agentes à paisana irão monitorar a parte ex- ternado prédio. Além disso, asecretaria monitora oato antidemocrático instalado na frente do Quartel-Gene- ral do Exército, de onde os manifestantes planejam partir parao TSE.

Vamos estar preparados para qualquer tentativa (de impedir a diplomação). Se os manifestantes aparecerem, não vão conseguir acessar o tribunal —disse o secretário.

DO ESTADO

JANEIRO

6 | Política

Segunda-feira 12.12.2022

OGLOBO

Nomes ligados ao PT miram Secretaria-Geral

Cargo-chave da Presidência tem como candidatos o advogado Marco Aurélio de Carvalho e Emidio de Souza, amigo de longa data do presidente eleito. Paulo Teixeira e Márcio Macêdo também estão cotados para vaga

JENNIFERGULARTE ESÉRGIOROXO oro de

asas

U: dos cargos mais próxi-

mos ao cotidiano do pre- sidenteda Repúblicadentro do Palácio do Planalto vem sendo disputado por petis- tas do círculo mais próximo a Luiz Inácio Lula daSilva. A Secretaria-Geral da Presi- dência da República é cobi- çada por nomes como o ad- vogado Marco Aurélio de Carvalho, o deputado esta- dual Emidio de Souza (PT- SP),odeputado federal Pau- lo Teixeira (PT-SP)eumdos vice-presidentes do PT Márcio Macêdo.

Um dos coordenadores do grupo Prerrogativas, Carva- lhoéonome mais bem posi cionado na disputa, embora também desponte como forte candidato para outro cargo-chaveda Presidência, a Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ), responsá- vel por todos os atos norma- tivos assinados pelo presi- dente. O advogado reside próximo à casa do presiden- te eleito em São Paulo e sua mulher, Alessandra Gaspar Costa, é uma das amigas mais próximasda futura pri- meira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.

Amigos mais de 20 anos, Emidio e Carvalho convivem com Lula na inti-

Mentes nerinnsas p Mentes perigosas

Com sua experiência clínica e anos como palestrante e consultora sobre o comportamento humano, a psiquiatra e autora best-seller Ana Beatriz Barbosa Silva traça um panorama claro da ciência por trás

Macêrdo. Um dos vice-presidentes doPT no páreo Emídio. Um dos nomes mais próximos a Lula

midade e são nomes de con- fiança de Janja. A mulher de Emídio, a advogada Gabrie- la Araújo, também é amiga próxima da mulher de Lula.

Carvalho tem ganhado o apoio de movimentos so- ciaisedabancadado parti- do, entre os quais petistas como o deputado federal Rui Falcão (PT-SP). Tem bom trânsito com empre- sários e intelectuais e foi um dos responsáveis por

à auto TF) » ME

organizar jantares de arre- cadação para Lula durante a campanha. Pelo perfil de militância, no entanto, Carvalho tem dito a inter- locutores que, se for assu- mir algum posto, prefere uma função mais políticae menostécnica.

INTERESSES DE GLEISI

Conta a favor de Emidio também ser um petista da estrita confiança de Lula

rincar

ntes ansiosas

pescado

quando Lula foi preso em 2018, Emidio foi o en- viado pelo petista para ne- gociar os termos da deten- ção coma Polícia Federal em São Paulo. Deputado estadual reeleito, Emidio, no entanto, é visto como peça importante para aju- darafortalecero PT deSão Paulo e será uma das vozes de Lula na Assembleia Le- gislativa paulista naoposi ção ao governo de Tarcísio

da felicidade e questiona muitas falácias sobre o que é, de fato, ser feliz.

Nas lojas on-line, livrarias e em e-book

=

e

Marco Aurélio. Também cotado para a vaga da SA)

Dmacacão

de Freitas, aliado do presi- dente Jair Bolsonaro. Outropontoque podeser desfavorável ao deputado é o fato de Emidio nãoter a simpatia da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Pre- terida no ministério para, nas palavras de Lula, conti- nuar cuidando do partido, Gleisi teria interesse em indicar um nome para a “cozinha do Planalto”. O seu escolhido é Paulo Tei-

xeira, que também é secre- tário-geral do PT. O argu mento é que essa seriauma forma de o partido ter par- ticipaçãononúcleocentral do governo. Teixeira, po- rém, nãoteriaasimpatiade Lula para o posto.

Diante desse quadro, uma outra opção é Márcio Macêdo, um dos vice-pre- sidentes do PT e que foi te- soureiro da campanha de Lula. Macêdo acompa- nhou Lula em quase todas as viagends de campanha e aumentou a influência no círculo mais próximo do presidente eleito.

DIMINUINDO TENSÕES

O chefe de gabinete, o sub- chefe para Assuntos Jurídi- cos(SAJ) eo secretário-ge- ral são figuras que despa- cham várias vezes ao dia como presidente da Repú- blica. Na avaliação de auxi- liaresde Lula, a Secretaria- Geral da Presidência será um posto estratégico para um governo que será de frente ampla e terá a mis- sãode equilibrar interesses aolongo dos próximos qua- troanos.

Caberáao nomeescolhido por Lulamanterbomtrânsi to na sociedade civil, com intuito de manter diálogo e diminuir tensões, além de boa interlocução com os partidos de base,

jo

principium

OGLOBO

Segunda-feira

Do público ao privado, a roda giratória do pós-governo

Profissionais que integraram postos importantes migram para empresas, o que pode resultar em conflito de interesse

IVANMARTÍNEZ VARGAS EGUILHERMECAETANO

E: integrantes de altos es; calões de ministérios do governo Jair Bolsonaro têm trocado o setor público pelo privado em áreas nas quais atuaram sem fazer aquaren- tena, o que pode configurar um conflito de interesses. O GLOBO encontrou ao me- nos três casos que ocorre- ram noúltimo semestre.

O mais recente deles é do mês passado, quando a ex-se- cretária de Fomento, Planeja mento e Parcerias do Minis- tério da Infraestrutura Natá lia Marcassa, que ficou no posto até 30 de junho deste anoena ANTT atéagosto, cri ou a Movelnfra, associação setorial com gigantes do seg mento. Fazem parte da enti- dade nomes como CCR, Eco- rodovias, Rumo, Santos Brasil e Ultracargo, todos operado- rescomcontratos públicos.

Marcassa foi exonerada a pedido. Em seguida, segun do seu currículo, exerceu gosto o cargo de especi alista em Regulação de Ser. viçosde Transportes Terres tres da ANTT. Em de de zembro, um decreto do pre- sidente Jair Bolsonaro que concedia a ela o grau de co- mendadora da Ordem do Rio Brancomencionava seu cargo naagência.

Procurada, ela afirmou que consultou a Comissão de Ética Pública (CEP), liga: daà Presidênciada Repúbli- ca, eque o órgão deu avala sua ida à iniciativa privada Ela justificou que está em um “movimento setorial sem fins lucrativos”.

Marcassa disse que, mesmo sem exigência formal, ausen

até

tou-se das atividades em Bra sília pelo período equivalente ao de uma quarentena ela afirma que foi exonerada em 6 de junho e o Movelnfra foi lançado em 8 de dezembro.

Valor

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Ex-ANTT. Natália Marcassa agora está na Movintra Ex-Economia. Mac Cord de Fa

No LinkedIn, porém, ela in- forma ser presidente da asso ciação desde novembro, três meses apóssairda ANTT. Não háaproveitamento

deinformações sobre proje tos específicos em benefício de nenhuma companhia inguém terá conhecimen toa mais ou a menos, para apresentar proposta em um leilão, em função da minha presença no Movelnfra declarouao GLOBO.

A ANTT afirmou em nota

que Marcassa“sedesvinculou por licença por interesse par- ticular” e quea CEP não veri ficou conflito de interesse. Como regra geral, a legisla ção estipula prazo de seis me ses da chamada quarentena noscasosemquehajaconflito de interesses. O advogado Guilherme Amorim dizque a CEP é responsável por fiscali- zar os casos. São os servidores queconsultamo órgão sobrea necessidade de fazer a qua rentenaapóssairemdogover-

o e 1

estão na quaren- tena, elesrecebem remunera: ção. ACEPé compostapor se te membros nomeados pelo presidente da República e com mandatos de três anos. Mesmo se a CEP entender que não conflito, os ex-fun- cionários públicos que inici am atividades privadas antes do prazo deseis meses podem ser denunciados à CGU e ao Ministério Público Federal, por exemplo, se houver sus peita de conflitos, de acordo com o advogado Renato Mo: raes, do escritório Cascione.

OUTROS CASOS

A penalização em caso deir- regularidade, segundo o ad- vogado Cristiano Vilel ria e pode envolver de ção de recursos, suspensão dosdireitos políticos e paga mento de multa.

O ex-secretário Especial de Desestatizaçãodo Minis- tério da Economia Diogo Mac Cord de Faria deixou o

governo em 7 julho deste ano. Nodia seguinte, passou asersócioda consultoria EY naárea de infraestrutura. Antes, foi secretário de Desenvolvimento de Infra- estrutura do Ministério da Economia do início do go- verno Bolsonaro até agosto de 2020. Atuou na formula: ção do marco do saneamen. to ena formatação da priva- tização da Eletrobras. Emnota, a EY dizquea CEP analisou o caso de Mac Cord e apontou não haver conflito de interesses: “Na ocasião da saí- da do governo, o sócio Diogo Mac Cord submeteu integral- mente à comissão a proposta recebida, com odetalhamento das atividades que desempe nharia na EY. A comissão (...) entendeu que não havia ra zões para determinar a qua rentena. É importante ressal- tarque aárea de atuação do cio Diogo Mac Cord não é a mesma de quando ocupava uma posição na iniciativa pú-

que valorizam o funcionário e desenvolvem um ambiente onde a Experiência do Colaborador conduz os negócios de forma sustentável e positiva.

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Política 7

blica. Na EY, Mac Cord tam- bém não possui contratos da área pública em seu portfólio, nematua como intermediário deinteresses privados junto ao Ministérioda Economia”.

Outra que não cumpriu quarentena foi Maria Beatriz Palatinus Milliet, exonerada docargodesecretária de Bio diversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA) em 29 de setembro deste ano. Em outubro, virou gerente executiva de Sustentabilida- de da Copersucar. Milliethaviasido designada pela pasta para fazer parte da comitiva que representaria o Brasil na COP-27, no Egito, mas foiao eventojácomo tun cionária da Copersucar. O ca so foi revelado pelo site The Brazilian Report âépoca. Procurada por meio da Co persucar, Millietnãorespon- deu. a empresa disse ape nas que “cumpre rigorosa- mente a legislação brasilei ra”. O MMA nãorespondeu.

15/12, às 19h

Valor

PARCERIA:

& Mercer

8 | Política

Nos partidos, poder está concentrado em poucas mãos

Com decisões de cima para baixo, comandos das legendas refletem pouca democracia interna no alto escalão

LUCAS MATHIAS ticacmatiasdegitocombr

E: processo de reconstru- ção, o PSDB anunciou, no fim de novembro, que o go- vernador eleito do Rio Gran- de do Sul, Eduardo Leite, as- sumiráa presidênciadasiglaa partirde 2023. A escolha par- tiu do atual mandatário tuca- no, Bruno Araújo. Movimen- tosimilar foi feitocomadepu- tada Gleisi Hoffmann, recon- duzida ao comando do PT até ofim do ano que vem comas bençãos do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Em comum, as decisões foram to- madas de cima para baixo, e não foram frutos de votação interna, como é feito tradicio- nalmente.

Levantamento feito pelo GLOBO mostra que, dos 23 partidos com representação no Congresso, 11 têm presi- dentes com ao menos sete anos de mandato consecutivo. Ocenário, a longo prazo, ten- dea facilitara ção de chefes no poder dos partidose enfraqueceroprocendemo- cráticointerno. O PL do presi- dente Jair Bolsonaro, por exemplo, é presidido por Val- demar Costa Neto 22 anos. Nocasodo PV, é José Luiz Pen- nao comandante desde 1999. O campeão, no entanto, é Ro- berto Freire, que preside o Ci- dadania 30 anos, desde 1992, quando a legenda sur- giu oriunda do PCB, e ainda erachamadade PPS.

Em decisão de agosto deste ano, o Supremo Tribunal Fe- deral (STF) fixou entendi- mento de que os partidos po- demestabelecera duração dos mandatos de seus dirigentes, mas devem assegurar a alter- nância de poder por meio de eleições periódicas. A decisão unânime, de relatoria do mi- nistro Ricardo Lewandowslá, não estabelece prazo especifi-

coe abre precedente para que cada caso seja analisado com suas particularidades. Na mai- or parte dassiglas, porém, ape- sar de haver eleições, nem sempre existe a alternância.

No PDT, ex-ministro Car- los Lupi assumiu a presidên- cia nacional em 2004, com a morte de Leonel Brizola, e tem sido reeleito nos con- gressos do partido desde en- tão. Cenário similar é visto em siglas como o PSB, que tem reconduzido Carlos Si- queira ao comando do dire- tório nacional desde sua elei- ção em 2014, e no PCdoB, que faz o mesmo com Lucia- na Santos desde 2015.

“PRESIDÊNCIA TRANSMITIDA” como Republicanos, Mar- cos Pereira é quem lidera 1anos, enquanto no Solida- riedade, Paulinhoda Forçase- gue na presidência desde a criação do partido, em 2013. No PP que tem Cláudio Caja- do como presidente em exer- cício, quem manda nove anos é Ciro Nogueira, que se afastou formalmente do car- gonoanopassado paraser mi- nistrodaCasaCivil, masman- teve a influência. E no União Brasil, ocacique é Luciano Bi- var: ele comandao partido re- cém-criado, e que surgiu da fusão do DEM e PSL este último, liderado por Bivar desde 1998, evidenciando a concentração de poder.

No PSDB, o anúncio oficial de Leite foi feito a partir de uma publicação no perfil da sigla nas redes sociais, no dia 30 de novembro. O texto in- formava que “a presidência do partido será transmitida” ao governador eleito. A esco- lha, que contou coma chan- cela de Araújo, teve resistên- cias isoladas e ocorre após as turbulências no partido du- rante as eleições deste ano: Leite foi escolhido com a mis-

Segunda-feira 1212.2022 | O GLOBO

OS COMANDOS DAS SIGLAS REPRESENTADAS NO CONGRESSO Veja quanto tempo cada presidente está no posto

ANO QUE PARTIDO PRESIDENTE TEMPO ASSUMIU circos CIDADANIA Roberto Freire 30 anos [ES 1992 Ko) Pv José Luiz Penna 23 anos | 1999 PL Valdemar Costa Neto 22 anos 2000 Bo PDT Carlos Lupi 18 anos NS 2004 AVANTE so AVANTE Luis Tibé 16 anos | 2006 o PsD Gilberto Kassab Manos | 201 Rm E REPUBLICANOS Marcos Pereira Manos 201 E Es SOLIDARIEDADE | Paulinho da Força Sanos | zo13 vt pSsão PSB Carlos Siqueira Banos | z0u4 20 esc Pastor Everaldo Tanos | 2015 PCdoB prece Luciana Santos Tanos | 2015 Y PT Gleisi Hoffmann Sanos | 207 PODE Renata Abreu Sanos | 2017 oa P5oLSO PsoL Juliano Medeiros 4anos | zo18 doe, MDB Baleia Rossi 3anos | 2019 MOVO novo Eduardo Ribeiro Zanos | 2020 PATRISTAs: parrioTa Ovasco Resende tano | 202 rede. REDE Heloisa Helena lano | 2021 Pp PP Cláudio Cajado Sampaio | Menos de um ano 2022 Progeastos (em exercício) Eyed UNIÃO Luciano Bivar Menos de um ano 2022 ribs PROS Eurípedes Júnior Menos de um ano 2022 RT) PTB Kassyo Ramos | Menos de um ano 2022 PSDB PSDB Eduardo Leite Assume no ano que vem 2023 Editoria de Arte são de reconstruiro partido. Executiva Nacionalo deputa- teceu no PSD do Rio no ano Jáno caso petista, aescolha do Baleia Rossi (SP) ao co-— passado. Como diretório pro- de Lula por manter Gleisino mando da legenda até o fim . visório registrado no TSE des- comando da siglaatéo fimde deste ano —seu mandato ter- de 2019, a sigla não precisou

2023, quando termina seu mandato, foi estratégica. A possibilidade de ela assumir um ministério vinha aque- cendo a disputa pela presi- dência do PT, e a decisão foi no sentido de pacificar o par- tido, embora tenha ficado centralizada em Lula.

Em cenário parecido, no ano o MDB havia re- conduzido em reunião da

Após negar ser 'bolsonarista raiz, Tarcísio elogia Bolsonaro

Governador eleito posta foto com presidente nas redes: 'eterna gratidão"

governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse ontem que o presidente Jair Bolsonaro temasua“eternaadmiração e gratidão”. A declaração, publicada em uma rede so- cial junto com uma foto do ex-ministro com o presi- dente, foi feita quase uma semana após Tarcísio dizer, durante entrevista, que nunca foi “bolsonarista raiz”. A afirmação teria in- comodado o presidente. “O coração do cara por trás do presidente da Repú- blica poucos têm o privilé- gio de conhecer. Eu sou um deles e sou grato por isso. Se estou hoje aqui, é porque

Jair Bolsonaro confiou em mim e no trabalho de um técnico que em 2018 nin- guém conhecia. Ele tem mi- nhaeterna admiração e gra- tidão”, postou Tarcísio.

DIZERES BÍBLICOS Segundo explica o governa- dor eleito, o capacete que aparece na foto postada foi um presente para o presi- dente. No equipamento, es- tão escritos dizeres de uma passagem bíblica usada por Bolsonaro: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos li- bertará”.

Durante entrevista na úl- tima segunda-feira à CNN Brasil, Tarcísio dissera que

nunca foi “bolsonarista raiz”, que comunga princi- palmente das ideias econô- micas do governo e que não vai entrar em “guerra ideo- lógica cultural”:

Nunca fui bolsonarista raiz. Comungo das ideias econômicas principalmen- te do governo Bolsonaro. A valorização da livre iniciati- va, os estímulos ao em- preendedorismo, a busca do capital privado, a visão libe- ral. Soucristão, contraabor- to, contra liberação de dro- gas, mas não vou entrar em guerra ideológicae cultural.

Na entrevista, Tarcísio marcouaindaoutras diferen- ças com o atual presidente e

minariaem 2021.

Quando decidiu sobre o te- ma, o STF também invalidou lei aprovada no Congresso que permitia prazo de vigên- cia de até oito anos para ór- gãos provisórios nos partidos. O formato costuma ser usado paradriblar o processo demo- crático nos diretórios estadu- aisenomear lideranças de ci- maparabaixo. Foioqueacon-

seus apoiadores mais radi- cais, ao criticar o tensiona- mento da relação com outros Poderes e ao confirmar que manterá o uso de câmeras nas fardas de policiais, po- dendo fazer “ajustes”, num recuo de sua posição durante acam;

Além dessas declarações, Bolsonaro teria se irritado

Post de domingo. Tarcísio diz que é grato por Bolsonaro ter confiado nele

consultar formalmente seus integrantes para registrar O prefeito Eduardo Paes como presidente. Bastou o aval do comandante nacional da si- gla, Gilberto Kassab à fren- tedo PSDdesde 2011, quando o partido foi fundado.

O advogado eleitoral Edu- ardo Damian explica que a perpetuação de líderesnoco- mando dos partidos, se cum-

também após o ex-ministro ser fotografado aos risos con- versando com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STE) e presidente do Tribu- nal superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, duran- teacerimônia de posse de mi- nistros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A assessoria do governador eleito chegou

“Era presidente do PCB em 1991. de onde foi criado o PPS em 1992, com Freire à frente; seguiu no comando da sigla após a mudança de nome. em 2019

“Desde a fundação da sígia

*Fundador do partido

*Assumiy em 2022 como interino, que Ciro Nogueira, presidente desde 2013, exerce cargo de ministro

*Fruto de união entre DEM e PSL, que Bivar presídia desde 1988 praticamente de forma ininterrupta: chegou a deixar o comando no início de 2018, mas voltou no mesmo ano

*Reassumiu o comando do partido após disputa judicial. mas fundou a sigla em 2013

“Anunciado recentemente pelo atual presidente. Bruno Araújo

prircomoestatutodecadasi- gla, não é ilegal. Segundo ele, os partidos são pessoas juri- dicas de direito privado e po- dem decidir sua organização interna. Mas, por receberem recursos públicos, também devem ser regulados pelo TSE, e isso costuma ocorrer mais em nível estadual.

A Constituição auto- nomia aos partidos, mas que não é absoluta, e o entendi- mento de que não pode ter uma perpetuação no poder nos diretórios estaduais —diz.

a divulgar uma nota para ne- garrumoresdequeeleteriase reunido com Moraes.

CRITICADO NAS REDES Tarcisio tem sidoalvo de cri- ticas por parte de bolsona- ristas, que o acusam de en- tregar o governo para Gil- berto Kassab (PSD), que as- sumirá a secretaria de go- verno em sua gestão e nego- cia participar da base do go- verno do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Como governador eleito, o aliadode Bolsonaronãotem interesse em se desgastar com o governo Lula, com o qual precisará negociar ver- bas paraobrase investimen- tosno estado.

Até aqui, por outro lado, o único aceno recente do go- vernador eleito em direção à base bolsonarista foi o a- núncio da polêmica indica- ção do deputado federal Ca- pitão Derrite (PL) paraa Se- cretaria da Segurança de São Paulo.

O GLOBO | seguncateira 12.12.2022

NOVA BEATA BRASILEIRA “Exemplo heroico"

es NoVaticano. Papa Francisco elogia Isabel Cristina. assassinada em 1982

CHUVAS EXTREMAS

Brasil sente previsão de Hemisfério Sul mais tempestuoso com mudança climática

RAFAELGARCIA rate gecisO cp ogieta com br sopas

temporadadechuvastraz de novo a sensação de que, acada ano, elas estão pi- ores. Quando se olha para eventos específicos, como ostemporais das últimas se- manas em cidades de Santa Catarina, do Paraná, de São Pauloedo Nortedo Rio, édi- fícil quantificar qual o peso da mudança climática em cadaumdeles, pois varia- ções naturaisanoa ano. Mas um estudo publicado nesta semana corrobora a sensa- ção de que o Hemisfério Sul está ficando mais tempes- tuoso, eo Brasiljá sente esse efeitono cotidiano. Otrabalho é uma pesquisa da Universidade de Chica- go, que, independentemen- te do aquecimento global, buscou responder por que a região austral do globo é mais propensa a temporais. Ao compilar dados de indi- cadores climáticos e rodar simulações de computador, os cientistas concluíram queé principalmente a con- figuração do relevo da regi- ãoqueinfluenciaas diferen- ças, e o posicionamento dos Andes e de outras cadeias montanhosas modifica o fluxodear no planeta, oque prejudica o Hemisfério Sul.

COLHENDO TEMPESTADES

A pior notícia embutida na pesquisa, publicada na se- mana passada pela PNAS, a revista da Academia Nacio- nal de Ciências dos EUA, vem dos modelos matemá- ticos que os cientistas cria- ram para projetar o clima futuro, levando em consi- deração o conhecimento que produziram.

“Nós projetamos que o Hemisfério Sul vai se tor- nar ainda mais tempestuo- so”, escreveram os cientis- tas, liderados pela climató- loga Tiffany Shaw. “No He- misfério Norte, as mudan- ças na ocorrência de tem- pestades são abafadas por causa de um “cabo de guer-

ra” entre as mudanças cli- máticastropicale polar”.

Os cientistas explicam que as mudanças de radia- ção solar passando pelo to- po da atmosfera, que ocor- rem pela perda de gelo e ne- ve perto dos polos, têm efei- tosdistintosnos doishemis- férios. No Norte, a intera- ção entre esses fatores inibe aformação de tempestades. No Sul, uma intensifica- ção desse fenômeno.

Analisando o território nacional neste fim de ano, é difícil ignorar a chegada de eventos extremos de chuva ao Brasil.

Na cidade de São Paulo, em sete dias choveu metade do volume esperado para o mês. Sinal de que, indepen- dentementeda mudança na média, a precipitação está se concentrando em um pe- ríodo menor. Deslizamen- tos de terra como conse- quênciadaschuvas são mui- tos. No Norte Fluminense,

os eventos mataram três pessoas no início do mês. Em Santa Catarina, foram sete mortes. No Paraná, uma encosta de terra que desabou sobre a rodovia BR-376 matou dois homens soterrados e bloqueou a es- trada por novedias.

SISTEMA INTERLIGADO Isoladas, essas tragédias não podem ser atribuidas direta- mente à mudança do clima. Masavaliadasem conjunto, e com o volume de chuva nes- ses lugares sendo computa- do, os dados alimentam as observações e projeções dos cientistas climáticos. Comoo clima está interli- gado em todo globo, fenô- menos aparentemente des- conexos podem ter grande influência um sobre o ou- tro. No caso do estudo de Shaw, um dos fatores que mais influenciam a Pa quência de tempestades nostrópicoséoaquecimen-

Nuvens no horizonte. Tempestade na Zona Leste de São Paulo no fim de novembro: em sete dias. choveu metade do volume esperado para dezembro

todaságuasdo Oceano Aus- tral,a grande massa deágua que rodeia a Antártida.

As duas regiões polares do

laneta diferem em geogra- fia, sobretudo pela posição de seus mares. Enquanto no Polo Sul háumamassade ter- racercadade água (a Antárti- da), no Polo Norte á uma massa de água cercadade ter- ra (o Oceano Ártico). E essa distinção influencia muito a dinâmica do clima.

“Nós mostramos que o au- mento recente na propen- são a tempestades no He- misfério Sul está conectada ao transporte de energia no Oceano Austral”, escrevem oscientistas. “Essas mudan- ças observadas são consis- tentes, de modo qualitativo, com modelos de projeção futuradoclima”

Como o aquecimento do Oceano Austral exerce sua influência em todas as dire- ções, não surpreende que o Brasil, o maior país do He-

misfério Sulem extensão ter- ritorial, esteja entre aqueles que devem sentir as mudan- ças mais intensamente.

CIÊNCIALOCAL

As pesquisas de escopo mais local publicadas recente- mente corroboram com as análises globais.

Um estudo dos climatólo- gosda UFR] Wanderson Sil- va e Antonio Carlos Oscar Jr. publicado em junho des- te ano na revista científica Natural Hazards, mostra como os extremos de chuva estão se fazendo sentir no Rio de Janeiro.

“Olhando para tendênci- as, existe um aumento do acúmulode precipitaçãoex- trema em várias estações meteorológica pertodo oce- ano”, escrevem os cientistas no estudo da UFRJ. “O ex- tremodechuvaem períodos de 24 horas exibe um au- mento na maior parte do Riode Janeiro, crescendo de

Imma5mm pordécad.

A observação dos cientis- tas é preocupante porque a maior parte do território fluminense registra umain- tensidade de precipitação diáriade cercade 13mm.

Um estudo que avaliou a tendência em eventos extre- mosde chuva no Paraná, tam- bém publicado neste ano, é outro que deu sinais preocu- pantes. O trabalho usou da- dos de estações meteorológi cas dos municípios de Curiti- ba, Castroe Paranaguá.

“Uma tendência significati- va de aumento foi observada, especialmente em Curitiba, umacondição que está associ- ada ao aumento expressivo e significante deindicadoresde temperatura do ar no clima”, escreveram pesquisadores li- derados pelo cientista Paulo Miguel Terassi, do Instituto Tecnológico Vale, na revista Urban Hazards.

fortes indícios de que os extremosdechuvavãosetor- nar mais frequentes em ou- tros estados brasileiros. Um estudo da Universidade de Viçosa (MG) comparou da- dos históricos sobre a fre- quência de chuvas extremas no país de 1980 a 2015 com previsões feitas para o perio- dode 202042100.

“A análise de projeções cli- máticas futuras indica um aumento nos níveis de retor- no de precipitação extrema comparados com o mesmo período histórico em pelo menos 90% do território na- cional”, escreveram os cien- tistas, liderados por Bianca Cortez, na revista Hydrologi- cal Sciences Journal.

Sea infraestrutura do paí para lidar com as chuvas não conseguiu dar conta de muitos desastres no passa- do, o futuro não é otimista.

“Ele mostraque projetos de engenharia precisam urgen- temente considerar a essên- cia “não estacionária! dos ex- tremos de precipitação, sobo risco de uma infraestrutura cada vez mais insegura”, afir- maa pesquisadora.

ANTÔNIO GOIS

ator poe ca org te

Cortes na educação

0: de 96,6% do orçamento das políti- cas públicas destinadas à educação in- fantil em 2023 não é corte, mas sim des- cumprimento de um dever constitucional. Este foi um dos principais argumentos apresentados pelo representante do Movi- mento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (Mieib), Bruno Tovar Falciano, em

audiência pública realizada no início deste mês na Câmara dos Deputados. Trata-se de um dilema que historicamente nunca re- solvemos plenamente: ampliamos direitos educacionais, mas quase sempre falhamos na criação das condições efetivas para que elesse concretizem.

No caso da educação infantil, agra- vantes por serumaárea de mais alto retor- no potencial do investimento público no longo prazo e por ser promessa não cum- pridade prioridade pela gestão Bolsonaro. Mas esta não é aúnica etapa a sofrer com problemas orçamentários, como vimos nos últimos dias na crise dos bloqueios de verbas em instituições federais e órgãos de fomento à pesquisa.

Sempre quando analisamos o volume necessário de investimentos em educação para garantia de direitos, um legitimo debate sobre como aumentar também a eficiência. Fala-se muito, por exemplo, que entre 2003 e 2014 (período em que o PT esteve na Presidência) o gasto público poraluno triplicou no país, descontada

ainflação, sem que a educação tivesse me- lhorado. Esta é uma meia-verdade. Basta olhar para os indicadores de matrícula em todas as etapas e de aprendizagem no pri- meiro ciclo do ensino fundamental para constatar que houve sim avanços nada desprezíveis, ainda que insuficientes, sem falar em outros que não são mensurá- veis por testes ou no curto prazo.

Um pente-fino nas

Ampliamos políticas da época per- direitos mite identificar ações educacionais, eficientes e outras nem mas quase tanto. Podemos citar sempre falhamos por exemplo a expan- nacriaçãodas são de matriculas em condições efetivas universidades federais para que eles por meio do ReUni, se concretizem que teve impacto posi-

tivo na ampliação de vagas, mas deixou a desejar em metas de maiseficiêncianataxa dealunos por docen- te. Mais problemático foi o Fies, um progra- ma necessário para ajudar a diminuir a eva- são no ensino superior privado, mas que te-

ve expansão desenfreada, resultando em al- tainadimplência e pouca eficácia.

Em tese, períodos de restrição orçamen- tária podem ser oportunos para melhorar a eficiência. Não foi isso que vimos na gestão Bolsonaro. No ensino superior, o governo chegou até a enviar em 2019 ao Congresso umarremedode proposta (o Future-se) que tinha como um dos objetivos a melhoria da gestão de instituições federais. Mas, para colocarde péuma mudança dessa magnitu- de e fazer ela ser aprovada, não basta fazer barulho. É preciso competência ecapacida- de de articulação com diferentes atores.

O governo teve quatro anos para mostrar alguma capacidade de melhoria do gasto público na educação, mas o que estamos vendo especialmente em seus últimos dias é apenas resultado do descaso e incompe- tência. Olhando para o futuro, para avan- çarmos na pauta da eficiência, é preciso primeiro garantir previsibilidade no orça- mento e patamares mínimos razoáveis pa- ra queas instituições possam cumprir suas obrigações mais básicas.

10

Saúde

Segundo fora 1212.2022 | O GLOBO LEUCEMIA E gom es Tratamento inovador salva garota E E

nte de 13 anos recebeu células imune:

neticamente modificadas

Ega

ALICE CRAVO E KAROLINI BANDEIRA

pers: pela equipe de transição do go verno eleito de Luiz Inácio Lula daSilva, odepartamento de saúde mental, asercria- do na estrutura do Ministério da Saúde, de ve ter como foco o fortalecimento de Cen- tros de Atenção Psicossocial (Caps), além de coordenar e articular políticas de com- bateaoconsumo abusivo deálcoole drogas. aso a sugestão do grupo seja aceita por Lu- la, será a primeira vez que a pasta terá um departamento exclusivo para o tema. Atualmente, não hánenhuma área dentro do Ministério da Saúde que cuide especifi- camente de saúde mental. Iniciativas que tratam do tema estão espalhadas em dife- rentes pastas. Nas outras gestões petistas, o tema era tratado em coordenação vincula- daàSecretariade Atenção à Saúde. Agora, à ideia é criar uma estrutura maior, com mais capacidade para desenvolver políticas pú- blicas que ajudem a população que sofre

com transtornos psiquiátricos.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil liderava o ranking global de casos de ansiedade antes da pandemia de Covid-19 —e também ga- nhava nos números de incidência de de- pressão entre os países da América Latina. Após mais de dois anos marcados por per- das, isolamento, medo einsegurança, aava- liação de especialistas é que o novo governo enfrentará índices ainda mais preocupan- tes de transtornos mentais.

Nosso entendimento hoje é que hou- ve um gigantesco retrocesso nessa área. Isso precisa ser recuperado. É preciso re- forçar a rede de atenção psicossocial. É preciso ter uma atenção especial às pesso- as que direta ou indiretamente começa-

ram aapresentar transtornos por causa da pandemia. É preciso pensar uma estraté- gia específica para isso afirmou ao GLOBO o senador Humberto Costa (PT), que é médico e integra a coordenação do grupo de trabalho em Saúde na transição.

CORTESDERECURSOS O aumento na procura por ajuda profissi- onal no país de até 25% nas consultas psiquiátricas em 2021, segundoa Associa- ção Brasileira de Psiquiatria (ABP) vai na contramão da instabilidade de políti- cas de saúde mental e dos sucessivos cor- tesderecursos da Rede de Atenção Psicos- social (Raps), queabrange os Caps. No go- verno de Jair Bolsonaro, houve uma prio- ridade para as chamadas comunidades te. rapêuticas, geralmente ligadas a igrejas, quetêm como foco principalotratamento de dependentes químicos. Os Caps, por sua vez, contam com uma equipe multi- profissional psiquiatras, psicólogos e outros profissionais de saúde. —Vamosretomaressa política, eosCaps têm papel fundamental, principalmente aqueles que funcionam 24 horas. Se você não tem uma rede de Caps, não consegue tratar as pessoas na própria comunidade, acompanhar suas famílias. Com isso aca ba restando como alternativa o isolamen- to, internação em uma outra cidade, per manência em hospital. A proposta agora é retomar o papel dos Caps com centralida- de eocuidado da saúde mental na atenção primária —afirmou o ex-ministro da Saú-

MENTE SA ransição propõe epartamento e rede ara saúde mental

Demanda. Especialistas destacam que distúrbios trazidos pe!

de Arthur Chioro, que também integra a equipe datransição para aárea

O grupo se reuniu nos últimos dias com setores ligados à saúde mental, como fun-

cionários do SUS e declínicas especializa- das, paratratar da criação do departamen- to. Aproposta de criar a estrutura no novo governoconstaráno relatório final quese entregue ao vice-presidente eleito, Ge- raldo Alckmin, ainda neste mês, junto com o alerta da necessidade de fortaleci- mento das políticas do SUS, incluindo os Caps. Entre as sugestões estruturais esta a de levar de volta para o Ministério da

a pandemia ampliaram a urgência de apoio psicológico

Saúdeáreas eações que hojeestão pulveri zadas pela Esplanada e que sãodiretamen- teligadas às questões de saúde.

Em paralelo, o departamento também trabalhará com outras secretarias e minis- térios que esbarram no tema pela sua trans versalidade. O objetivo é ter uma alternati- vaquesejacapaz de conduzira rede deaten ção e que voltea ter centralidade na produ- ção e armazenamento de estudos, pesqui- sas, análises e monitoramento.

Segundo Chioro, a demanda represada no tratamento e acompanhamento na área dasaúde mental é hoje um dos princi-

pais problemas dentro do SUS, superando até mesmo as filas de atendimento para acompanhamento de doenças crônicas e cirurgias eletivas. Atualmente, boa parte dessa demanda represada teve origem nos impactos deixados pela pandemia.

Há, por exemplo, um grave problema de fila envolvendo hipertensos, diabéti- cos, pessoas que precisam de cirurgia ele tivas, aquelas que tem câncer. Mas todo mundo diz que uma das áreas que está mais grave é a saúde mental. É onde mais filas. As pessoas não vão a uma con- sulta e resolvem o problema. É um trata- mento contínuo. Entãoo acúmulo é muito grande e será uma das áreas queo governo vai priorizar —afirmou o ex-ministro.

Ooncologista Drauzio Varella, queinte gra o time de médicos escalado por Lula para colaborar com sugestões para a tran. sição, ressaltou em entrevista ao GLOBO aimportânciado fortalecimentodos Caps para lidar com o nível de complexidade da saúde mental atualmente.

O SUS tem os Caps, que fazem esse atendimento. Mas são insuficientes para li- dar com o nível de complexidade que é a saúde mental hoje, especialmente depois da pandemia. O número de casos de ansie dade, depressão, aumentou, mas vinham de antes. Em 2015, A OMS tinha estima- do que a partir da década de 20 teríamos a depressão como a principal causa da falta dotrabalho. Aíveioa pandemia, com as pes- soastrancadasemcasa, medo, insegurança, insegurança financeira, que agravou isso. Agora, a pequena estrutura que o SUS esta- va começando a montar ficou insignifican. tefrenteàs necessidades da população.

ALTADESUICÍDIOS

Médico psiquiatra da rede de hospitais San. ta Lúcia, em Brasília, Fábio Aurélio Leite alerta para os indicadores de suicídio no Brasil, que crescem ano a ano e destoam da queda na taxa mundial enquanto os ou- tros países registraram diminuição de 36% noscasos de suicídio em 2019, dados do D: taSUS de 2020 apontaram para aumentode 35% em um periodo de nove anos no país.

A escalada de números de suicídio no Brasil é motivo suficiente para que a saúde mental seja vista como prioridade pelo governo. Há, agora, sequelas da pan demia, queampliouaindamaisos casosde transtornos mentais no mundo, em espe- cialno Brasil, segundo país com maismor- tespor Covid —aponta Leite.

Segundo o psiquiatra, após anos de negli gência, o país está atrasado em estruturas e medidas para saúde mental: pandemia trouxe à tona uma urgência 1. É papel do próximo governo tratar a pauta com seriedade e implementar ações efetivas para frear os atuais indicadores. A criação de setorese departamentos especializados é vis- ta com bom olhos pelos profissionais daárea.

Para a médica psiquiatra Carolina Hanna de Aquino, do Sírio Libanês de São Paulo, a criação de um departamento ajudaria a cen- tralizare atualizar os indicadores do país.

Temos, atualmente, dificuldade para medir a efetividade de políticas públicas de saúde mental. É diferente, por exemplo, de medidas para a saúde física. Um depart: mento seria extremamente útil para con- trolar e avaliar o impacto das ações realiza- das, além de sistematizar as falhas —diz.

CIÊNCIA

Calote na ciência

pers ê acaba de se formar na facul- dade, e está procurando o primeiro em prego. Uma organização ou empresa lhe oferece um salário mínimo e faz as seguin tes exigências: exclusividade absoluta; não pode aceitar nada por fora. Se fizer um bico ealguém lhe denunciar, você pode ser obri- gado a devolver tudo o que recebeu. Não direitos trabalhistas. Nada de FGTS, dé- cimoterceiro, hora extra. Seu tempodetra- balho não conta para aposentadoria. E, fi nalmente, se pedir para sair, vai ter que de-

volver todos os salários recebidos.

Se essas condições lhe parecem chocan tes, saiba que assim são muitos dos contra- tosde bolsas de estudo de pós-graduação no Brasil. Diversos profissionais, jovens pes- quisadores que trabalham nas universida- des brasileiras e institutos de pesquisa, aceitaram esses contratos de quase-escravi- dão, seja pelo amor à ciência, seja pela pers pectiva de receber um título (mestre, dou- tor) que quem sabe, talvez, um dia, abra portas melhores no mercado de trabalho.

Agora imagine que, após aceitar estas condições desumanas até para os padrões predatórios do mercado de trabalho brasi- leiro (lembre-se de que soldado da PM tam bém é proibido de fazer bico, mas quando faz quasenunca é punido, e que mesmottra balhador “PJ” precarizado pode trocar de emprego sem sofrer sanções), para assumir uma atividade que nem é vista como traba- lho “de verdade” —quem, durante a pós graduação não escutou a frase “mas você

não trabalha, estuda?” seu emprega- dor apareça com o seguinte aviso: este mês eu não vou pagar seu salário. Lembre-se:

além de não ter a quem recorrer, você está proibido deter outra fontederenda, esede-

cidir “pedir demissão”, precisa devolver tu- doque járecebeu

Foi exatamente por este susto que os jo- vens cientistas brasileiros passaram na s mana passada, quando a Capes (Coordena

ção de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ni- vel Superior) anunciou

Destruir a que não pagaria as bol- pós-graduaçãoé sas dos estudantes de destruir a pesquisa mestrado e doutorado. científica do país. Não é a primeira vez Não laboratório que a verba para ciên- ou projeto que ciae, principalmente, funcionesemo paraossaláriosdospós- pós-graduando graduandos, é cortada

para o governo federal fechar as contas. Em abril de 2019, passa- mos pelo mesmo problema. Não se trata apenas de falta de organização e planeja- mento. É descaso e desrespeito mesmo, com uma área que tem pouco poder de mo- bilização, pouco apoio da sociedade, uma decisão tomada por pessoas que não têm ideia das consequências deste desmonte Destruir a pós-graduação é destruir a pes quisa científica do país. Não existe labora- tório ou projeto de pesquisa científica que funcione sem o pós-graduando. São estes

jovens pesquisadores os responsáveis pelo trabalho pesado, que gera conhecimento e tecnologia. Sem eles, não tem vacina, não tem medicamento. Também não tem de- senvolvimento de agricultura ou energia limpa. Não tem ciência.

Neste último episódio, em particular, a As- sociação Nacional dos Pós-Graduandos agiu rapidamente, entrou com um mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Fede- ral, conseguiu resolver asituação. Mas afas tar a emergência não resolve o problema, e não impede que ele se repita. O sistema de pós-graduação no Brasil é injusto, frágil e ex- cludente: quem pode se sentir confortável nessas condições é quem tem dinheiro da fa- múília para suplementar a bolsa.

É preciso, no mínimo, instituir direitos trabalhistas, fazer contar o tempo de apo- sentadoria, retirar a regra de exclusividade. Nãosão mudançasdificeisdeimplementar. Reajustar o salário também não: basta ad mitir que ciência é prioridade, em detri- mento talvez do suprimento de Viagra do Exército? Ou fazemos isso, e valorizamos a ciência brasileira, ou não poderemos recla- marquandooúltimo pós-graduando sairdo país, decretando o fim da ciência brasileira.

O GLOBO | seguncaicira 1212.2022

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Ec mia

QUEDA DE RECEITA

Governos estaduais tiveram perdas após imposição de corte do ICMS pela União

'TEXTÃO' NO TWITTER

(6)

Posts terão 4 mil caracteres, diz Musk

naves Rede socialretançaserviço por assinatura. que sairámais caro para quem temiPhone

Arrecadação total com ICMS (variação em relação a igual período do ano passado) IºTRIMESTRE TRIMESTRE FºTRIMESTRE

( g ICMS com energia elétrica T ICMS com combustíveis a ICMS com demais produtos

283

[| E

8a E 386 405 as eg iz |==1 a E A IWTRIMESTRE ZºTRIMESTRE TRIMESTRE IºTRIMESTRE 2ºTRIMESTRE TRIMESTRE PTRIMESTRE Z' TRIMESTRE 3ºTRIMESTRE

Fonte: Confaz e IBGE. Elaboração da Instituição Fiscal Independente Editoria de Arte

O NÓDOICMS

CORRIDA PARA RECOMPOR CAIXA

Estados elevam imposto ou criam novos após alívio para combustíveis

CAROLINA NALIN, FERNANDA TRISOTTO, MANOEL VENTURA, JOÃO SORIMA NETO, GUILHERME CAETANOE IVAN MARTINEZ VARGAS ma must ishomuo eesremas apto tom te

ssim como o governo fe-

deral, os estados também enfrentarioum cenário fiscal mais adverso em 2023, com queda na receita devido ao cortedo ICMS aprovado pelo Congresso este ano. Para re- compor o caixa, ao menos cinco assembleias estaduais Sergipe, Piauí, Pará, Para- náe Goiás aprovaram au- mento de impostos ou cria- çãodetributos.

Na última quarta-feira, Pi- auí e Sergipe aprovaram leis paraaumentodo ICMS emsu- asassembleias legislativas. No casodo Piauí, a alíquota básica subirá de 18% para 21% comexceção de gás decozinha eitens da cesta básica, que ti- veram redução de imposto. Também foicriado o Fundode Desenvolvimento da Infraes- trutura Logística do Estado do Piauí, que permite a cobrança

de até 1,65% do valor de pro- dutos destinados ao exterior ou que tenham o fim especifi- code exportação. Em Sergipe, a alíquota geral do ICMS vai subir de 18% para 22%.

Omovimentodeelevaçãode tributos é uma tentativa de compensar a queda na arreca- dação após o Congresso ter aprovado, em junho, um proje- to endossado pelo governo Bolsonaro a reduzir o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e telecomuni- cações. O objetivo erabaixaros preços, sobretudo da gasolina, às vésperas das eleições.

QUEDADEG5%

Segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI), a queda na arrecadação do ICMS no terceiro trimestre foi de 6,5%, principalmente devido ao cor- teno imposto estadual, agrava- do pelo freio na economia.

O crescimento econômi- codeveser menor eisso, soma- doà redução de alíquotas, deve afetar a arrecadação dos esta-

dos —diz Vilma Pinto, econo-

mistae diretora da IFL.

No Piauí, a estimativa de

rda de receita com o corte do ICMS nos últimos meses é decercade R$ 800 milhões. aSecretariada Fazendade Ser- gipe calcula em R$ 173 mi- lhões até o fim deste ano.

No Pará, a Assembleia Le- gislativa também aprovou lei para elevar a alíquota bá- sica do ICMS de 17% para 19% para alguns itens. Mas o governador do estado, Helder Barbalho (MDB), declarouqueaelevação éin- suficiente para compensar as perdas de arrecadação. No Paraná, deputados apro- varam proposta que eleva a alíquota básica do tributo estadual de 18% para 19%.

Fizemos a aprovação para compensar a perda de arreca- dação quetivemos devido à re- dução das alíquotas de ICMS sobre combustíveis, teleco- municações e energia. Tam- bémaumentamosasalíquotas sobre refrigerantes. Nosso dé- ficit vai bater R$ 3,3 bilhões. Essas mudanças que fizemos

devem mitigarissoem 50% disse Ratinho Jr. (PSD), gover- nador do Paraná, que ainda precisa sancionaranovalei.

O governo do Paraná tam- bémencaminhou ao Legislati- vo proposta para a criação do Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Logística do Estado do Paraná, mas ainda não data para votação. Os recursos virão de novas taxas sobre a comercialização de commodities como soja e mi- Tho, com alíquotas de até 3%.

Iniciativa similar foi apro- vada pela Assembleia Legis- lativade Goiás, queacatoua sugestão do Executivo para criar uma contribuição so- bre produtos do agronegó- cio. A arrecadação também será destinada para um fun- do de infraestrutura.

Em nota, o estado de Goiás disse que as perdas de arreca- daçãocomareduçãodo ICMS são estimadas em R$ 2,2 bi- lhõesnesteano eem R$ 5,2bi- lhões em 2023. O governo es- tima arrecadar até R$ 1 bilhão poranocomo novo fundo.

Q

“A reação dos estados foi arrochar os contribuintes. criação de taxas sob nome de fundos, e outros que aumentam a alíquota base do ICMS”

Fernando Scaff, sócio do Silveira Athias Advogados

“O crescimento econômico deve ser menor e isso, somado

à redução de alíquotas (sobre bens essenciais), deve afetar a arrecadação dos estados (em 2023)”

Vilma Pinto, diretora da IFI

Após eleições, Auxílio Brasil tem quase 128 mil na fila do benefício

GERALDA DOCA gets td ogiobo com tr asas

fila do Auxílio Brasil vol- toua crescer após as elei- ções. Segundo dados do Mi- nistério da Cidadania, 127948 pessoas foram consi- deradas elegíveis ao progra-

madetransferência de renda, mas ainda não vão receber o benefícioemdezembro.

O pagamento da última parcela do ano começa hoje para 21,6 milhões de famíli- as. A formaçãodafilaapósas eleições foi antecipada pelo jornal Folha de S. Paulo. A

promessa do Ministério da Cidadaniaerazerar a filaaté ofim desteano.

Em julho, segundo dados oficiais do governo, havia 1,569 milhão de pessoas es- perando para receberobene- fício. Para tentar melhorar suas chances de vencer as

eleições, o presidente Jair Bolsonaro(PL)ampliouo va- lor da transferência de renda de R$ 400 para R$ 600 men- sais até dezembro de 2022 e zerouafiladeespera.

Desde então, foram incluí- dos no programa mais 3,5 mi- lhões de beneficiários, com a

aprovação da Proposta de Emendaà Constituição (PEC) Eleitoral no Congresso.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva prome- teu manter o valor de R$ 600 mensais. Para isso, ten- ta aprovar na Câmara a “PEC da Transição”, que li-

Juliana Damasceno, econo- mista da consultoria Tendên- cias, explica que as contas dos estados foram beneficiadas em 2020 e 2021 com as trans- ferências federais bilionárias durante o período mais duro da pandemia e com os efeitos da inflação, que garantiu uma arrecadação maior. Esse foi o argumento de Bolsonaro para forçar a redução do ICMS.

No entanto, passada a pior fase da pandemia, os salários de servidores voltaram a ser reajustados neste ano e uma onda de investimentos em infraestrutura foi retomada, em função da tentativa de reeleição de governadores. O problema, lembra ela, é que esses investimentos contra- tam mais gastos permanen- tes paraosestados, num perí- odo de queda na arrecadação de ICMS e de indefinição so- bre uma possível compensa- ção da União. Na média, combustíveis e energia cor- respondem a cerca de 30% da arrecadação dos estados.

A reação dos estados foi arrochar os contribuintes. criação de taxas sob nome de fundos, e outros que aumen- tam a alíquota base do ICMS. Os estados querem compen- sação, masa União nãotemga- rantiadecaixa, porqueenfren- taas limitações do teto de gas- tos —diz o professor da USP Fernando Scaff, sócio do Sil- veira Athias Advogados.

DIÁLOGO COM LULA EM 2023 Os estados tentam finalizar um acordo com a União para compensar as perdas com a lei aprovada em julho. Como o ICMS é estadual, os governa- dores alegaram inconstitucio- nalidade da lei e recorreramao Supremo Tribunal Federal (STF), quecriou uma comis- são de reconciliação. O gover- no eleito, porém, pediu para o Supremo adiar as discussões. Mas o diálogo de Lula com os governadores, que acontece- ria ainda antes da posse, ficou para janeiro de 2023.

—AUniãonãopodelegislar sobretributos estaduais, aqui- lo foi um absurdo e deverá ser desfeito nesse acordo cons- truído no Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendá- ria), com representantes do STE disse Mauro Mendes (União Brasil), governador do Mato Grosso.

SUSPENSÃO DE DÍVIDA

Diante do impasse, oito esta- dos conseguiram liminar pa- ra suspender dívidas com a União. Levantamento do Te- souro Nacional aponta que, até 29 denovembro, o impac- to das liminares foi de R$ 6 bilhões. Para Juliana, da Ten- dências, as liminares não re- solvem o problema:

Quando você suspende adívida, você não quita. En- tão, faz-se uma compensa- ção temporária do fluxo, mas não do estoque.

Na avaliação da especialis- ta é precisoquesejafeitauma reforma tributária mais am- pla para reduzir as distorções dosistematributário do país.

bera gastosde até R$ 168 bi- lhões no ano que vem. O programa de voltar a se cha- mar Bolsa Família. Lulatambém pretende re- vero cadastro do programa, para verificar a situação dos que declararam morar sozi- nhos. O objetivo é coibir di- visãoartificial de famílias, que houve um crescimento das chamadas famílias uni-

pessoais.

12 Economia

Segunda-feira 1212.2022 | O GLOBO

Transição corre para aprovar PEC nesta semana

Após encontro com Lula, relator do Orçamento se diz confiante na aprovação na Câmara e promete que folga orçamentária terá Saúde e Educação como prioridade. Proposta, no entanto, deve enfrentar mais dificuldades do que no Senado

BRUNO GÕES tra goesfoginbacombr uam

A “PEC da Transição”, que abreespaço fiscal de R$ 75 bilhões no Orçamento de 2023, entraem semanadecisi- va. Apósser aprovada pelos se- nadores na quarta-feira passa- da, ela deve ter uma tramita- ção mais difícil na Câmara. Parte dos deputados estão pre- ocupados com o julgamento das emendas de relator, ocha- mado orçamento secreto, pelo Supremo Tribunal Federal. O

idente da Câmara, Arthur Lira(PP-AL), defende o meca- nismo e poderia criar dificul- dades para a aprovação da pro- posta na Casa, caso a Justiçao considere ilegal.

Após se encontrar com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Mar- celo Castro (MDB-PI), rela- tordo Orçamento de 2023no Congresso e um dos princi-

pais articuladores da PEC, disse estar confiante na apro- vação da proposta esta sema- na. E afirmou que vai apre- sentarum novo relatório para o nto, consideran- do a folga fiscal que será cria- da pela PEC, ainda hoje. Castro afirmou ontem, após se reunir com o presi- dente eleito, Luiz Inácio Lu- ladaSilva (PT), que as áreas de Saúdee Educação ficarão com as maiores fatias do no- voespaço fiscal. —Aáreamaispriorizadaéa Saúde. Por quê? ento daSaúdede2023estácom R$ 16,6 bilhões amenos do que o de 2022. E ainda tem fila do SUS para cirurgias eletivas, principalmente por causa da Covid. Emsegundolugar,o da Educação asuniversi- dies à rnerenã escola vo- cês estão acompanhando e vendo que não tem recursos para nada disse o senador

após reunião com Lula.

Hoje, Castro apresentará o relatório com as modificações. A“PEC da Transição” ampliaa possibilidade de gastos do go- verno em R$ 168 bilhões por dois anos. Parte será usada pa- ra manter o Bolsa Família em R$ 600 mensais e acrescentar R$ 150 por criança menor de seis anos. Mas a PEC também vai abrir um espaço de R$ 75 bilhões no Orçamento de 2023, em comparação com a p presentada pelo go- verno de Jair Bolsonaro (PL).

DECISÃO SOBRERELATOR Uma reunião hoje deverá defi- nir o relator da PEC na Câma- ra. Deverá ficar coma União Brasil, que tem bancada de 53 deputados a quarta maior da casa. A PEC precisade 308 vo- tosdos 513 deputados.

Além da resistência de Lira, deputados que re- clamam por nãoterem partici-

Conselho da Fiesp marca reunião que pode destituir presidente

Sindicatos questionam gestão de Josué Gomes, que comanda a federação

JOÃO SORIMA NETO eso serena agito combr somas

indicatos que formam a maioria no Conselho de Representantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pedem as- sembleia paradiscutir a substi-

tuição do empresário Josué Gomes da Silva na presidência da entidade publicaram edital convocando o encontro para 21 de dezembro, como anteci- pouo colunista Lauro Jardim. A decisão ocorre à revelia de Josué e veio após o presidente da Fiesp não ter acatado o pe-

dido de assembleia para hoje.

O edital foi publicado pelo Conselho. Pelo menos 86 sin- dicatos, dos 106 filiados, en- dossam o pedido. No edital, eleslembramqueem 10deou- tuboaConselhode epresen- tantes, “órgão máximo e sobe- rano” da Fies Fiesp, decidiu pela

Com Selic alta, 2023 deve ser o “ano da renda fixa” de novo

Até poupança rende acima da inflação, com juros no maior nível desde 2016

NATHÁLIA LARGHI ecromsSogttacom tr

Err março de 2021, 0 Banco Central iniciou o processo deaumentodaSelic. Ataxabá- sicade juros saiu de 2% ao ano (patamar mais baixo da Histó- ria) para 13,75%, valor manti- do na reunião da última quar- ta-feira. E em um cenário de inflação global alta e incerte- zas políticas como é o atual, a perspectiva é de que os juros não caiam tão cedo. Isso signi- fica, portanto, que grandes chances de vermos mais um “ano da renda fixa”, em quea melhor estratégia para os in- vestidores é aplicar em papéis mais conservadores.

Os investimentos de renda fixa tornam-se mais atraentes porque muitos deles têm seus rendimentos atrelados à Selic,

rtanto, quanto mais alta ela

, maiseles rendem.

Segundo analistas, as pers- pectivas paraa Selicsãode que elanãoabaixetãocedo, poden- do, inclusive, subirnoiniciode 2023. Parte dessa percepção vem das incertezas sobre o próximo governo e sua condu- ção da política fiscal.

Não para cravar o que acontecerá coma Selic porque

ainda não sabemos o caminho que 2023 vai seguir, especial- mente diante de novo gover- no. A perspectiva é que um cortede juros deve vir sóa par- tir do segundo semestre, mas ainda fechamos o ano com a Selicem doisdígitos —diz Ro- drigo Caetano, analista da To- ro Investimentos.

Noúltimo dia5, as projeções do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central com esti- mativas de analistas para os principais indicadores econô- micos do país, mostrou que a expectativa paraa Selic no fim de 2023 é de 11,75% ao ano, e

previsão de inflação de 5,08%. ATIVOS PÓS-FIXADOS EM ALTA

Caso esse cenário se concreti- ze,o investidor que aplicar em ativo cujo rendimento acom- panhe a Selicterá rentabilida- de real positiva, com rendi- mento acima da inflação. Ganhos reais com a renda fi- xajá ocorrem em 2022, da inflação alta. Neste ano, a inflação medida pelo IPCA acumula 5,26% até 6 de de- zembro. a Selic acumula 11,37% no mesmo período. A poupança, por sua vez, acu- mula 9,48% de acordo com a

regra antiga (para valores de-

positados até maiode 2012, na “velha poupança”) e 7,90% na “nova poupança” o IMA-B, índice formado pelos títulos públicos indexados ao IPCA, tevealta de 5,55%.

Ainda assim, dizem os espe- cialistas, a escolha dos papéis pedeatenção dos investidores.

Vinícius Romano, especia- lista de Renda Fixa da Suno friença aticran ques perciso idir os ativos entre o pós-fixados e atrelados à inflação antes de escolher.

Para ele, os ativos pós-fixa- dos (títulos com a remunera- çãoatrelada à taxa básica de ju- rosou ao CDI, taxa que segue de perto a Selic), foram “os mais beneficiados por conta de todo o aumento dos juros”.

Romano afirma que, com as perspectivas de que a Selic continue alta, a chance de es- ses ativos continuarem dando rendimentos reais aos investi- dores é grande.

Paraosativos prefixados, ele sugere mais cuidado. Nesses títulos, a taxa de juros ofereci- da ao investidor é acordada na emissão doativo. Assim, oren- dimento dele ao fim do prazo da aplicação é conhecido e garantido, desde que carrega- doatéo vencimento.

Nota da Redação: excepcionalmente, a coluna indicadores não será publicada

Combinado. O relator do Orçamento, Marcelo Castro: cronograma acertado

pado do texto aprovado no Se- nado. E bolsonaristas que querem reduzir o impacto da PEC a um ano, com corte no valor de autorização de,

Na reunião de Castro com

convocação da assembleia e que em 21 de outubroo docu- mentocomo pedido foi entre- gueaele. Mas Josué ignorou o pedido enãomarcoudata.

O foco está na atuação de Josué “acerca de atos que de- notem desvirtuamento dos finsestabelecidos nos estatu- tosda Fiesp mediante a defe- sa de ideias incompatíveis com os interesses dos sindi- catos filiados e com os ansei- os das categorias industriais representadas, nos termos das correspondências enca- minhadas ao diretor presi- dente, datadas de 10 de outu- bro de 2022 e 16 de novem-

RENDIMENTO DAS APLICAÇÕES Maioria dos ativos de renda fixa superam a inflação VARIAÇÃO NO ANO ATÉ 6/12 (5%)

RENDA FIXA Selic

cor Poupança* Poupança** IRE-M

IMAB IMABS IMABS + IMAS

Lula estavam o futuro minis- tro da Fazenda, Fernando Haddad, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), o senador eleito Wel- lington Dias (PT-PI) e a presi-

brode 2022", além de reque- rimento de 23 de novembro. Oedital deixaclaroqueoob- jetivo é questionar a gestão de Josué: “Analisar as condutas do diretor presidente acerca de eventual quebra do dever de diligência, com as possíveis imputações e consequências descritas no artigo 27 do Esta- tuto Social da Fiesp”. Representantes de sindica- tosdisseram ao GLOBO, soba condição deanonimato, haver um “déficit na gestão de Josué emrelaçãoa problemas cotidi- anos dessas entidades. Para eles, Josué está mais preocupa- do com problemas macroeco-

dente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR). Castro deta- lhou o cronograma acertado com senadores e

Nóscontamosquea PEC, aliássejaaprovadacomofoino Senado para ser promulgada, porquesetiveralguma modifi- cação de mérito, a PEC teria quevoltarao Senadoe, eviden- temente, nosso prazo está muito exiguo. Esperamos que a PEC seja aprovada de terça paraquartanaCâmara. . Sabe- mos que às vezes modifica- ções, mas esperamos que seja aprovada.

O passo seguinte é a apro- vação do relatório do Orça- mento:

Estamos conversando pa- ra consegui aprovar esse relatório na Comissão de Or- çamento na quinta-feira, para que na semana posterior, a úl- tima de funcionamento do Congresso, a gente chegue como Orçamento aprovado.

nômicos do país. Interlocutores na Fiesp afir- mam que a oposição a Josué Gomes seria liderada pelo ex- presidente da entidade, Paulo Skaf, que ficou 18 anos no co- mando da entidade. Os sindi- catos negam. É argumentam que, se Josué for destituído, as- sume o vice-presidente, Ra- fael Cervone. E que Skaf não poderia voltar nos próximos três anos. Mas admitem que ele foi consultado sobreo casa. Josué é filho de José Alencar, morto em 2011 e vice de Lula nosmandatosanteriores. Aex- pectativa é que ele à Justiça

A Fiespnãocomenta.

VARIAÇÃO EM 12 MESES ATÉ NOVEMBRO (%)

RENDA VARIÁVEL Ibovespa

Índice Small Cap 1Brx 50

Euro Comercial Ouro 83

IPCA (5) IGP-M

*Rendimento bruto do dia útil do mês de depósitos feitos até 03/05/2012 (conhecido como “velha poupança”) **Rentabilidade do dia do mês de depósitos feitos a partir de 04/05/12 (conhecido como "nova poupança”) Fontes: Anbima, BC, B3, FGV, IBGE e Valor PRO. Elaboração: Valor Data

Romanoexplica que é preci- so atenção, sobretudo, com os papéis que têm prazos maio- res, por haver incertezas sobre oqueacontecerá comaSelice coma inflação no futuro. Caso ainflaçãosubamuito, pode ser que o rendimento acordado agora seja corroído pela alta de preçosao fim daquele prazo.

PRAZO É IMPORTANTE O mesmo acontece com os ativos atrelados à inflação, diz. Ele não descarta, no en- tanto, aposta neles, sugerindo optar por prazo mais curto.

Desde que o investidor mantenha o título até o venci- mento, tudo bem. Mas é me-

lhor que seja algo para quatro IgorCavaca, analistada War- ren, tem uma visão um pouco mais otimista para os ativos prefixados, sobretudo os titu- los públicos negociados no Te- souro Direto. E afirma quesea inflação perder fôlego, esses tí- tulos ficam mais atrativos. —Casoo (novo) governo sinais de que não haverá mui- tos gastos fiscais, os indicado- res podem começar a melho- rare os prefixados ficam in- teressantes. Mas, se for o con- trário, e houver sinalização de mais gastos, mais incertezas, o foco pode ser nos títulos atrelados ao IPCA, porque a

inflação tendeasubir —diz. Segundo os analistas, além dostítulos públicos, outras oportunidades na renda fixa, como os ativos de crédito pri- vado. Neles, o investidor “em- prestaseu dinheiro” aempre- sas e instituições financeiras, e devolvem ao fim do prazo vencimento, com juros. —Parao investidor que po- de tomar mais risco, começa- mos olhar mercado de crédi- toprivado. debêntures de grandesempresas que vãore- munerar um pouco melhor queostítulosdo Tesouro, por exemplo destaca Cavaca. Seja como for, a dica é que hajadiversificação nacarteira.

O GLOBO | sezunca-teira 12.12.2022

13

ERC ui : Destino de joias é investigado mawes Segundo a policia namorado teria pego objetos de valor em imóvel do sambista po a

s candidatos dois pro- motores e uma procura- dora concorrem hoje à in- dicação para o cargo de pro: curador-geral de Justiça do Rio. O resultado da eleição será divulgado ainda nesta segunda-feira. Mas o nome do futuro procurador-geral será conhecido, de fato, quando o governador Cláu- dio Castro fizer sua escolha na lista tríplice, após o pleito. A lei a ele poder de deci- são, nãoimportase suaopção for pelo mais votado ou não. Uma peculiaridade deste ano é o número enxuto de postulantes em comparação com disputas anteriores. Competemaocargode chefe do Ministério Público do Rio (MPRJ) de 2023 a 2024 o promotor Luciano Mattos, escolhido pela classe na últi- ma eleição, a procuradora Leila Machado Costa ea pro- motora Somaine Cerruti. Quem for eleito lidará com dois casos de repercussão. Um deles é o processo da su- postapráticade'“rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) envolvendo o se-

“Área de segurança continua a ser um dos maiores

desafios“

Bçes Mattos, de 53 anos, ingressou no Ministério Públicodo Rio (MPR]J) em 1992, como auxiliar adminis- trativo. Três anos depois, pas- souno concurso público para promotor de Justiça. Também foi presidente da Associação do Ministério Público do Esta- dodo Rio (Amperj) portrês mandatos , sendo eleito no fim de 2020 para ocargo de procu- rador-geral de Justiça.

Num balanço da gestão, ressaltou que enfrentou pro- blemas que os antecessores nãotiveram, comoa pandemia ea Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como a“ADPF das Favelas”, que criou restrições a operações policiais em comunidades para reduzir aletalidade. A ordem foi dada 2020 pelo ministro do Supre- mo Tribunal Federal (STE),

A CORRIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO

“Rachadinhas' e caso Marielle estão no caminho de novo procurador-geral

nador Flávio Bolsonaro (PL), na época deputado estadual. O Superior Tribunal de Justi ça (STJ) anulou provas do processo. Embora o Órgão Especial do Tribunal de Justi- çado Rio (TJRJ) tenha rejei- tado a denúncia do Ministé- rio Público, a instituição, no entanto, recorreu, pedindo quesó fosse declarada sua nu- lidade. Se o tribunal do Rio deferir o pedido do MP, a pro-

Edson Fachin. Cabe às políci- as justificarem ao MPRJa “excepcionalidade” paraa realização deuma operação.

Foi duranteo mandato de Luciano Mattos, em 6 de maiode 2021, que 28 pessoas morreram numaoperação da Polícia Civil, no Jacarezinho, que ficou conhecida como a mais letal no estado. O MPRJ criouuma força-tarefa para investigaras mortes.

Aáreadesegurança pú-

blica continua a ser um dos maiores desafios ea nossa prioridade. Criamos uma Coordenação Geral de Segu- rança Pública, buscandoa interface com todas asáreas do MPR. Tivemos uma força- tarefa que atuou na ocupação irregular dosolo. A grilagem deterraséa principal fonte de lucro das milícias —disse.

Outro desafio éaprimoraro sistema processual do MPR]:

Queremos um MPRJ maiseficiente. Estamos de- senvolvendo um sistema interno que facilite o trabalho peranteo Tribunal de Justiça do Estado. Ficará prontono início de 2023.

curadoria poderá prosseguir nocaso, a partir de um relató- rio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que deu base à investi- gação. Por ele, é possível identificar movimentações suspeitas na conta bancária do policial aposentado Fabri- cio Queiroz, ex-assessor de Flávio, entre os meses de ja- neiro de 2016 e de 2017, no valorde R$ 1,2 milhão.

Outro caso emblemático sem conclusão e que passou pela gestão de dois procurado res-gerais Eduardo Gussem (2017-2020) e Luciano Mat- tos(2021-2022) é o assassi- nato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Até hoje não se che- gou ao mandante docrime.

Castro tem até 15 dias após receber o resultado da eleição

LEILA MACHADO COSTA

1

“O MPR] deve ser proativo, e combate à corrupção é fundamental”

nica candidata procura- dora, cargo mais elevado

dacarreira, Leila Machado Costa, de 61 anos, foi sub- procuradora-geral de Justiça de Planejamento Institucio- nal. Ingressou na carreira em 1989 e foi membro do Fórum Nacional de Gestão do Conselho Nacional do Ministério Público.

Ementrevistaao GLOBO, eladisse que pretendeimple- mentar um modelo de gestão ágile fortalecer osórgios de execução do MPR], como restabelecimento e aprimora- mento das estruturas técni- cas, de auxílio e de apoio. Ho- je afaltade servidores éuma queixa recorrente da catego- ria, principalmente nos Nú- cleos de Investigação Penal.

Leiladiz queaclasse espera investimentosem tecnologia dainformação para integrar o

oe

sistema do MPR] ao do Tribu- nal de justiça, com objetivo de dar mais agilidade aos proces- sose, assim, compensar, em parte, o déficit de pessoal.

Com. estado em Regime de Recuperação Fiscal, que limita gastos em contrata ções de pessoal, a instituição fica restrita a fazer concur- sos públicos para preenchi- mento de vagas que existi- amantes do plano.

A procuradora ressalta também outras atribuições institucionais:

O Rio permanece em Regime de Recuperação Fiscal, eo MPRJ deve ser proativo na fiscalização da despesa pública. A macro- criminalidade crescee precisa ser combatida com qualificação. E o combate à corrupção é fundamental.

Leilaafirma ainda quea elucidação do caso Mariel- le Franco, chegando ao mandante, é prioridade em sua gestão. perguntada sobre as mudanças que pretende fazer na estrutura dainstituição, a candidata não quis dar detalhes.

|

paraanunciaro escolhido Em nota, a assessoria do governa- dor informou que ele cumpri ráalei, mas sem especificar se ele indicará o mais votado. Jáa Associação Nacional dos Membros do Ministério Pú- blico (Conamp) enviou um ofício ao mandatário reco- mendando que seja escolhido o mais votado da listatríplice. Outra particularidade desta disputa é que, pela primeira

SOMAINE CERRUTI

“Desafios são muitos, mas não tem como tirar o foco da segurança”

omaine Cerruti, de51

anos, se autodefine como uma promotoradalinha de frente. Em seus 26anos na instituição como promotora de Justiça, ela passou a maior parte do tempo na área crimi- nal, formada em Ciências Penais pela Universidade Cân- dido Mendes. Entre as três postulantes, éaúnica que concorre pela primeira vez.

Os desafios são muitos, mas não tem como tirar o foco daárea de segurança pública. Houve um afastamento das polícias fluminenses. Todos nós estamos vivendo um pro- blemacomum, que éa faltade pessoal. Se não juntarmos nossas forças, ficará mais difi- cilcombater o crime organi- zado, como as milícias —ava- liaa promotora.

20174 2021, Somaine foi coordenadora criminal, que

vezno MPRJ, haverá duas mu- Iheres nalistatríplice para pro- curadoria-peral de Justiça do Rio, até agora chefiada apenas porhomers. Na eleição passa- da, Leila Machado Costa ficou em segundo lugar. Luciano Mattos foi o mais votado, assu- miu o biênio e, agora, está li- cenciado em busca da reelei- ção No MPRJ, dos 19 procura- dores-gerais do estado de 1975 até agora, oito foram reeleitos.

Além de ser fiscal da lei, o MPRJ atua em tudo que diz respeito ao dinheiro pública, direitos individuais e coleti- vos, que atinge a probidade ad- ministrativa. Naeleiçãode ho- je, 708 promotores e 184 pro- curadores estão aptos a votar. Aposentados ficam de fora.

Hoje eleição também no TJRJ. Asucessãodo presidente Henrique Carlos de Andrade Figueira para 2023-2024 é dis- putada por Édson Aguiar de Vasconcelos, Luiz Felipe Mi- randa de Medeiros Franciscoe Ricardo Rodrigues Cardozo. Para corregedor-geral, os can- didatos são Carlos dos Santos de Oliveira e Marcus Henri- que Pinto Basílio. A eleição na Escola de Magistratura está entre Fábio Dutra e Marco Au- rélio Bezerra de Mello.

tem comoatribuiçãoa de auxiliar no trabalho dos cerca de 300 promotores que atu- amno Tribunal de Justiça. Em razão dessa função, os colegas aincentivaram a se candida- taraocargo. Paraela,o MPRJ “perdeu brilho”.

—O Ministério Público tem que se ver comoum escritório de advocacia comum cliente s dade fluminense. queatenderem todasas áreas, seja família, tutela... Aimpressão que se tem é que instituição entrega menos serviços à sociedade doqueela precisa. Como promotora atuante, eu co- nheçoos problemas de perto—dizela.

Somaine acredita que, com ajustes, será possível permitir queotrabalho do promotor seja aprimorado. Além disso, diz que tem como uma de suas priorida- desoamparo à mulher viti-

socie- emos

ma deviolência doméstica. Acandidata foiaúnicaque não firmou o compromisso deapoiar a nomeação do postulante mais votado.

14 | Rio

Segunda-eira 1212.2022) O GLOBO

O Um: Um aliado dos povos indígenas NAwES Atrajetóriado sertanista Orlando Villas-Boas. que morreuhá 40 anos.

MENSAGENS carTASGOGLOBO.COM.BR

Ascartas, contendo telefone e endereço do autor, devem ser dirigidas à seção Leitores. O GLOBO, Rua Marquês de Pombal 25, CEP 20230-240. Pelo fax, 2534-5535 ou pelo e-mail cartasogloba com.br

Ibérica em confrontos meio-campo e erroem fd precisarão de UTI adaptada, agora que a instituição. no meio Hora de paz esportivos que remetem ao sequência na cobrança de Seleções de Inglaterra, Perversidade tamanha na da luta por sua reconstrução, é confronto cultural entre pênaltis foram alguns dos Espanha, Brasil e Portugal, literatura de terror. novamente vítima de um corte Excelente editorial de domingo. diversificadas visões de mundo. desacertos elencados pelos nunca se esqueçam daquele MARLENE DE LIMA orçamentário sem critério, O ódio precisa ser banido de Vimos futebol reescrevendoa técnicos de plantão. Caso a velho ditado do cientista Albert mo atingindo a sua reestruturação nossas vidas, pois as eleições História como a conhecemos disputa tivesse tido um Einstein: “Deus não escolhe os acadêmica no novo campus. acabaram. Temos um novo através dos livros e abrindo resultado favorável ao Brasil.a privilegiados. privilegiasempre Temque haver maior presidente, que re taa novos espaços. euforia abafaria os equívocos. osescolhidos”. Pobreza participação do poder público vontade popular. É hora de MONICA CANNONE A despeito das críticas WILTON FREITAS na reconstrução desse guardar as mágoas, osinsultos mo superficiais e apaixonadas. ao Conhecer os resultados das patrimônio científico. cultural e eas fake news, e prosseguir devemos reconhecer o talento pesquisas quanto à parcelada histórico do país. para um mundo real, e não de da equipe, priorizar o população brasileira que se ALEXANDER KELLNER movimentos descabidos. Brasilna Copa planejamento e,acimadetudo, Perversidade encontranalinhada pobrezaé no Saibamos viver com opiniões tera grandeza na derrota, assustador. Não podemos diversas e que tragam semprea Triste passagem do Brasilno afinal, saber perder é algo que Leio sobre as siamesas de Porto fechar os olhos para esses possibilidade de discussões Catar. Aida ao ataqueno passa ao largo na atual Alegre, e penso que as decisões dados que comprovam a Transporte ruim profícuas e mudanças. Nunca segundo tempo da sociedade brasileira. da Justiça podem ser de uma situação alarmante do país. vimos tantas famílias divididas prorrogação, deixando a defesa FABIO MARTINS BARBOSA crueldade inominável. Duas Medidas urgentes precisamser É umcrime otransporte por causa de uma eleição, desguamecida,e a ausênciade vocraREDONDA Rs pobres meninas, inseridas tomadas para modificar esse coletivo no Rio. Não existem tantas amizades quebradas. Neymar na cobrança de todas as conotações da palavra quadro que nos envergonha. palavras para classificar o que Também nunca tinha visto pênaltis são inexplicáveis. pobre, são forçadas a uma MARIA DA GLORIA HISSA fazem, e o governo permite isso tanto ódio deixar armários Faltou comando, liderança, Sugiro que O GLOBO convide subvida até não se sabe Ro com os trabalhadores cariocas. fechados tanto tempo. A tática e planejamento. Até Washington Olivetto paraoseu quando. Isso por decisões Não o mínimo de respeito a sobrevivência da Humanidade quando o futebol brasileiro time de comentaristas questionáveis dos nossos O quem, apesar de tudo, ainda existe quando aceitamos ficará nessa situação? esportivos. Os atuais jornalistas juízes. Como sentenciar uma Museu Nacional paga imposto. Agora continuam pluralidade e diversidade. ERIVANSANTANA foram unânimes ao atribuir família de desamparo extremo discutindo o tema sem chegar a BAYARD DO COUTTO BOITEUX TEIXERA DE FREITAS, BA boasnotasparaaexibiçãodo amanter duas filhas nascidas Bastante oportunas as nenhuma conclusão. Eu fico mo Brasil contra a Coreia do Sul. com um corpo e duas observações de Merval Pereira pensando: e se houvesse metrô Ao contrário, o publicitário, pelo cabeças? Trata-se de um fato sobre a questão do orçamento cruzando todo o estado? SE Após o apito final, entraramem que publicou Ancelmo Gois, que se sobrepõe às leis. Em secreto e a distorção de Ninguém toca neste assunto Marrocos campo 216 milhões de entendeu que não fomos tão outubro, Lorisete, a mãe, pediu prioridades que, emúltima que, no entanto, resolveria até a analistas. Falta de variação bem. Seriabomtermos visões à Justiça autorização para fazer análise, levou às falhas que questão do trânsito saturado. É de grande simbolismo a tática, fragilidade namarcação distintas. um aborto legal, o que lhe foi resultaram no incêndio do Por quê? vitória do Marrocos sobre as alta, deficiência na RENATOCAMPOS MARTINSFILHO negado em quatro instâncias. Museu Nacional/UFRJ como MENRIETTE GRANJA duas seleções da Península aproximação dos jogadoresno mo Se ascrianças forem paracasa, apontado pelo TCU. Sobretudo mo APLICATIVO O GLOBO ES PODCAST Bs Oappoferece Como navegar Ao Ponto funções que facilitam Atela inicial destaca o EmEditorias, Publicado a partir anavegação, além de conteúdo on-line que pode oleitor consegueacessar das6h.desegundaa unir todo o conteúdo ser atualizado suas seções preferidas sexta, comanálises e on-line e impresso. informações sobreo Baixe agora ou atualize principal tema do dia oaplicativo disponível - Em Biblioteca, as matérias Aoclicar nosimbolo, oleitor na AppleStore É seção co salvas do aplicativo ficam podesalvarumamatéria Como ouvir eno Google Play emito. de beer 2litros |) guardadas para leitura posterior Está disponível pordia nositedoGLOBO a enas plataformas = Es EmBanca,oleitor pode Ra Otime de colunistas depodcast tomnidagotantas baixar a edição impressa em do GLOBO está reunidoem : duas versões: jornaletexto passa umúnico lugar no app Menude navegação

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Adecisão do Supremo Tribunal Federal, que anulou ontem, em Brasília, o julgamento do famoso processo do Sacopa, leva o ex-tenente Alberto Bandeira a travar, vinte anos após o crime, uma corrida contra o tempo. Em fevereiro, o crime será prescrito, e, por isso, na opinião de especialistas, é necessário que antes 01º Tribunal do Júrirealize no Rio, novo julgamento. Isto será possível, no entanto, com a prisão de Bandeira, primeira medida aser tomada pelo tribunal. Se até aquele mês o novo julgamento não se realizar, Bandeira pode pleitear que a Justiça o torne inocente.

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PM morre em mais um confronto em Jacarepaguá

Sargento do 18º BPM foi atingido no braço e no pescoço no dia do aniversário de um de seus filhos. Ele participava de ação contra bandidos na comunidade do Tirol e se tornou o 66º agente de segurança morto no Grande Rio este ano

U mi soldado da Polícia Mi- litar morreu ontem, após serbaleadoemumconfronto com criminosos na Zona Oeste do Rio. Caio Cezar La- mas Cordeiro, de 31 anos, participava de uma ação per- to da comunidade do Tirol, na Freguesia, na região de Ja- carepaguá, quando foiatingi- donobraçoe no pescoço. Ele chegou a ser socorrido no Hospital municipal Louren- ço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiuaos ferimen- tos. A morte ocorreu no dia em que um dos filhos do agente de segurança comple- tou 10 anos deidade.

Deacordo com o 18º BPM (Jacarepaguá), a unidade ti- nha recebido informações de que bandidos da favela, dominada pela maior fac- ção do tráfico de drogas do Rio, estariam reunidos na Rua Timboaçu. Uma equi- pe, então, foi enviada ao lo- cal. Ao chegarem, os polici- aisteriam sido atacados a ti- ros por criminosos arma- dos, e houve confronto.

Lamas havia ingressado na corporação em outubro de 2018 e era lotado no 18ºBPM. De plantão de madrugada no dia do ani- versário de um de seus fi-

lhos, o soldado tinha feito uma postagem na rede so- cial de sua esposa, parabe- nizando o garoto.

“Parabéns, meu filho. Te amo”, escreveu Lamas na mensagem paraacriança.

Segundo testemunhas, um criminosos morreu. A Poli- cia Militar, no entanto, não confirmoua informação.

Na última terça-feira, ou- tro PM, o sargento Angelo Azevedo, de 48anos, tinhasi- do assassinado com um tiro na cabeça em um ataque aos policiais do Batalhão de Ope- rações Policiais Especiais (Bope), na Praça Seca, numa

Vítima. O soldado Caio Cezar Lamas Cordeiro era policial militar desde 2018

Em busca de refresco, um domingo de praias lotadas

Sensação térmica no Rio bate 43,1 graus, e cariocas correm à orla e a chafariz do Parque Madureira para aliviarem o calor

LEONARDO RIBEIRO lerardarteroomramtts

dez dias do início ofici-

aldoverão, ostermô- metros ontem deram indí- ciosdo que vem por aí. O domingo no Rioteve sensação térmica de 43,1 graus, acima dos 39,4 graus registrados no sába- do, segundo o Alerta Rio. Comocéu claro a parcial- mente nublado, os banhis- taslotaram as praias ficou até dificilencontrar um lugar ao sol nasareias do Arpoador no início da tarde. Mas foi do subúrbio carioca, mais precisamen- teem Irajá, a temperatura máxima do fim de semana escaldante: 34,6 graus.

Esenessecalorão todo

refrescoera bem-vindo, perto dali, no Parque Ma- dureira, a criançada apro-

veitou paraseesbaldar noschafarizes.

Essaéuma época que omelhor lazer é ter conta- tocoma natureza —dizia

Anderson de Oliveira, 50 anos, morador de Bento Ribeiro, que levou quatro sobrinhose netos ao parque justamente por

causa das fontes que es- guicham água friana me- dida certa paraaliviara quentura da Zona Norte. na Zona Sul, quem não

quissaber daorlacheia teve como opções feiras comoada Praça Santos Dumont, na Gávea. Porlá, emmeioàs barraquinhas

área de mata da comunidade Bateau Mouche, também na região de Jacarepaguá. Segundo o Instituto Fogo Cruzado, 136 agentes de se- gurança haviam sido balea- dos na Região Metropolita- na do Rio até aúltima terça- feira. Desses, 101 eram PMs. Comocasode Lamasontem, o número de agentes de se- gurança mortos sobe para 66. Oúltimo mês tinha si- doviolento para as forças de segurança. Entre os mortos, estavam dois policiais balea- dos numa operação no Com- plexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias.

da Junta Local, frequenta- dores relaxavam nas que devem ser as queridinhas do próximo verão, as ca- deiras de praia, que estão saindo das areias para colorirem bares eoutros

Umelássico pontos de encontro da carioca. Nas cidade, como mostrou areiasentre OGLOBO ontem.

o Arpoador

elpanema. SEMANA COMEÇA QUENTE encontrar Sobre o calor de ontem, o espçopara | Alerta Rioexplicaqueum mais um sistema de alta pressão guarda-sol sobreo oceano influenci- ontemvirou ouotempo. A tendência é tarefa árdua queastemperaturassu-

bam mais nos próximos dias. A máxima hoje deve serde36grausna Zona Norte, 34 graus no Centro enaZonaOestee 32 graus naZona Sul. A mínima prevista éde 20 graus. O céuamanhece claro, mas podem ocorrer pancadas de chuva isoladas à tarde.

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arara dani | O GLOBO

JOSÉ TUCHERMAN

Com profunda tristeza, os filhos Erica e Leonardo,

o neto Frederico, e a esposa Anna Rita, comunicam

o seu falecimento. O sepultamento será hoje às 11h no Cemitório Parque Israelita Jardim da Saudade de Paciência. Estrada Visconde de Sinimbu, 1600, Paciência. Pedimos não enviar flores.

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PEQUENAS EMPRESAS PENSAM GRANDE COM O BIG DATA

Uso de dados através de recursos tecnológicos ajuda negócios de portes pequeno e médio atomar decisões estratégicas, melhorar o relacionamento com o cliente e ampliar vendas

ps e médias em presas podem pensar grande quando se tra de utilizar tecnologia da informação ou inteligência artificial. Ferramentas que trabalham com grandes volumes de dados, o chamado big data, são úteis para negócios de menor porte nas atividades de gestão, relacionamento com o cliente, ampliação de vendas e orientação pa tomada de decisões estraté- gicas. Algumas plataformas reúneminformaçõesgeradas pelo próprio público dessas empresas, equem pode pagar mais tem acesso a indicado resainda mais robustos para se posicionar nomercado. Coordenador de Mercado do Sebrae Rio, Glauco Nunes diz que diversas ferra mentas de €! relationship management, em ingl mento da relação com o

a recursos de

M (customer

s, ou gerencia-

cliente) com custo vel para pequenos negócios a fim de gerenciamento de dados coletados nos canais das empresas (sites e redes Mas quem tem maior capacidade de inves timento pode dispor de recursosde geomarketinge terdetalhamento der: e de circulação de pessoas em determinada região. Um dos instrumentos mais comuns é o Google Analytics, queajudaaenten der o comportamento de consumidores que frequen. tamum site de e-comme: por exemplo, ferramenta muito importante para um posicionamento mais inte ligente das empresas. Entre os ganhos que se pode ter, independente mentedoporte, estáamelho riadorelacionamento como cliente, uma vez que todas »rmações geradas por cles podem serarmazenadas

cessí

sociais)

fego

asin

efiltradas. Comisso, é possí vel levantar o histórico de cada caso e tomar decisões maisassertivas.

As informações dos clientes são fundamentais paraacompanhar o desem penho da resultados das opera a partir dos dados gerados por eles próprios. O CRM é uma ferramenta comu menteutilizada paracoletar o histórico de interação do clientecoma empresa e seu comportamento de compra

afirma Nunes.

Uma das formas de empresas se beneficiarem das ferramentas tecnoló-i. cas vinculadas ao b; pormeiodoenormemanan cialde dados diários quesão produzidos pelas pessoasao redor do mundo. As infor- mações ajudam até no apri moramento de aplicativos de uso comum, como tra- dutores, por exemplo.

empresa e os

ões

data é

Um exemplo de como o big data pode dinamizar os pequenos negócios é o da plataforma criada pela Prospecta Analytica, que ajuda a conectar lojas de materiais de construção ou de móveis planejados com empreendimentos de cons. trução próximos. As obras nas regiões e as demandas de produtos e serviços são mapeadas, possibilitando aos comerciantes ter uma atuação mais proativa e buscar clientes potenciais. A tecnologia também faci lita e torna mais práticos o relacionamento com compradores e a gestão do negócio.

O isolamento social na pandemia impactou muitoas lojas de materiais de construção. São negó cios tradicionais que aten. dem basicamente atrás do balcão. Coma plataforma, é possivel encontrar ocliente

certo e fazer o orçamento on-line explica o CEO da Prospecta Analytica, Wanderson Leite.

CONTATO DIRETO Um dos empresários que estão se beneficiando da ferramenta é Matheus Spinola, dono de uma fran quia da Italínea Móveis no interior de São Paulo. Ao saber previamenteos locais prestes a receber novos moradores, seutrabalho de prospecção ficou mais fácil. O big data me auxilia muito. Consigo ter mais retornos dos orçamentos ao fazer contato direto com o cliente da obra, sem terninguém intermediando conta Spinola. Empresas de médio porte, como a clínica de depila ção Pello Menos, também trabalham com a chamada mineração de dados para a tomada de decisões. A

USUÁRIOS & DADOS

gerente de Marketing e Expansão, Deise Luci, conta que, alguns anos, arede optou poradotar um sistemaoperacionalcentral paraonegócio.

Dessa forma, os dados de compras on-line até as interações de pessoas pelas redes sociais acabam concentrados ecruzados de forma inteligente, permi tindo, por exemplo, que o atendimento no SAC seja mais bem embasado e auxi. liando no gerenciamento das unidades,

O sistema nos oferece a produção de gráficos que permitemaidentificação de e gaps. Com isso, podemos avaliar como está o andamento dos negócios etraçarações. É uma forma mais técnica para identi- ficar os caminhos a serem seguidos, sem perder tempo nem tomar de escuro explica Deise.

gargalos e

isões no

Estudo da Data Never Sleeps 10.0 aponta que no mundo quase cinco bilhões de usuários da intemet e 97 zettabytes (sextilhões) de dados armazenados. A expectativa é a de que esse volume atinja 181 zettabytes até 2025, em virtude do aumento das Interações de pessoas na rede.

Expansão. Mundo tem quase cinco bilhões de usuários da internet e 97 zettabytes de dados armazenados

Relógios e joias em ouro e prata: quem mais?

Agenda da semana tem ofertas ainda de imóveis residenciais e comerciais e veículos multimarcas

Hx éo último dia para arrematar relógios de marca (foto) ejoiasemouro epratanoleilãoon-line que Roberto Haddad comanda apartirdasi9h. Sãomais de 330lotesdecolares, brincos, pulseiras, anéis lhas, pingentes, me óculos e pedras semipre ciosas, além de acessórios, canetase colecionismo. Hoje e amanhã, às 15h, Horácio Ernani bate o martelo para gibis, revis tas, livrose LPs. Até quarta, deixa catálogo aberto para receber lances nos lotes não vendidos em um pregão que reuniu o espólio do

promotor Américo Luzio de Oliveira Filho, de 29 de novembroa1º de dezembro. Entre ositens disponíveis, esculturas, móveis, tapete: porcelanas, cristais, joias e outros objetos. Amanhã, quartae quinta-feira, àsish, Cristina Goston apregoa objetosdearte, pinturas de artistas renomados e porce: lanas, entre outrositens. Os leilões de imóveis e outros bens começam ainda hoje, às 12h, pelo martelo de Jonas Rymer, que oferta apartamento em Copacabana (R$ 15 milhões). Na quinta, no mesmohorário, apregoaloja

no Leblon (R$9 milhões). Hoje, quarta e quin ta-feira, às 14h, Rogério Menezes comanda seus tradicionais leilões de veículos, ofertando 260 unidades multimarcas de bancos, empresas e segu radoras. Os leilõe: on-line e presenciais. Hoje, às 14h30eàs1sh, De Paula oferece loja em São Cristóvão (R$ 310 mil) e apartamento em Botafogo R$653,4mil). Amanhã, das 14hàs 17h, apartamento na Barra (R$ 310 mil), apare lho de lipocavitação, lotes com computador, mesa armário,

serão

de escritório,

Daytona. Rolex masculino em aço inaxidával com dcm de diâmetro

ventiladores, ar-condicio: nado, impressoras e pedra tipomármore, entre outros itens. Na quinta, às 14h, comanda pregão de apar tamento em Jacarepaguá

R$ 95 mil),além de buffet, estufa para esterilização e secagem, centrifuga, móveis, aparelho debanho maria e microscópio, entre outros.

Amanhã, às 14h, Murilo Chaves leiloa veículos de empresas e seguradoras, materiais, equipamen tos e sucata. Na quinta, às uh, Paulo Botelho oferta sala comercial no Estácio (R$ 75 mil) e uma gleba de terra em Januária (MG) Nos mesmos dia e horário, apregoaveículos, máquinas eequipamentos.

Segunda-feira 12122022 Classificados OGLOBO 17

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Em Nova Délhi, qualidade do ar varia entre ruim, muito ruim ou nociva

THAYZ GUIMARÃES tsare pamsrae-togeos comer

CE lugar garantidoentreas primeiras do ranking das cidades mais poluídas do mundo, Nova Délhi sofre com uma qualidade do ar que vem chamando cada vez mais atenção, principalmente de- pois da redução drástica da po- luição em Pequim, outra me- galópole asiática. Quase um quinto dos dias na capital da Índia registram níveis ruins, muito ruins ouseverosde con- taminação atmosférica.

À medida que o inverno no Hemisfério Norte se aproxi- ma, asituação piora: as esco- las fecham, o transporte pú- blico é suspenso e carros par- ticulares podem circular em rodízio. Nas ruas, uma né- voa acinzentada cobre tudo e transforma o dia em noite,

apesar do esforço dos cami- nhões-pipa que correm para baixo e para cima tentando oferecer algum alívio para quem precisa se deslocar. Naúltima sexta-feira, quan- do Nova Délhi ficou em se- gundo lugar no ranking da or- ganização suíça IQAir, depois de Lahore, no Paquistão, a concentração de partículas inaláveis nocivas por metro cúbico na cidade chegou a 44 vezes os níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) paraaas partícu- las menores e a 10 vezes para

as partículas maiores.

GEOGRAFIA ECRESCIMENTO

Ofenômeno é recorrente ape- sar das medidas de combate à poluição implementadas des- de os anos 1990 pelo governo oque inclui as instâncias lo- cal, estadual e nacional, que

Délhi tem status de cidade-es- tado e capital nacional (espé- ciede distrito federal).

Muitos fatores contribuem para níveis tão altos de polui- ção na região, incluindo sua própria geografia, disse ao GLOBO Tanushee Ganguly, especialista do Conselho de Energia, Meio Ambiente e Água (CEEW), um centro de pesquisada Índia.

Délhi é cercada pelo Hi- malaia ao norte e por outra cordilheira ao sul, o que cria uma espécie de paredão em torno da cidade e provoca o aprisionamento da poluição gerada pela queima de com- bustíveis fósseis e de resíduos emiáreas residenciais, devidoà capacidade insuficiente dos aterros sanitários, e pela poei- radasestradas não pavimenta- das. Além disso, tem a polui- ção que vem das regiões agrí-

colas e industriais vizinhas explica. No inverno, o im- pacto é mais acentuado por- queascondições meteorológi- cas desfavoráveis fazem com que a maior parte dessas emissões fique presa perto da superfície, causando altas con- centrações de poluição. Estudos do Comitê de Con- trole de Poluição de Délhi (DPCC nasiglaoriginal) mos- tram que o rápido crescimen- to populacional das últimas décadas, somado a um forte processo de industrialização, urbanização e aumento da fro- ta de veículos motorizados particulares, resultou na cres- cente concentração de polu- entes atmosféricos na região. Em 20 anos, a população da cidade quase dobrou: em 1991, cerca de 9,72 milhões de pessoas moravam em um dos 1 distritosque compõemaca-

ATENTADO DE LOCKERBIE

Suspeito líbio é detido pelos EUA

MAWES Avião que explodiu em 1988, na Escócia, foi ataque mais mortal no Reino Unido

pital indiana; em 2001, eram 1378 milhões; e em 2011, 16,78 milhões, um au- mentode 72%, segundo dados doúltimo censo daíndia.

No mesmo período, o nú- mero de veículos motorizados registrados cresceu mais de três vezes e meia, pulando de 176 milhãopara 645 milhões. Estatísticas atualizadas da em- presa alemã Statista mostram

e esse número; terche- gadoa11,89milhõesem 2020, apesar dos investimentos re- centes na expansão da frotade transporte público e da imple- mentação de medidas como o rodizioobrigatóriode veículos particulares e a limitação do número de riquixás com mo- tor de dois tempos, que são mais poluentes.

Os esforços para limitar a poluição industrial também foram em vão. Em 1996, a Su-

SANA AOL MEN IOE TES 2 3373

Sem controle. Quase metade das emissões em Délhi vem do tráfego de veículos e das atividades industriais, levantamento mostra que mais de 50 mil fábricas atuavam ilegalmente na região em 2018

Vice-presidente do Parlamento Europeu é denunciada

Eurodeputada grega Eva Kaili foi detida quando portava 'sacolas de dinheiro' e teve a prisão preventiva declarada pelo MP

eurodeputada grega Eva Kaili, uma das vice-presi- dentes do Parlamento Euro- peu, e três outras pessoas fo- ram denunciadas e mantidas sob custódia ontem, em Bru- xelas, no âmbito de uma in- vestigação sobre corrupção relacionada ao Catar, infor- mouuma fonte judicialã AFP. O Ministério Público belga anuncioua prisão preventiva

de quatro de seis pessoas de- tidas nas últimas 48 horas. Elas foram enviadas para a prisão após serem acusadas por um juiz de instrução de Bruxelas por participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e cor- rupção. Outras duas pessoas foram liberadas.

Uma fonte judicial próxi- ma ao caso, que pediu ano- nimato, disse à AFP que a eurodeputada grega estáen-

treasquatro pessoas presas.

A deputada e ex-apresen- tadora de televisão, de 44 anos, não pôdese beneficiar da imunidade parlamentar uma vez que foi presa “em flagrante delito”, segundo a mesma fonte, que confir- mou informações da im- prensa que afirmaram que Kaili transportava “sacolas dedinheiro”nanoitedesex- ta-feira quando foi detida pela polícia belga.

O promotor federal tam- bém anunciou queumabus- ca na casa de um segundo eurodeputado, obelga Marc Tarabella, foi realizada na noite de anteontem. A casa de Kaili em Bruxelas foi re- vistada na noite de sexta.

Neste caso, “há suspeita de pagamento de somas substanciais de dinheiro ou presentes significativos a terceiros com posição polí- ticae/ou estratégica dentro

do Parlamento Europeu pa- ra influenciar decisões” da instituição, afirmou o MP em comunicado.

Entre os seis suspeitos de- tidos estavam o ex-parla- mentar italiano Pier-Anto- nio Panzeri e o secretário- geral da Confederação Sin- dical Internacional (ITUC) Luca Visentini, também ita- liano. Segundo a imprensa belga, o pai de Kaili também foi localizado com uma

prema Corte da Índiaordenou o fechamento e a realocação de mais de 1.300 fábricas alta- mente poluentes das áreas re- sidenciais de Délhi e da região metropolitana. Diversos for- nos de fabricação de tijolos também foram levados para forados limites da cidade. Um relatório da Corporação de Desenvolvimento Industrial e de Infraestrutura do Estado de Délhi, porém, listou 51.837 unidades operando em des- conformidade à lei em 2018. Além disso, o DPCC observa que mesmo as áreas industri- ais planejadas apresentam problemas e muitas delas não atendem aos padrões de ar, águae solo estabelecidos pelas autoridades ambientais.

CARROS, LENHA ECARVÃO Quase metade das emissões anuais de Nova Délhi vem do tráfego de veículos e das ativi- dades industriais, de acordo com dados do CEEW. Outros dois componentes relevantes para essa equação são a quei- ma de restos agricolas e o uso de lenha e carvão para cozi- nhar, principalmente nas zo- nas menos

A queima de restolhos não chega aser “um grande vilão”, mas “agrava um problema existente”, diz Ganguly. Em outubro, quando geralmente começa período de preparo dosolo, émuitocomumqueos agricultores “limpem” com fo- gooterrenoqueserá semeado, gerando uma fumaça tóxica queéempurrada para a capital pelas correntes dear.

Com todas as especificida- des apresentadas por Nova Délhi, especialistas concor- dam que o caminho para uma solução efetiva, “ampla e de longo prazo” deve, necessaria- mente, passar poruma respos- taintegrada, quecontempleas zonas industriais da região da capital nacional, mas também asáreasagrícolasque cercama cidade-estado.

Na semana passada, o ex- ministro do Meio Ambiente da ÍndiaC.K. Mishra fez um apelo. Segundo ele, todos os anos, por volta dos meses de outubro e novembro, “a qualidade doar de Nova Dé- lhi estampa as manchetes de jornal, mas o problema desaparece do noticiário lo- goapós um “dia de vento for- te), levando consigo o inte- resse pelo assunto”, escre- veu ele em artigo no The Hindu, o principal jornalin- diano de língua inglesa.

“No próximo inverno, vol- taremosaexpressarnossain- dignação mais uma vez”, constatou Mishra, antes de finalizar: “Precisamos tomar medidas mais abrangentes e de longo prazo ao longo do ano e não apenas nos dias e semanasem que [a poluição) se torna notícia”

grande quantiaem dinheiro emumamala.

O escândalo explodiu em plenaCopado MundonoCa- tar, que luta para refutar as acusações de desrespeito aos direitos humanos dos milha- res de migrantes que traba- Iharam naconstrução dos es- tádios. Kaili viajou ao paísem novembro, onde elogiou, ao lado do ministro do Trabalho doCatar, as reformasdo emi- rado neste setor.

No sábado, a presidente do Parlamento, Roberta Metsola, havia decidido por uma pri- meira sanção contra Kailiea destituiu das funções que ha- via delegado, inclusive de re- presentá-lano Oriente Médio.

20 | Mundo

Segunda-feira

OGLOBO

NTREV A

Sanda Ojiambo / co Do pacto cLoBaL

Queniana fala sobre como a iniciativa está tentando atrair o setor corporativo para combater as grandes crises globais

RAFAEL GARCIA casi parcisap og

»» domo

“O DESAFIO É ESTABELECER METAS QUE SEJAM CRÍVEIS”

MS iniciativa global pa-

ra promover práticas sustentáveis e socialmente responsáveisno mundo cor- porativo, o Pacto Global da ONU é alvo frequente de críticas deambientalistas. A adoção de políticas de “go- vernança social e ambien tal” (ESG, na sigla em in- glês) é importante, mas em algumas empresas pode se tornar mais uma estratégia de relações públicas do que umcomprometimento real. Em artigo recente, a queni- ana Sanda Ojiambo, CEO do Pacto Global, reconheceu parte das críticas e afirmou que não vai “dar moleza para a lavagem verde” (greemwashing, nasiglaem in- glês, ações que são pró-meio ambiente na fachada), Ojiambo deu um recado so- bre que direção está dando a seu trabalho. Ela falou sobre o projeto ao GLOBO na últi- ma semana, quando passou por São Paulo para a quinta edição do Cidadão Global, evento promovido pelo Valor e pelo Santander, com orga- nização da Editora Globo.

Como o Pacto Global pretende monitorar o comportamento de ESG das empresas que aderem à plataforma?

Eu gostaria de explicar um pouco o que Pacto Global faz, e não quero que minha res- posta pareça evasiva.

somos um órgão padroniza- dor, um corpo regulatório e nem monitoramos o que nos- sos membros fazem. Analisa- mos aquilo que nós fazemos junto dos nossos membros. O Pacto Global é uma iniciativa da ONU que lida com o setor privado para promover práti cas de negócios mais respon- sáveis entre as mais de 17000 empresas que aderiram no mundo. Temos um conjunto de dez princípios que usamos para balizar o trabalho. Acre- ditamos que isso torna os ne- gócios mais sustentáveis e também mais competitivos. Ao longo do tempo, com os Objetivos do Desenvolvi- mento Sustentável (ODSs), nós também damos apoio a empresas para que contribu- am comosODSs.

muitas empresas em países como o Brasil sendo movidas hoje para o ESG apenas paragreenwashing e práticas sociais questionáveis. Qual é o tamanho do problema? Nãoquerofalar da perspec- tiva de um país, porque con- sidero mais importante en- tender como as empresasem geral estão reagindo aos de- safiosglobais queenfrentam. A credibilidade da comuni- dade corporativa precisa ser levada muitoasério. mui- to foco sendo direcionado paraa'“credibilidade climáti-

Pelocilma. A CEO e secretária-geral do Pacto Global das Nações Unidas, Sanda Ojiambo, em São Paulo: empresas devem fixar metas de descarbonização, diz

“A sustentabilidade é uma jornada, e não é sobre perfeição, que talvez nunca seja atingida”

fenhuma transição vai acontecer se não existir acesso igualitário aos recursos”

ca”, por exemplo. Empresas sustentáveis precisam não apenas deação em seus negó cios, que é o aspecto mais aparente e onde ocorre a transformação, mas também de resultados e da divulga- ção. Muitas empresas focam muito na divulgação, mas é preciso haver foco também na ação. O que as empresas estão realmente fazendo pa- ra transformar operação, sis- tema, pegada de carbono, in- clusão de gênero, desigual

dadeetc.? Masa prestaçãode contas, os compromissos ea

credibilidade são muito im- portantes. No Pacto Global, nós temos nosso próprio ar- cabouço, os relatórios de “co- municação de progresso”. A sustentabilidade é uma jor- nada, enãoé sobre perfeição, que talvez nunca seja atingi- da. É preciso estabelecer me- tasebuscaratingi-lasem cer- tosprazos. O desafioeaopor- tunidade também são os de estabelecer metas que sejam críveis.

Muitas empresas estão investindo para neutralizar emissões de carbono. As plataformas que existemhoje paracertificar negócios “neutros em carbono” são confiáveis?

O arcabouço ao qual ade- rimos é o determinado pela iniciativa Science Based Tar- gets, que não inclui essa compensação. O que pedi- mos é que as empresas esta- beleçam uma trajetória ru- mo à descarbonização, que inclui essa compensa- ção (carbon offsetting). Elas precisam pensar em como

mudar suas operações e es- tabelecer metas de descar- bonização. Na nossa meto- dologia não espaço para compensação de carbono.

Acrisedoclima e domeio ambiente, pela urgência que tem, está ofuscando outros problemas no campo do ESG? Isso é algo que pode ser dis- cutido. Muitas publicações têm dado manchetes para o clima e argumentam que es- tamosnum pontodeinflexão que precisa de foco total. Contudo, na última confe rênciadoclimaem Sharm el- Sheikh, no Egito, se falou muito de “transição justa”, que também tem embutidas nela a urgência da transição climática e a urgência em manter vivo o objetivo de li- mitaroaquecimentoa1,5º. E a transição justa também es- táligada à adaptação, à resili- ênciae aos fundos para per- dasedanos. Ajustiçaclimáti- ca e a igualdade climática também abraçam 0'S'eo'G' do ESG. O clima tem umain- teração muito grande com a

agricultura, coma segurança alimentarecomareduçãoda pobreza. A transição precisa de uma abordagem holística.

Entregovernos,a desigualdade de acesso a recursos para mitigação ainda é muito grande. Comoisso afeta empresas de diferentes países?

A verdade é que os país que mais precisamde financi- amento climático não o con- seguem por causa dos termos que são impostos pelos ban- cos de desenvolvimento mul tilaterais e por instituições fi- nanceiras internacionais. Eles podem ter o desejode fa- zeratransição masofinancia- mento não existe em termos que façam sentido para eles. Por exemplo, muitas peque- nas e médias empresas, que impulsionam a maior parte da economia global, não con- seguemacessar financiamen- to para transição climática e tecnologias verdes. Nenhu- ma transição vai acontecer se não existir acesso igualitário

aos recursos.

Protestos se intensificam no Peru e deixam dois mortos

Manifestações ocorrem após a destituição de Pedro Castillo; sessão no Congresso foi suspensa após agressão entre parlamentares

ois adolescentes morre- D ram ontem em Andahu- aylas, no Sul do Peru, em meio à intensificação dos protestos que se espalharam pelo país desde quarta-feira, depois que o ex-presidente Pedro Castillo tentou fechar o Congresso, mas acabou sendo destituído e preso.

De acordo com a Defen- soriado Peru, aprimeira tima fatal das manifesta- ções foi um jovem de 15 anos, que não teve a identi- dade revelada. Segundo o governador regional Balta- zar Lantarón,amorteocor- reu durante confrontos en: tremembros dacomunida- dede Huancabambae a Po- lícia Nacional perto do ae- roporto de Andahuaylas. O jornal La Republica disse queo garoto foi baleado.

“Hoje tivemos um confron to entre a Polícia e membros da comunidade do setor Hu- ancabamba, distrito de José Maria Arguedas, na província de Andahuaylas. Foram re- portadosquatroferidos, trata- dos no centro de saúde, três deles no couro cabeludo, com feridas múltiplas, por grana das, e temos um falecido, que

foi transferido para o centro desaúde”, disse Lantarón. Um rapaz de 18 anosidenti- ficado como Becan Romário Quispe Garfia também mor- reuontem. Segundo o Hospi tal Regional de Andahuaylas, ele sofreu um traumatismo cranianoaparentemente cau- sado por um objeto cortante. No Twitter, a nova presi- dentedo Peru, Dina Boluarte, disse que “a vida de nenhum peruano merece ser sacrifica- da por interesses políticos”. Ela expressou suas condolên- cias e reiterou seu apelo “ao diálogo e ao fim da violência”. Os protestos contra o no- vo governo do Peru aumen- taram ontem no interior do país, com manifestações e a convocação de uma parali- sação nacional exigindo a renúncia de Boluarte e no- vaseleições gerais, em rejei- ção ao Congresso, além da libertação de Castillo. Milhares de pessoas se reu- niram nascidadesandinasde Cajamarca, Arequipa, Tacna, Andahuaylas, Huancayo, Cusco e Puno, segundo ima- gens transmitidas por emis- soras de TV locais. Em Anda- huaylas, os protestos havi- am deixado 16 civis e quatro policiais feridos anteontem.

Confrontos. Protestos se intensificam no país e novas manifestações foram convocadas para essa semana

Segundo informações do jornal peruano La Republi- ca, os manifestantes invadi- ram a Delegacia de Polícia de Huancabamba, no distri- to de Andahuaylas, e bota- ram fogonolocal.

Sindicatosagrárioseorga- nizações camponesas ein dígenas também anuncia- ram uma paralisação por tempo indeterminado a partir de amanhã, segundo comunicado da Frente Agráriae Rural do Peru.

Em Lima, o partido es- querdista Peru Livre, pelo

qual Castillo foi eleito, convocou ontem uma ma- nifestação na Praça San Martín, epicentro das ma- nifestações políticasno pa- ís. Lima sempre deu as cos tas a Castillo, enquanto as regiões andinas se identifi- caram com ele desde as eleiçõesde 2021

As manifestações ali- mentamaincertezasobrea

capacidade de Boluarte conseguir concluir seu mandatoemjulhode 2026.

A nova presidente não descartou convocar elei-

ções antecipadas em busca de uma saída pacífica para acrise política, e pediu cal- ma à população na sexta- feira, em meio a protestos.

CONFLITO NO CONGRESSO O Congresso, dominado pela direita, convocou uma reuni- ão paraa tarde de ontem (ho- rário local) paraanalisar a situ- ação, mas foi suspensa depois que o deputado Pasión Dávila (Peru Livre) agrediu pelas cos- tas seu colega juan Burgos, do conservador Avança País, o que o levou a persegui-lo pela

Câmara para revidar ogolpe. Até agora, a presidente não foi clara sobre a grande questão; estamos em um go- verno de transição ou estamos diante de uma autoridade que pretende ficar até 2026? disse à AFP a analista política Giovanna Periaflor. Ela de- veria ter claro que seu papel é facilitar as novas eleições pe- rais, e que esse é o caminho que irá garantir que ela tenha alguma estabilidade. Anteontem, Boluarte anunciou seu novo governo. Com o Gabinete seguindo um perfil independente e técnico, os 16 novos minis: trostomaram posse. Boluarte assumiu a Presi- dência na quarta-feira com a destituição de Castillo, após sua tentativa fracassada de dar um golpe de Estado, pou- cas horas antes da votação de seu impeachment no Con- gresso, onde enfrentava uma série de investigações por su- posta corrupção na distribui- ção de contratos públicos. Castillo fez um pronuncia- mento anunciando o fecha- mento do Legislativo sob um regime de emergência, mas enfrentou uma reação gene- ralizada até de aliados e, sem apoio dos militares e da polí- cia, acabou preso. A primeira mulher presidente do Peru —a-sexta chefe de Estado em cinco anos —foi empossada poucas horas depois que Cas- tillo foi destituído em uma votação do Congresso.

CHARADAS

Sb

MARADONEADO

Como um Messi mais explosivo quer levar a Argentina ao tri poco em sua última Copa, a primeira ESA

desde que Diego se foi E

2 | Catar2022

Segunda-feira 1212.2022 | O GLOBO

04

RODRIGO

REVOLUÇÃO OU EVOLUÇÃO

nos! traumáticos —comoperderuma partida de Copa do Mundo que, acinco minutos do fim, parecia vencida incitam pedidos por revo- lução. Mudança brusca e violenta sobre a estrutura do futebol. A saída de Tite do comando da comissão técnica da seleção brasilei- raindica queestaéahora.

Antes de pegarmos em armas prepararmosas guilhotinas, porém, deve- ríamos discutir se é de revolução que precisamos. Ou de processos conti- nuos. Evolução.

A correção de problemas é precedida pela investiga- ção para saber o que de errado. Após a derrota para aCroácia, Netoberrouna

televisão aberta que Tite é um desgraçado, burro e idiota, que acabou comum país miserável, porque Ney- mar não bateuo primeiro pênalti. Casagrande recla- mou queatletas da seleção pintam os cabelos, comem carne com ouro e não têm identificação com o povo. Populismo vazio, folheado decrítica social.

Luxemburgo encontrou problema naausência de caneleiras durante ostrei- nos. Se os jogadores estives- sem acostumados a fazer faltas desde a preparação, talvez Casemiro tivesse entrado para valerem Mo- driceacabado coma jogada dogolcroata. Nãoseiseo treinador notou que o árbi- troteria dado falta no lance, mas deu vantagem e deixou abolacorrer—como deve- riaacontecer semprequea prioridade for pelo futebol bem jogado.

Dou nome a quem discor- do não pelo confronto, mas parajogar luz à dinâmica quese repete toda Copa. Inclusive jornalistas, comu- nicadores formam - mentos apressados e facili- tamqueo público, frustrado eirritado, culpeal-

ém pelo

icasso. Fernandi- nho foi es- crachado em 2018 pelo golcontra. Felipão virou símbolo de técnico obsoletoem 2014. Felipe Melo foi expulsoese acabou em 2010. Roberto Carlos teria revelado o estre- lismo da seleção em 2006 ao ajeitar omeião, em vezde marcar Henry. É anossa cultura dos heróis vilões.

Óbvio que falhas foram cometidas nessas e noutras ocasiões, não digo o contrá-

Sósetorna repetitivaa rotina quando perde-se tempo com explicações equivocadas

rio, Sóse torna repetitiva e contraproducente a rotina quando, em vez de discutir problemas estruturais, perde-se tempo com expli- cações equivocadas ousim- plistas. Isto sem falar no hábitodeignorar que, do outro lado, adversários competentes. E que futebol também ésorteeazar.

Acrítica pertinente par- tiu de Tostão. O ex-jogador vêno futebol brasileiroa falta de meias que contro- lemojogoe ditemo ritmo. Não que sejaobrigatóriaa existência de um para ven- cer, mas, se tivéssemos um Modric, talvez tivéssemos giradoabola para tonteara Croácia. Faz quase dez anos quevejo Tostão dizer que nos faltaum meia cerebral, controlador, ritmista.

O futebol brasileiro teve gerações tão magníficas, entreo fim dos anos 1980 e meados de 2000, que Juni-

nho Pernambucano mal tinha espaço na seleção. Paquetáainda é jovem. Times de 2018 e 2022 po- deriam teridoalém se Gan- so, Philippe Coutinho, en- tre outros, tivessem se fir- mado. A hipótese é válida. Por que esses não rende- ram? Por que não forma- mos mais deles?

Estaé uma das tantas discussões técnicas, táticas, pRcolias eaté deordem ísica, que envolvem a ca- deia de formação de atletas nosclubes eo futuro deles apósa“exportação”, que precisaremos travar nos próximos meses. Não para guilhotinar alguém, nem para refundaro futebol brasileiro, pois não vamos tão mal quantoo dolorido sentimento da derrota na Copado Catar sugere. Pre- cisamos de investigação, soluções e execução. Pro- cesso, não revolução.

MARCELLO NEVES marcelo reesOcgieen com

64 E ecordes são feitos pa- R raserem quebrados”. Afrase, de autor desconhe- cido e usada à exaustão quase sempre que alguma marca é quebrada, cabe muito bem para a Copado Mundo do Catar. Números expressivos e impressio- nantes foram atingidos nos 60 jogos disputados, e outros mais podem cair por terra nas quatro parti- das que ainda restam na “Copados recordes”.

Semifinalista com a Ar- gentina, Lionel Messiche- gou ao Catar podendo atingir alguns feitos histó- ricos —e não ficou deven- do. Apenas por estar em campo na estreia, na der- rota paraa Arábia Saudita, se tornou, aos 35 anos, o jogador mais jovem a dis- putar cinco Copas do Mundo superando Gi- anluigi Buffon, que tinha 36 anos quando jogou sua quinta Copa pela seleção da Itália, em 2014.

Neste jogo o camisa 10 se tornou também o argentino com mais Copas do Mundo disputadas na história, dei- xandoparatrás Diego Mara- donae Javier Mascherano.

MAIS RECORDES À VISTA

Messi pode quebrar ainda mais dois recordes. Ao marcar de pênalti contraa Holanda, nas quartas de fi- nal, eleigualou Gabriel Ba- tistuta como o maior arti- lheiro da história da sele- ção argentina em Mundi- ais, com 10 gols. Restam ainda duas partidas para

elese isolar neste posto. OITAVAS DE FINAL arahe tato t NOUANOA 3 QUARTAS DE FINAL ESTADOS UNIDOS Hi Lata HOLANDA pe a eo Ennio asceuraa 2 248 AUSTRÁLIA hi erram sudo O) ensiea hm mr ce cação mm crolca | 1a arts = arasa 4 1a comenDosu E REGULAMENTO 1 Número de portos

Cnténics de desermeute

PRIMEIRA FASE 2 Saldo de gots

3 Número de gols marcados

A COPA DO MUNDO MARCADA PELOS RECORDES QUEBRADOS

Participações em edições e artilharias históricas foram igualadas ou superadas no Catar por grandes nomes da bola

A HISTÓRIA EM NÚMEROS

Marcas que foram igualadas ou superadas nesta Copa do Mundo

DANIEL ALVES

aos 39 anos se tornou o sogador mais velho a disputar uma partida de Copa do Mundo pela seleção brasileira, superando Thiago Silva (38)

MESSI

se tornou o atieta argentino a disputar mais Copas do Mundo (5). superando Maradona e Mascherano (4)

chegou a 10 gols e se igualou a Batistuta como maior artilheiro da história da Argentina em Copas

CRISTIANO RONALDO

se tornou o primeiro homem DA. a marcar gols em 5 edições de Copas do Mundo diferentes (2006, 2010. 2014, 2018 e 2022)

Se houver ipusdade nos quesitos anteriores, o Cesemgute será no contrteto direto. cam os mesmos critérios. Permanecendo o emgute. os

(mos critérios são menor pontuação de disciplina e sorte

NEYMAR

chegou a 77 gols pela seleção e igualou Pelé como maior artilheiro com a camisa verde-amarela (segundo números da Fifa)

MANUEL NEUER

se tornou o goleiro com mais partidas em Copas do Mundo (19). deixando para trás o também alemão Sepp Maier eo brasileiro Taffarei (18)

MBAPPÉ

aos 23 anos, deixou Pelé para trás como o jogador masculino com mais gols marcados (9 contra 7) em Copas antes dos 24 anos

Editoria de Arte

FASE ELIMINATÓRIA Passam para aa oitavas as cias menores seleções de cada grupo

SEMIFINAL MA Goa + Bo

“Querido Leo, felicida- des! Tive o recorde durante 20 anos e desfrutei. Agora é uma grande honra e prazer compartilhar com você. Es- pero de todo meu coração que possa superá-lo na próxima partida”, escreveu Batistuta nas redes sociais.

A outra marca parece ainda maissimplesdeser quebrada: oargentino pode se tornar o atletacom mais jogosdisputa- dosna História dos Mundiais. Basta ele não se lesionar ou ser expulso. Jogando a semifi- nalde amanhã, contraaCroá- cia, ea final ou disputa de ter- ceiro lugar Messi, chegará a 26 partidas em Copas, supe- rando o alemão Lothar Mat- thãus, quetem 25.

Também teve marca que- brada debaixo das traves. Manuel Neuer ganhou um prêmio de consolação apesar de mais uma eliminação da Alemanha. Com ostrês jogos da fase de grupos, ele se tor- nouogoleiro com mais parti- das em Copas (19), deixando para trás o também alemão Sepp Maier eo brasileiro Taf- farei (18).

MARCAS BRASILEIRAS

Cristiano Ronaldo também não deixou o Catar de mãos abanando. Se caiu com Por- tugal diante de Marrocos, nas quartas de final, o cra- que se tornou o primeiro homem a marcar gols em cinco Copas do Mundo dife- rentes (2006, 2010, 2014, 2018 e 2022) ao balançar a rede diante de Gana, na fase de grupos. Entreas mulhe- res,abrasileira Martaeaca- nadense Christine Sinclair (ambas nas Copas de 2003, 2007, 2011, 2015 e 2019) haviam conquistado o feito.

QUARTAS DE FINAL DOM Rana

PRORROGAÇÃO A parta das Oitavas, em caso de empate nes 90 mtos. o OBS vai para a proeregação (dois tempos de 15)

Não busco bater os re- cordes, eles (recordes) que me perseguem —disse Cris- tiano Ronaldo: Minha maneira de ver as coisas é sempre igual. Acho que os recordes acontecem deuma maneira natural. Não vejo que tenha que ter alguma motivação extra ou qual- quercoisadotipo.

Na seleção brasileira, é inegável que Neymar vaide- morar muito para esquecer a eliminação sofrida diante da Croácia nas quartas de fi- nal. Masaomenosumalem- brança boa o camisa 10 leva- do Catar. Com o gol mar- cado na prorrogação diante dos croatas, Neymar che- goua 77 gols com a camisa verde-amarela, igualando Pelé como o maior artilhei- ro da seleção brasileira em jogos oficiais. Isso em nú- meros considerados pela Fi- fa —a CBF contabiliza 95 gols para Pelé.

Nas redes sociais, o Rei pa- rabenizou Neymar pelo feito efalou sobre a importância da construção de um legado:

“Nós dois sabemos que is- so é muito mais do que um número. O nosso maior de- ver, comoatletas, é inspirar. Você sempre será fonte de inspiração que muitos al- mejam setornar”.

Outra marca atingida no Catar por um jogador da se- leção brasileira coube ao ve- terano Daniel Alves. Aos 39 anos, olateral-direitose tor- nou o jogador mais velho a disputar uma partida de Co- pa do Mundo pelo Brasil ao iniciar o jogo contra Cama- rões, pela fasede grupos. Ele

superou Thiago Silva, de 38 anos, que também disputou o Mundial do Catar. OITAVAS DE FINAL are nômotes 3 INGLATERRA X 0 SENEGAL ad Tuma ta 3 ima 1 POLÔNIA ara te da cação tm 0 a | MARROCOS o(0)] a cao = OR cocos ev 5 PORTUGAL E x suka PÊNALTI

Se à igualdade persistir, a vaga Será decida nos pénaims

CaraR:2022

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OGLOBO

Segunda-feira 12.12.2022

Catar2022 | 3

LINDAS LL SL LLLL ASS LLA LAS LL ALLA LL LAOL LA LAS LL LAI

“QUÉ PASA, BOBO!”

Provocações. Messi comemora durante partida contra a Holanda, com gesto interpretado como respostaa Louis VanGaal

UM MESSI COM TEMPERAMENTO MARADONEANO' LIDERA A ARGENTINA

RENAN DAMASCENO muado espere

entre os torcedores ar gentinos um adjetivo muito peculiar, mas que dis- pensa explicações, para tra tar o atual momento do cra- queecapitãodotime:“Mes- siestá maradoneado”.

Essa versão mais explosi- vae sanguínea do atual ca- misa 10 subverte as críticas recebidas no início de sua trajetória na albiceleste, quando era tachado por cer- taapatia, e fazatorcida lem- brar dos melhores dias de seu ídolo maior, Diego Ma- radona não pelo fute bol, mas pela postura.

Messi está mostrando a essência do futebol disse ontem Jorge Valdano, cen- troavante campeãodo mun- do no México-1986 ao lado de Maradona, ao canal TyC. Está mais conectado do que nunca com sua gente,

Para

mostrando o caráter que sempre teve. Está “marado- neando” no Mundial

Aos 35 anos, Messi dispu- ta sua quinta e última Copa do Mundo (o que faz dele um dos recordistas de parti- cipações) e está a um passo de jogar a segunda decisão enfrenta a Croácia ama nhã, às 16h (de Brasília), pe- la semifinal. O jogador do PSG é o vice-artilheiro do Mundial, com quatro gols. balançandoas redesem mo- mentos cruciais, como na vitória sobreo México por 2 a 0, quando Argentina es- teve a um passo da elimina ção precoce. Nas quartas de

final, oatacante fez gol, deu assistência eacertou sua co- brança nos pênaltis para passar pela Holanda

Mas não são apenas os nú- meros que rendem a Messi esse novo adjetivo do dicio- náriodo futebol. Trata-se de uma guinada em seu tempe- ramento. O camisa 10 vestiu

de vez essa imagem de líder, que motiva, chama a res- ponsabilidadee defende um timeformado por muitos jo- vens estreantes em Copas. Nessabatalha queextrapola os campos, incorpora um sentimentode“nóscontrao mundo”, um orgulho que eraa essência de Maradona.

PROVOCAÇÕES

Esse Messi “maradoneado' se potencializou em dife rentes momentos diante dos holandeses, especial mente no duelo particular que travou com o técnico Louis Van Gaal. Ao marcar seu £ com um atípico gesto de mãos atrás das orelhas, que foi interpretado pela im prensaargentina comouma defesa a Riquelme, preteri- do por Van Gaal em seus tempos de Barcelona. O ex- jogador, que costumava ce- lebrar com o sinal, é desafe- todoholandês, e Messiteria

|, ele comemorou

UMA MUDANÇA DE IMAGEM CONSTRUIDA COM O TEMPO

Messi foi chamado de 'pendejo' por companheiro de seleção, acusado por Maradona de não ter personalidade e até criticado por não cantar o hino

BERNARDO MELLO

psi mal colocada a faixa de capitão; o melhor jogador do mundo não nos representa em momentos importantes”. O trecho, reti- rado de um editorial do diá- rio esportivo argentino Olé de 2015, refere-se a ninguém menos que Lionel Messi

Ao longo de cinco Copas, Messi transformou gradati- vamente a forma como é vis-

toem seu próprio país. Hoje, aos 35 anos, é uma versão bastante diferente, tanto em aspectos visuais quanto em termos de postura, do jovem de 19 que despontava como um reserva promissor.

A relaçãode Messi com os argentinos começou a ficar turbulenta em sua segunda Copa, ade 2010, quando jáera titular da seleção dirigida por Diego Maradona. Messi ter- minou aquela Copa sem mar car gols, oúnico de seuscinco

Mundiais em que passou em branco. Maradona defendeu o pupilo na ocasião, chaman do de “idiotas” os que consi- deravam o desempenho de Messi aquém do esperado. Durante a eliminação da Argentina na Copa 4 de 2011, disputada no país, com uma derrota nos pênal- tisparao Uruguainasquartas de final, Messi recebeu co branças até na própria sele- ção. O veterano zagueiro Burdisso confirmou, anos

mérica

evocado o compatriota para alfinetar otreinador. Durante o jogo, o argenti no-também se dirigiu-ao banco rival e bateu boca

com o técnico e com o seu assistente, o ex-jogador Ed- gar Davids (não fica claro o teor do palavrório). Depois, aindaalfinetou:

Van Gaal diz que joga

futebol bonito, mas colocou dois atacantes altos e ficou jogando bolas na área para tentar ganhar o jogo de- volveu o argentino, critica- do pelo holandês na véspera por não voltar para marcar. Durante entrevista na zo- na mista, Messi ainda se en- volveu em outra polêmica, aoprovocaro atacante Weg-

PRENDE A le 2

Lado a lado. Imagens de Messi e Maradona em bumbos da torcida

NANA AAA

depois, ter chamado Messi de “pendejo” palavra nada lisonjeira, que pode signifi- car “estúpido” ou coisa pior. O vice-campeonato da Ar gentina na Copade 2014, nu- ma competição em que Mes si despontava como lide- rança muito influente além das quatro linhas, preparou terreno para as críticas mais duras. Em 2015, ovice na Co- pa América diante do Chile abriu o período em que ele foi maiscontestado naseleção. As críticas iam desde o desempe nho, aquém do que apresenta- vano Barcelona, até uma su- posta falta de “liderança” e de “patriotismo”. Messi foi criti cado, à época, por não cantar o

hino nacional

Na época, Maradona tam bém criticou:

Temos o melhor do mun: do. Que vai e faz quatro gols

VA

no Real Sociedad (no Campe- onato Espanhol). Mas que vem aqui e não toca na bola.

Em 2016, Maradona foi flagrado dizendo a Pelé, em um evento de patrocinado- res da Eurocopa, que Messi “não tem muita personali- dade para ser um líder”. Em 2018, voltou a sugerir que Messi não suportava pres- são, ao afirmar que o craque argentino “vai 20 vezes ao banheiro antes de um jogo”.

Tudo começou a mudar, curiosamente, quandoatra- jetória de Messi na seleção parecia ter chegado ao fun do do poço, com o segundo vice-campeonato consecu- tivo, na Copa América de 2016. Messi isolou um dos pênaltis na decisão. Saiu de campo afirmando que aque- la havia sido sua última par tida pela seleção.

horst, autor dos dois gols dos europeus, com um “está olhando o que, bobo?”

Háalgo de metafísico na relação entre os jogadores argentinos (especialmen- te Messi) e seu ídolo histó rico no Catar. Por ser a pri meira Copa do Mundo des de a morte de Maradona, falecido em novembro de 2020, referências a ele por todos os lados. A ima gem e o nome do “Dios”, sempre lembrados pela torcida, ganhou contornos de ainda maior devoção neste Mundial. Alémdisso, écitadode forma recorren- te pela seleção nas coleti- vas deimprensa

Diego está nos obser vando do céu. Ele está nos empurrando eeu realmente espero que isso continue as sim até o fim disse Messi aos repórteres, na última sexta-feira. Espero que possamos trazer alegria pa: raele, se ele estiver olhando por nós no céu. Parece até mentira que ele não está aqui entre nós afirmou o técnico Lionel Scaloni no último dia 25, no aniversá- riode dois anos da morte do campeão mundial

Maradona está presente de todas as formas entre os torcedores em Doha: cami sas, tatuagens, mascotes, bandeiras, na pele dos tam bores, faixas e músicas.

É outra emoção, que ele nos ilumine do céu, como diz uma das várias músicas que temos para Maradona afirmou o torcedor Diego Veliz, vestido com chapéu quetemum boneco doídolo em cima de uma camelo. A devoção, o tamanho do mito dele, aumentou com suamorte.

DUETO DEDEVOÇÃO

E é cada vez mais comum ver o “Dios” compartilhan. do espaço com o atual cami- sa 10 nas homenagens. Em 2010, Maradona treinou um ainda jovem Messi na Copa, mas não foram além das quartas de final. O pró prio Pibe tratava o pupilo como seu sucessore chegou aafirmar que “se alguém que pode ocupar o meu lu- gar no futebol argentino, seu nome é Messi”.

Em uma das bandeiras ex- postas no último jogo, Ma- radona, do céu, surgetocan- doo dedo de Messi, abenço. ando-o na terra. Em outra, estão ladoa lado, com vestes eaura de santos, uma di- visão equânime até mesmo naprincipal músicaqueem- bala a torcida no Catar, que começa com o orgulhoso verso “nasci na Argentina, terrade Diego... e Lionel”.

Ele, porém, voltou à sele- ção com prestígio, a ponto deter obliterado Jorge Sam- paolina Copa de 2018. Com o técnico com papel figura tivo, lideranças como Messi e Mascherano assumiram as rédeas do time. A elimi- nação nas oitavas para Fran ça foi frustrante, mas desta vez não abalou o protago nismo de Messi na seleção. Ele passou a ser defendido de seus críticos o ex-ata cante Mario Kempes, herói da Copa de 1978, mandou Maradona “ficar calado após desdenhar de Messi em 2018. O título da Copa Amé- ricade 2021, contrao Brasil, transformou Messi em icone da primeira taça da Argenti- na em décadas. A Copa de 2022é0novo auge, que pode se tornar o definitivo com um eventual tricampeonato.

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Segunda-feira 12.12.2022

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UM BRASIL SEM O QUE DE MAIS BRASILEIRO

Num ponto fora da curva em relação à tradição do país em Copas, seleção foi apenas a 10º que mais driblou no Mundial do Catar; ausência de Neymar em parte do torneio e postura dos adversários estão entre as explicações

RAFAELOLIVEIRA stotoivers entra ve tr

etodosos fundamentos do futebol, nenhum é tão identificado com o Brasil quanto o drible. Num movi- mento só, sintetiza ginga, ca- pacidade de improviso, talen- to individual... Valências as- sociadas a uma cultura fute- bolística moldada nos cam- pos de terra pais adentro. No Catar, ele se fez presente —e ainda se faz. que mais em pésestrangeiros. A seleção de Tite ficou longe das que mais driblaram. Um dado que, se não é capaz de explicar o de- sempenho canarinho, no mí- nimo causa estranheza.

Nesta Copa ainda em an- damento, o Brasil éa 10º se- leção em média de dribles: 6,4porpartida, mesmamar- cada Argentina. Odadoéda plataforma “Sofascore”. O pódio é ocupado por Alema- nha e Canadá (10,3 cada) e Gana (9), todas eliminadas ainda na fase de grupos.

A lista individual coincide coma de seleções. O meia Ja- mal Musiala, da Alemanha, é ogrande driblador da Copa, com média de 6,3 por jogo. Nãochegaaser surpresa. An- tes do torneio começar, o jo- vem de 19 anos era conhe- cido pela facilidade com que se esquiva dos marcadores.

Paraseter ideia do quanto ele é diferenciado neste quesito, sua média é quase o dobro da do segundo colo- cado, o canadense Alphon- so Davies (3,7). O meia-ata- cante Mohammed Kudus, destaque de Gana, comple- tao top-3, com 3,3. A ten- dência é que estes dois se-

DRIBLANDO AS ADVERSIDADES Seleções e jogadores que mais driblaram na Copa do Catar

MÉDIA DE DRIBLES BEM-SUCEDIDOS POR JOGO

OM saia ==

OUT =

QU cm

OF, rasto argentina

Om us:

[2] 0 E JEI:

[4] E “sas om:

DES "om

Fonte: Sofascore

jam ultrapassados pelo fran- cês Mbappé, que vem logo emseguida nalista— com 3 dribles por partida e é o se- gundo em números absolu- tos (15, quatro a menos que 0s 19 de Musiala) —e ainda tem dois jogosa disputar.

A mistura de eliminados e semifinalistas no topo da lista dedribladoresmostraquenão

H-

103

é isto que fará um time ser campeão, aindaquesetratede importante recurso para abrir espaços. Mas a ausência do Brasil é umaquestãoà parte. Na Rússia, em 2018, a sele- ção também treinada por Tite foia segunda emdriblesbem- sucedidos por jogo: 15: Qua- tro anos antes, em casa, ficou em quarto, com média de

14,1. Na África do Sul-2010, teveaterceiramédia: 12,4. Na Alemanha-2006, a segunda: 11,2. E em 2002 (Coreia do Sul e Japão), foi quem mais driblou por partida: 14,3.

A média de 6,4 em 2022 é um ponto fora da curva na tradição da Amarelinha. Se- ria fruto de ideias táticas que dão menos espaço para

Neymar

TOTAL DE DRIBLES

o 2) o o

Musiala Mbappé Boutal Messi (Alemanha) (França) | (Marrocos) | (Argentina) Alphonso Davies (Canadá)

La] Ea E DEI Esitoria de Arte

o drible? Ou estariam os ri- vais mais vacinadoscontraa malemolência brasileira? —A forma que o Tite jogou não limitou os dribles. Até porque ele queria que aconte- cesse pelos lados, com Raphi- nhaeVini EoViniéum dosli- deres de drible na Liga dos Campeões o terceiro colo- cado da edição atual) de-

fende o jornalista Leonardo Miranda, responsável pelo blog“Painel Tático”, dositege: Talvez seleções como Alemanha, Gana, França e Canadá tenham enfrentado adversários que permitiram mais dribles. O Brasil jogou contra rivais muito fechados. Enem sempre o drible conse- gue aparecer contra eles. Ve- jo muito mais as chances que as outras seleções tive- ram e o Mbappé, que é muitoforada curva, do que de fato algo que tenha sido dos joga- dores brasileiros ou da formação táticado Tite. Entre as pecu- liaridades desta Copa, vale lembrar que o Brasil enfren- tou Camarões com reservas. Eque Neymar, o maiordribla- dordotime (equem jogacom mais liberdade), se lesionou na estreia, passou duas roda- das fora e, no retorno, ainda não estava 100% fisicamente. Talvez sejam circunstân- cias dos jogos, porque numa Copa a gente trabalha com uma amostragem de partidas pequenas. Os titulares da se- leção jogaram três partidas. Neymar nem isso. Mas o sis- tema tenta criar condições paraospontasdriblarem. Ali ás, essa foi uma das questões que fez o Raphinha se estabe- lecer no grupo. Vinícius cla- ramente é um driblador, mas boa parte de suas contribui- ções decisivas foram com passes e finalizações —opina o colunista do GLOBO Car- los Eduardo Mansur. Eles sabem driblar, etinham liber- dade. Por circunstâncias das partidas, não ocorreu.

SELEÇÃO FAZ TERAPIA COLETIVA' PARA SUPERAR TRAUMA

Jogadores trocam mensagens, e Tite ganha apoio também na chegada ao Brasil; CBF inicia amanhã busca por novo treinador

DIOGO DANTAS Errado esperas dog cartesôentra elis

eliminação do Brasil na

Copa do Catar trouxe uma consequência diferen- te em relação aos últimos fracassos desde 2006. Nun- caantes os próprios jogado- resea rede de apoio que os cerca, entre amigos, famili- ares, profissionais do fute- bol, fizeram uma blinda- gem tão grande, ao mesmo tempo expondo através das redes sociais e humanizan- doa derrota. Em tempos de preocupação com saúde mental no esporte individu- al, a seleção brasileira, que não tem qualquer tipo de trabalho psicológico, foi obrigada a lidar de forma improvisada com a sensa- ção de fracasso.

Cada jogador e membro de comissão técnica conseguiu traduzir em palavras seus sentimentos, mas não neces- sariamente entender como lidar com ele. Foi o caso de Neymar, principal nome da equipe, que desatou a falar tão logo o Brasil perdeu para aCroácianos pênaltis. Em48 horas, o camisa 10 desabafou na internet, agradeceu ao técnico Tite, compartilhou conversas com o zagueiro Marquinhos e reforçou o

cume

Sem declarações. Tite chegou ontem ao Rio de Janeiro; técnico foi aplaudido por grupo de torcedores

apoioaojovem Rodrygo—os dois que perderam pênaltis nas quartas de final. “Euteconheciacomotrei- nadorejásabia que era mui- tobommas como pessoa vo- cêé muito melhor! Você me conheceu e sabe quem eu

sou e isso é o que importa pra mim... Venho aqui abertamente te agradecer por tudo, todos os ensina- mentos que o senhor nos deu”, escreveu o camisa 10 para o técnico. Os demais atletastambém se mobiliza-

ram em defesa de Tite. ACBFesperavaformalizara trocade comando logo, mas vaiacelerar a busca porumno- vo treinador a partir de ama- nhã, quando volta de recesso. Os nomes especulados entre estrangeirose brasileirosserão

analisados por Ednaldo Rodri- gues, mas a perspectiva é definir o nome em janeiro pa- ra o início de um novo ciclo. No momento, seguem cota- dos Abel Ferreira, Jorge Jesus, Dorival Júnior e Fernando Di- niz, mas Mano Menezes não pode ser desconsiderado.

No desembarque da dele- gação no Rio, Tite chegou com a família etambém foi aplaudido por um grupo de torcedores. Abatido, agra- deceu e seguiu para casa sem novas declarações, muito menos em rede soci- al, que não se comunica dessa forma como público. Na sua intimidade, estava inconsolável, reservado e entendendo que todas as críticas cairiam sobre ele ao fim do ciclo sem um título. O mesmo vale para seus co- legas de comissão técnica, que funcionaram como es- cudoederamapoioaolongo detodootrabalho.

“Você merecia ser coroa- docomessaCopa, todos nós mereciamos portudo que fi- zemos e por tudo que abri- mos mão para tentar alcan- çar o nosso maior sonho”, emendou Neymar em seu longotexto.

O craque voltou ao Brasil em voo particular, e outros atletastambém chegaram no país, como Ederson, Raphi-

nha, Everton Ribeiro, Dani- lo, Weverton e Rodrygo. O restante ficou pela Europa. Lucas Paquetá seguiu com a família no Catar, assim como Thiago Silva, que teve um vi- deo postado pela mulher so- zinho, em um canto.

SÓEVERTONFALA

Acomissão técnica, odiretor Juninho Paulista e o presi- dente da CBF Ednaldo Ro- drigues também desceram no Rio. O único a falar foi Everton Ribeiro:

—São momentos dificeis, a gente tenta se confortar com palavras, mas foi um baque total. Ainda estamos digerin- do isso, essa ferida vai ficar aberta por um bom tempo.

Além de atletas e familia- res, Ronaldo Fenômeno, he- róido pentaem 2002, funci- onou como escudo. Presen- te no Catar e próximo aos atletas, admitiu a decepção pelo desempenho em cam- po, mas se colocou no lugar dos jogadores.

“Não posso fingir quenão vi nadade errado. Discordo pro- fundamente, porém, de quem acha que o erro na dança, no brinco, no cabelo ouno pandeiro. As mudanças de comportamento entre ge- rações sãonaturais. Comone- garobrilho, acompetênciaea grandiosidade de vocês que são os novos ídolos das nossas crianças? Falhamos sim do pontodevistatécnico. Eeusei que vocês sabem: é legítimo queotorcedor esteja decepci- onado nesse momento. Vocês também estão", escreveu.

O GLOBO sesunantera 12122022

Catar2022 | 5

MARTÍN

FERNANDEZ

ESTAJÁÉ A

eseriegtbtogicho com sr

COPA DE MARROCOS

Mus eliminou Bélgi- ca, Espanhae Portugal e estánasemifinal daCopado Mundo de 2022. A Tunísia

ganhou da França —enão

me venham como papinho

detime reserva francês por- que Mbappé, Griezmannea cavalaria entraram no segun- dotempo para tentar evitara

derrota, e não conseguiram. A Arábia Saudita bateua Argentina devirada, com Messi em campo otempo todo. Eo Catar, bom, o Catar não ganhou de ninguém e terminou sua própriaCopa do Mundo com a pior campa- nhadeum anfitrião na histó- riada competição, afinal nem

tudo podeser comprado. Mas o Catar permitiu que tudo isso acontecesse. Acena mais comovente dos 60 jogos disputados neste Mundial —ainda fal- tam quatro —se deu ao fim da partida entre Marrocos e Portugal, pelas quartas de final, na noitede sábado, no estádio AlThumama, enão foiochorode Cristiano Ro- naldono túnel, despedindo- semelancolicamente de sua última Copa do Mundo. À imagem da Copa, até que alguém ofereça troféu aos céusno próximo domingo, mostra jogadores marroqui- nosajoelhados na linha de fundo, em reverência à torci- daquenão parou de apoiá- losnajornada épicaque resultou na primeira seleção africana e na primeira sele- çãodeum país árabe ache- gartão longe numa Copa do

Mundo este prêmio que um dia foi alvo de disputa entre europeus e sul-ameri- canos, mas que vinte anos se tornou inalcançável para quem está fora da Europa. Festa na Líbia, festa no lra- que, definitivamente festa no Catar. Nodia seguinteã vitóriade Marrocos sobre Portu- galbrotaram noSouq Wagif—o maior merca- do de ruade Doha, transfor- mado em ponto de encontro de torcidas do mundo inteiro —camisetas brancas comas bandeiras dos quatro países árabes presentes no Mundial. Nomeio dos emblemas de Catar, Arábia Saudita, Tunísia e Marrocos, a frase “Eu sou” —eusou catar, saudita, tuni-

Marrocos estána semifinal porque é um excelente time de futebol

siano, marroquino. Abaixo das quatro bandeiras: “Sem- precomos árabes”. O técnico da seleção marroquina, Walid Regragui, usou suas entrevis- tas para ampliar oalcance do feito de seus comandados. “Estamos aqui para represen- tara África. Senegal, Gana, Camarões. Por que a África não pode ganhar aCopa do Mundo?” Pode sim. Nunca esteve tão perto.

Nuncana história das Copas do Mundo os aspec- tos extracampo foram tão importantes, tão analisados com lupa por jornais do mundo inteiro etão esmiu- çados por relatórios de ONGs. Mas foram justa- menteos princípios mais básicos do futebol, os ine- gociáveis, osindomáveis, os que não nunca fazem parte deacordos de nenhum tipo, que arrastaram aCopa de

volta para esta discussão.

Marrocos está na semifi- naldaCopa porque éum excelente time de futebol, porque sabe se defender de maneira eficiente sem ser covarde, porque tem perfei- taconsciência de como cau- sar dano a seus rivais quando ataca, porque é um dos mui- tos, incontáveis, países do futebol. Pode parecer incri- velparao Brasil, mas exis- tem outros países do futebol. Agora Marrocos vai enfren- tara França, provavelmente aseleção mais preparada para ganhar este Mundial. Não éum exagero nem um equívoco afirmar que os marroquinos terão o apoio detodos os países árabes e de todaa África.

Tanto faz o queaconteça nos próximos jogos, esta será parasempreaCopado Mundo de Marrocos.

GRIEZMANN E ARMA PARA FURAR DEFESA MARROQUINA

Destaque entre criadores do Mundial, camisa 7 da França terá desafio diante do melhor sistema defensivo no Catar

BRUNO MARINHO

Emb espera trpemarrredentanttr

Nisfncio maischan- ces de gol nesta Copa do Mundo do que Antoine Gri- ezmann. Em uma competi- ção degrandes camisas 10,0 7 pode ser o divisor de águas entre os franceses alcança- rem uma segunda final se- guida de Mundial ou sofre- remuma derrota que invari- avelmente ganhará ares de decepção histórica, diante doazarão Marrocos.

Isso porque os atuais campeões terão pela frente naquarta-feira, noAl Bayt, a melhor defesa da Copa. Apenas um gol sofrido em cinco partidas. Um ferro- lho que levou os marroqui- nos a alcançarem uma se- mifinal inédita para sele- ções africanas. Somente um criador de jogadas de altonível pode ser capaz de furar essa defesa.

Griezmann tem sido esse jogador no Catar. Uma ver- são atualizada de si mesmo, menos protagonista em ter- mosde pols, mas não menos

importante do que o astro dotime, Mbappé.

Não garçom como ele nesta Copa —são três assis- tências até agora. Griez- mann está à frente de Messi neste quesito. É também quem mais criou chances claras de gol para os compa- nheiros: seis. Se o gol não saiu, não foi por sua culpa. Nem mesmo o português Bruno Fernandes, outro cri- ador de destaque neste Mundial, foi tão generoso comos companheiros.

Contra a Inglaterra, sua movimentação confundiu a marcação. Enquanto os ad- versários se preocupavam em povoar a defesa e dificul- taravidade Mbappé, o cami- sa 7 encontrou a brecha para tocar para Tchouaméni abrir o placar. No segundo tempo, ele inverteu o lado do campo e, da esquerda, cruziu para Giroud cabecear.

Sabia que criaríamos chances, e o“Griz” me deu uma bola fantástica co- memorou o centroavante depoisda partida.

Os dois passes para gol co- locaram Griezmann como o

Garçom. [E tolíderde assistências nesta Copa, comtrês passes para gol

maior assistente da história daseleção da França, à fren- te de ninguém menos que Zinedine Zidane e Thierry Henry (28 contra 26).

DESAFIO

Será complicado repetir es- se desempenho contra Mar- rocos. As linhas compacta- dasdaequipe africana deve- rão diminuir os espaços pa- raGriezmann flutuar entre elas. Nesta Copa do Mundo,

é justamente assim que gos- tade jogar. Ele se desmarca, recebe e tenta o passe verti- cal, para quebrar linha de- fensiva e deixar o atacante nacaradogol.

Do outro lado, terá uma defesa que conseguiu freara criatividade de meias como Kevin de Bruyne, Modric, Pedri, Gavi, Bruno Fernan- dese Bernardo Silva.

Pesaa favordelea devoção do técnico Didier Des-

champs, que não deixou de prestigiá-lo durante o últi- mo ciclo nem no momento em que passou duas tempo- radas em baixa, pelo Barce- lona. Griezmann voltou pa- raoAtlético de Madrid, mas seu porto seguro tem sido mesmoa seleção francesa. Com a ascensão de Mba; péea necessidade da Fran- ça, à procura de um meia de criação depois do corte de Pogba, o jogador recuou al-

guns passos dentro do cam- po. Não faz mais gols como antigamente, mas segue de- cisivo de outra maneira. Hoje, a França realizará o penúltimo treino antes da partida contra Marrocos. Será uma oportunidade pa- ra Deschamps realizar os ajustes necessários para en- carar a defesa marroquina. A conferir, qual seráo papel desempenhado por um dos grandes nomes da Copa.

NOS CLUBES

VASCO FLUMINENSE

Acerto com Pedro Volante deve ser

Raul está próximo emprestado ao Ituano e) VASCO chegou City,ePatrickde —O Fluminense val como profissional aosvalores pedidospelo Lucca, do Bahia. emprestar ovolante pelo Flu. Em 2022, ele Kashiwa Reysol, do ainda esta semana. Nascimento ao Ituano defendeuoBangueo Japão, paraliberaro Outro jogador que paraadisputadoCam- Náutico. atacantePedroRauL A estáemnegociaçãoé | peonato Paulista se- OFlujáhavia acertado expectativaéqueo ocolombiano Diego gundooge. antes os empréstimos acordodoclubecomo Valoyes, do Talleres, Formadonascategorias de John Kennedy, para jogador devaser conclu- da Argentina. de base dotricolor.o aFerroviária-SP.de idonospróximosdias.O Oelencovascainose jogador de23anos. que Davi Edinho e Gabryel Vasco tambémdeve apresentahojenoCT temcontrato até de- Martinsparao Bangu anunciar os volantes Carlos Moacyr Bar- zembro de 2023, dispu- ede Abner parao Volta Júnior Urso. doOrlando bosa. touapenastrêspartidas Redonda.

BOTAFOGO FLAMENGO

Diretoria monta perfis | Everton Ribeiro fala de contratações sobre novo treinador —Comtempoatéo alvinegrotambém —— Nodesembarque mou que onegócio começo da janela em buscaránomes parao doCatar, Everton Ribei- foi finalizado. janeiro, a diretoriado time B que possam roconversoucoma Ojogador mandou Botafogotemtrabalhado serúteis noelenco imprensasobreofuturo umamensagempara paradeterminaros perfis principal. doFlamengo. Ao ser ofuturo comandante: das contratações que Jefinho, contratado perguntado sobre o Estamos esperan- serão feitas para 2023. neste perfilno come- novotécnicodoclube,o dodeportas abertas, Além de seis reforços qodoano.éoprinci- meia que estava coma porque temos o Mun- pedidos pelo técnico Luis pal“case” desuces- seleçãobrasileiraafir- dialetodosos campe- Castro.comprioridades soe ondeadiretoria mouqueacreditaque onatos pela frente. nogollateral-direita, doclube busca se seráoportuguês Vitor Esperamos sercam- zagae ponta-chreita,o espelhar. Pereira masnãoconfir- pedesdenovo.

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Segundateira 1212.2022) O GLOBO

4 coPonta DE LANÇA

Parceria do GLOBO com o projeto independente que joga luz sobre histórias pouco conhecidas do futebol e da cultura do continente africano

O CONTO DE FADAS AFRICANO A RECEITA DO SUCESSO DO MARROCOS

LUIS FERNANDO FILHO E MARCUS CARVALHO esgortegtrioginos com br

Ass surpresada Copa do Mundo no Catar é,

sem dúvidas, o Marrocos. A seleção africanaalcançouas quartasde final pela primei- ra vez em sua história, sen- do apenas a quarta seleção do continente africano a chegar nesta fase do Mundi- al. Logo depois, a primeira semifinal de um país africa- no na história das Copas, após derrotar Portugal.

Porém, antes disso, os marroquinos vivenciaram diferentes processosem Co- pas, entre o protagonismo, por ser a primeira seleção africana a passar de fase em 1986, até a campanha sem precedentes desteano.

Na Copa do Mundo dispu- tada na França, em 1998, os “Leões do Atlas” contavam com uma de suas melhores gerações de atletas da história do país. O elencoeracompos- to por jogadores como Mus- tapha Hadji e Noureddine Naybet, que se tornaram len- das no futebol do Marrocos.

Desde então, a seleção vi- venciou longos 20 anos sem disputar um Mundial. Até que, em 2018, uma no- va geração, com Hakim Zi- yeche Achraf Hakimi, apa- receu no radar. Dois atletas nascidos no exterior, mas com ligações estreitas com opais africano por serem fi- lhosde marroquinos. O pri- meiro recebeu o convite da Federação Marroquina de Futebol quando estava prestes a ser convocado pe- la Holanda, seu país de nas- cimento. o segundo, nas- cido em Madri, na capital espanhola, estava próximo de defendera Fúria.

O desempenho na fase de grupos na Copa da Rússia

Gana. Kudus, de 22 anos, foi uma das revelações da Copa

não foi suficiente para colo- car de volta o país nas oita- vas de final de um Mundial. Porém, asementehaviasido plantada naquela edi Antes da viagem ao Catar, o cenário da equipe sofreu alguns imprevistos. O maior deles foi o efeito da relação desgastada entre o técnico bósnio Vahid Halilhodzic e Ziyech, a principal estrela dessa geração. Após mais de um ano do craque sem atuar naseleção, a Federação Mar- roquina resolveu demitir o antigo treinador. Ofranco-marroquino Wa- lid Regragui, campeão afri- cano e da liga do Marrocos como Wydad Casablanca na última temporada, foi o es- colhido para substituir Ha- lilhodzic. Ele voltou a con-

vocarocraque dotimee res- taurouobomclimano vesti- árioeaconfiançado elenco. NaCopade 2022, Marro- coséuma das seli scom mais jogadores vindos da diáspora: são 14 atletas. Muitos deles desenvolven- do seu futebol na Espanha, Bélgica e França. Este é mais um recado do proces- sointensivo de captação de jovens atletas liderado pela Federação Marroquina e que deve aumentar nos próximos anos. Junto a is- so, os marroquinos tam- bém contam com atletas quesaíram do futebol naci- onalehojebrilham nasele- ção, como o zagueiro titu- lar Nayef Aguerd, o substi- tuto do ex-defensor Bena- tianaseleção.

Camarões. Seleção bateu o Brasilna fase de grupos

Igualandoorecordede pa- íses africanos classificados para as oitavas (2014), con- quistando vitórias marcan- tes e revelando jogadores, a Copa no Catar é histórica paraocontinente africano.

SENEGAL NoGrupoA, Senegalchegou como uma das favoritas à classificação. Mesmo sem Sadio Mané, seu principal craque, otécnico Aliou Cissé construiu um elenco com- petitivo. Na primeira roda- da, a derrota para a Holanda não desanimou, e a primeira vitóriaveionasegunda parti- da, contraoCatar. Naúltima rodada, os sene- galeses viveram a grande de- cisãocontrao Equador con- quistaram uma classificação

heroica às oitavas, com des- taque para o gol do zagueiro Koulibaly. Assim, os “Leões de Teranga” voltaram a avan- çaràsegunda fasedaCopado Mundo após 20 anos.

Nem mesmoa eliminação paraa Inglaterra nas oitavas ofuscou a boa campanha se- negalesa. O ciclo pós-Copa parece próspero.

TUNÍSIA A Tunísia surpreendeu com aboa partida contra a bada- lada Dinamarca. Mesmo na derrota para a Austrália, as “Águias do Cartago” mostra- ram capacidade de criação e viram o empate, ou até mes- mo a virada, escapar nas chances perdidas. Naterceira rodada, a Tuni- sia protagonizou o jogo que

Eae

enlouqueceu muita gente: a vitória histórica e emocio- nante contra a seleção fran- cesa, em um duelo repleto desimbolismo que não cabe no pequeno mundo que gira dentro das quatro linhas.

CAMARÕES

No Grupo G. Camarões foi de possivel saco de panca- das para a seleção que mar- cou a história do futebol africano. Depois de uma doí- da derrota para a Suíça eum eletrizante empate contra a Sérvia, os “Leões Indomá- veis” chegaram na terceira rodada buscando a classifica- ção contra a seleção penta- campeã do mundo. Nos acréscimos,abolaencontrou acabeçade Aboubakar, autor do gol que deu a primeira vi- tóriadeuma seleção africana sobre Brasilem Copas.

GANA

No Grupo H, Gana sofreu comoseteitosdeser aseleção mais jovem em média de ida- de(24,7anos).Capazde fazer um jogo competitivo contra Portugal, sucumbiu à pressão da vingança contra o Uru- guai, restando apenas nos mi- nutos finais abraçar o algoz rumo à desclassificação.

Entre esses jogos, a segun- da rodada trouxe a consa- gração de Kudus. Uma das revelações da Copa, o joga- dor fezdois golscontraaCo- reiado Sul na vitória ganesa por 3a 2. Além dele, Zigi, que teoricamente era o ter- ceiro goleiro antes do Mun- dial, se destacou com gran- des defesas.

Escrevendo novas históri- as asseleções africanas pare- cem ter marcado o início de um contra-êxodo. Antes, os jovens países perdiam seus talentos para potências euro- peias por causa das guerras, da miséria, da falta de opor- tunidades e boas condições devida decorrentes dos anos de dominação desses países. Agoraesses talentos estãoca- minhando de volta em dire- ção a sua ascendência africa- na, vestindo com orgulho as cores dos países de seus pais.

DEZ ANOS DE

APAVORAMENTO

SURGIDA EM 2012 COM FOCO NO TERROR, DARKSIDE CONSOLIDA-SE

COM UMA CENTENA DE LANÇAMENTOS

ESTE ANO E UMA LEGIÃO DE FÃS DA “CAVEIRA, COMO A EDITORA E CARINHOSAMENTE CONHECIDA

TÉLIONAVEGA

agêapetecmes

ozededezembrode 2012 [5 um dia especial. Foi naquele cabalístico 12/12/12 que a editora Darkside lan- çou o seu primeiro livro, uma curiosa adaptação do cinema para a literatura: “Goonies”, de James Khan. Hoje, exatos dez anos de- pois, a Darkside é um fenô- meno do mercado brasilei- ro. Com foco noterror, aca- sa que ganhou o apelido de “editora da Caveira” tem uma centena de livros pu- blicados este ano e um verdadeira legião de fãs nas redes sociais.

No Instagram, onde a tem maisde 700 mil segui- dores, os posts chegam a geraratémilcomentários, tamanho o engajamento. A razão pode estar no ni- cho de literatura escolhi- do pelos dois sócios-fun-

dadores, Christiano Me- nezes e Chico de Assis, respectivamente diretor editorial e diretor comer- cial da Darkside.

Somos fãs apaixona- dos pelouniverso dalitera- tura e do cinema de horror revela Christiano, de 44 anos, o Chucky (sim, o “Brinquedo assassino”; na firma, todos adotam apeli- dos “do terror”) Fomos movidos pelo desejo de compartilhar as histórias que amamos com outros fãs. Queríamos construir um olhar mais apurado, profundo e respeitoso com um gênero tãoneglicencia- doaté então pelo mercado.

Os dois parceiros se co- nheceram no mercado da música e da fotografia digi- tal mais de duas décadas e, juntos, criaramo escritó- rio de design Retina 78 em 2009. Cerca de cinco anos

muces ce omtacação

4:

Tio Chico e Chucky. Ou Chico de Assis e Christiano Menezes: a dupla de sócios

Top. Capas icônicas escolhidas pelo diretor editorial da Darkside

depois, Christiano e Chico começaram a publicar li- vroscomo editor Loboatra- vés do selo de quadrinhos Barba Negra, da LeYa Bra- sil. A experiência infeliz- mente foi curta (menos de três anos) devido a uma de- io da editora portugue- sa, masserviu deensaiopara o surgimento da Darkside logoem seguida.

Vendo o mercado edito- rialhoje,Chicodetectaum ambiente bem mais gene- roso, “menos monotemá- tico”, abrindo espaço para novos segmentos —inclu- siveoda Darkside.

Tudo se transformou. A sociedade mudou com muita velocidade, incerte- zas e contradições ganha- ram espaço. E o mercado editorial reflete isso, se abrindo para novas vozese lutas importantes —expli- caele, também de 44 anos, e conhecido na empresa como Tio Chico (da Famií- lia Addams). Foram quase 400 títulos, dezanos de muito aprendizado e umacerteza: valetraba- lhar com arte se ela ali- menta sua alma.

“ESTILO DARKSIDE" Arte, especificamenteo de- sign, parece ser outra razão parao sucesso da editorada Caveira. Os livros publica- dos até aqui têm capa dura, acabamento gráfico sofisti- cado, lettering requintado e guardas impactantes, o que faz com que se tornem objetos de desejo. Aestética, tão espec: é conhecida na áre mo “estilo Darkside”, se- gundo Anderson Junquei- ra, que acaba de ganhar dois prêmios no Brasil De- sign Award por sua disser- tação de mestrado “Capas de livro no Brasil: relações

O GLOBO | Segundateira 1212.2022

entre tecnologia gráfica e linguagem visual”.

—As capas da DarkSide foram um acontecimento quando surgiram dez anos atrás —contao designer ca- rioca, de 30 anos. —Arrisco dizerqueotrabalho da Reti- na 78 na editora virou uma grife reconhecível pelos mais aficcionados, algo co- mo Tomás Santa Rosafezna Editora José Olympio nas décadas de 1930 e 1940 e Eugênio Hirsch naCiviliza- ção Brasileira na década de 1960. perdi a conta de quantas vezes me enco- mendaram uma capa no “estilo DarkSide”.

Para Junqueira, a capa de um livro deve resumir cen- tenasde páginasemapenas uma imagem e funcionar comoumajanela paraoseu mundo interior. E num pa- ís como o nosso, com tão poucas livrarias físicas e um comércio virtual tão acirrado, o desafio do ca- pista éainda maior:

Atualmente, nesse mundorepleto de imag; emtodosos lugares, a capa de livro tem uma impor- tância ímpar e, arrisco di- zer, ainda mais desafiado- ra que antigamente: atrair os olhares habituados ao consumo midiático.

Evidentemente não bas- taatrair um leitor pela ca- pa. Etalvezoterror puro e deraiznãofosseobastante quando os editores decidi- ram criar selos dedicados ao true crime, à bruxaria e aopúblicoinfantil—oCa- veirinha, com livros como “A vida não me assusta”, em que pinturas originais de Jean-Michel Basquiat ilustram um poema de Maya Angelou.

RACISMO ESTRUTURAL EM HQ PREMIADA, NA PÁGINA 2

DO CADERNO

de

2 | Segundo Caderno

Segunda-feira 12.12.2022 | O GLOBO

LUCAS SALGADO hescesgado Gogo comer

heo é um cartunista

bem- sucedido e divor- ciado. Após um ano sem encontrar a filha, Duda, que se mudou com a mãe para outra cidade, ele pas- sa um período de férias com a menina. É justa- mente quando começa a receber ligações de uma desconhecida informan- do sobre o estado de saúde preocupante de seu pai, Theodoro, que o abando- nou quando ele era crian- ça. Em conflito com seus sentimentos, decideentão ir visitar o paí, internado em um hospital no sertão da Bahia. Saindo de Salva- dor, ele pega a estrada na companhia da filha.

Esta é a premissa do filme “Sol”, em cartaz nos cine- mas. Escrito e dirigido por Politi, o longa-metragem estuda as relações entre pais efilhos para tratar de aban- dono e reconexão. Rômulo Braga interpreta Theo, en- quanto a estreante Malu Landim vive Duda. Everaldo Pontes completa o trio prin- cipal na pele de Theodoro.

Quis fazer um filmeso- bre a dificuldade de um ho- mem em lidar com as emo- ções mais profundas, sobre afaltade instrumentos que muitas vezes o feminino tem —conta Politi, E so- bre um cara introspectivo que foi abandonado e que tem emoções muito fortes com relação a isso, mas que não consegue lidar com elas. Ele tenta soterrar es- sas emoções, mas a vida o obrigaa encará-las.

*FRATURADO POR DENTRO" Braga, que conquistou o prêmio de melhor ator do Festival do Rio 2021 pelo trabalho no filme, contaque foi justamente essa dificul- dade em lidar com os senti- mentos, na relação com o pai, coma filhaou com o ca- samento fracassado, que despertou seu interesse.

É um homem em uma

CONTINUAÇÃO DA CAPA

O RACISMO ESTRUTURAL EM HQ PREM

ia

Filha, avô e pai. Malu Landim, Everaldo Pontes e Rômulo Braga vivem desencontros familiares e afetivos em “Sol”. longa-metragem da diretora Políti que rendeu a Braga um prêmio no Festival do Rio

ROAD MOVIE DO SERTÃO AO SOM DE MARILIA MENDONÇA

situação socioeconômica confortável, mas que inter- namente está totalmente fraturado diz o ator, que usou elementos de sua vida pessoal no desenvolvimen- todo personagem. É uma história que, de alguma ma- neira, perpassa minha vida edemuitas pessoas. Nãosão temas completamente iso- ladosdeminha experiência. Tenho um filho de 22 anos e uma filha de 9, de casamen- tos distintos. Relações com

um filho, com um pai, são relações de uma vida.

Politi descreve “Sol” co- moumfilmesobreabando- noereconexão. Paraadire- tora, que no momento tra- balha na finalização de “Meu nome é Gal”, aguar- dada cinebiografia de Gal Costa estrelada por Sophie Charlotte, a obra conversa bemcomocenário político esocialdosúltimosanos.

É um filme sobre reco- nexão que estreia em um

momentoemque buscamos nosreconectar. Porcausada pandemia e do momento político, nós nos desconec- tamos do mundo e de mui- tas pessoas. Estamos muito desconectados. Entre elei- ções e pandemia, é maravi- lhoso poder lançar um filme que fala de reencontro, fa- míliae afeto.

O afeto, inclusive, cha- mouaatenção Braga. Visto recentemente no drama “Carvão” e na série “Rota

“ENTRE ELEIÇÕES E PANDEMIA, É MARAVILHOSO PODER LANÇAR UM FILME QUE FALA DE REENCONTRO, FAMÍLIA

E AFETO, DIZ DIRETORA DE 'SOL, SOBRE HOMEM QUE PERCORRE ESTRADAS E LIDA COM DISTÂNCIA E ABANDONO

Três gerações. Página dupia da HQ “O fim da noite”, de Rafael Calça e Diox

Darkside surgiu dez anos, mas ali no meio do caminho, em 2017, Chico e Christiano começaram a pu- blicar quadrinhos, como nos tempos da Barba Negra. E,ho- je, 66 HQs depois, comdireito aum Prêmio Jabuti para “Sil- vestre”, de Wagner Willian, eles possuem um bom catálo- gode gibis, não deterror. No embalo da CCXP, a edi- tora lançou de uma vez seis títulos brasileiros: “Bully y' de Bruno Guma e Yuri 0.0.: À hor

Horóscopo Cláudia Lisboa

ÁRIES (21/3 A 20/4) bemanta 1: Modattade iu

CÂNCER (21/6 a 22/7) Siemets iqua Motutidude puts

tilagem”, de Guazzelli, Marko Martinz, Renato Turnes e Vander Colombo; “Hailsto- ne”, de Rafael Scavone e Rafael deLatorre; “Labirinto”, de Thi- Souto; e “O fim da noite”, deDioxe Rafael Calça.

Dos seis, vale destacarolivro de Dioxe Calça (roteirista de “Jeremias: Pele” e “Jeremias: Alma”, em que um coadjuvan- tenegro da Turma da Mônica vira protagonista), que venceu o Prêmio Machado, criado pe- la própria Darkside para esti- mular a produção de narrati- vas nacionais. Diox e Calça

LIBRA (23/9 A 22/10) temesto 1: Mdatidado: rcutsm Soa

66”, o ator ressalta que, mesmo repleta de persona- gens duros e introspecti- vos, o afeto é o ponto con- dutor da história, princi- palmente na relação entre pai filha, aquela que “ain- daé possível salvar”. Maisdo queumdramaen- tre pais e filhos, “Sol"tam- bém é um road movie. Em determinado momento, os três personagens principais se veem dentro de um carro nosertão da Bahia em busca

deseus destinos.

O road movie tem uma coisa muito interessante pa- raa dramaturgia que é o fato de que tudo é novo. O tempo todo o cenário vai mudando. Não gosto de olhar para o ro-

contamnoálbumalutadetrês gerações de mulheres negras contra o racismo estrutural em nosso país. Um relato infe- lizmente tão banal que Calça foi buscar em sua própria fa- múília a gênese da HQ.

Quis respeitar e homena- gear a jornada de vida de mi- nha avó diz Calçaa respeito de“O fim da noite”. Jornada tão comum em famílias ne- gras, com mulheres que lide- ramsem escolha e sobrevivem emmundohostil. Eu fui o Jere- mias, mas cheguei aqui gra- ças âminhaavóe à minhatia.

E

ad movie apenas através des- sa coisa da jornada interior espelhadanocaminho, naes- trada. O impacto do filme de estrada é a busca constante —destaca a diretora.

“SUPERA! NO CABARÉ Diante dessa “busca cons- tante”, os personagens se permitem momentos de tensão, afeto e catarse. Um deles, em particular, chama a atenção, com Theo alcoolizado em uma espécie de cabaré ouvin- do“Supera”, músicaimor- talizada na voz de Marília Mendonça. Politi conta que queria uma música baiana inicialmente, mas que depois decidiu usa uma canção que as pesso- as ouviam na região. Ela acabou descobrindo “Su- pera” dias antes de rodara cena e teve a certeza de queeraaúnicaopção. —Foiumacenaquetoda a equipe queria muito ro- dar. É um filme que tem umadureza, então estáva- mos sentido falta deste momento de libertação. Foi um dia muito festivo e especial —lembraoator.

ADA

As histórias de vida de Au- rora, Ruth e Vitória, respec- tivamente avó, mãe e filha, são fortes e precisam ser contadas por vozes negras comoade Dioxe Calç

Não tenho pretensão de dizer que entendo a vivência preta feminina, mas é im- portante abraçá-la com res- peitoeamor, escrever de for- majustae longe de estereóti- pos. Se nós, negros, não es- crevermos nossas histórias, autores brancos continua- rão a lucrar romantizando nossa luta e nossasdores.

DO seen arenas

Você se sentirá mais aberto socialmente e sua dispo: nibilidade trabalhará a seu favor Invista em tempo comparti lado com pessoas que he oferecerão novidades e expansão do conhecimento. Aprenda algo novo.

TOURO (21/4 A 20/5) ciemento: tc Miidado: Fu Sra

complementar (ri Bagunte vices Sebo viga Souto

Sua disciplina e planejamento serão os principais. condutores da realização de seus sonhos, mas não abra mão da flexibilidade necessária para acolher o imprevisível Confie em você e no universo o redor.

GÊMEOS (21/5 A 20/6) tumasts: 1 mttande vt “ge comment gt Reg: coa Sosa Ainda que você esteja com força e coragem para experimentar novos caminhos, um pouco de ponderação e cautela antes do próximo passo lhe ajudará a evitar obstáculos desnecessários.

O cgiobocombr/cuitura

Pi Pe eis ns veneão

As decisões que precisará tomar hoje demandarão agilidade e

segurança. Sendo assim. você sabe que o melhor será acreditar

na sua intuição, antes de elaborar uma justificativa lógica

LEÃO (23/7 3 22/8) tsemente fog: Metuitate Fu Soo

complimenta co Regue “1 Sara o tg Cosconamos

Ainda que você seja questionado e, até. contestado. por suas escolhas, tenha em mente que O outro estará apenas. desejando o seu bem. Mantenha a serenidade para ser tão compreensivo quanto fiel a si mesmo.

VIRGEM (23/3 A 22/9) temento: tora Motatiendo 1.026

Sem comments Pei gta Vacas Sab ig Cs

O trabalho será o melhor meio de evitar devaneios e exercitar a criatividade de forma saudável. Por mais pragmático que você seja a fertilidade da sua imaginação estará afiorada. Conduza-a sabiamente

complementa dr. Begute vi Sete é sue Ecs

Suas realizações dependerão agora de uma mistura estável entre cisciplina e relaxamento. Comprometa-se com seus momentos de lazer assim como você vem se empenhando com o trabalho. O equilibrio Ihe faz bem.

[47 ESCORPIÃO (23/10 A 21/71 ementa ts Motta 5mo “A feria pese =] A renovação emocional e a renúncia de sentimentos infésteis. lhe conduzirá ao presente com certeza e orgulho de

suas próprias decisões. Não ace urgências. Viva o agora como consentimento do seu coração.

DO, soa compmanta cmis Rogue 1040 Sadr e ge Cota DS você esergará as metas que deseja alcançar mas. antes de pér-se em movimenta. dedique-se aos ajustes necessári Os para caminhar até elas com segurança. Não apresse o curso do

rio. um passo de cada vez.

E; SAGITÁRIO (22/11 A 21/12) Cumento soy: Matando sc

sl CAPRICÓRNIO (22/12 4 20/1) tienen: toi: Mutittado: emasass Sm complementar Cie Regue Store Sabre oque ho)

Ac se abrir para os encontros e a intimidade, você adentrará um mundo tão abstrato quanto poderosa. Não tema a imaterialida- de de suas emoções. Elas são reais e legítimas.

AQUÁRIO (21/71 A 19/2) Semente: Medatiade 5.0 re planas Lc Bogart ia Sa a ga

Você estará abastecido de autoconfiança e certeza sobre seus desejos pessoais. Invista em seus objetivos sejam eles pequenos ou grandes. O que importará agora, será voc estar pesto da sua verdade.

PEIXES (20/2 A 20/3) Bemento: lg.s Motamtato tsares o gun er Sao o gra

Quando seu mundo interior não lhe oferecer guarida, não hesite em dedicar-se às mais concretas e pragmáticas atividades do seu dia. Realizar o dbvio será a cura para as agitações da alma.

Editora: Gabrieta Gar! (gabi cçioto com br) Editor auto: Lar ceio Beto (testsoS oglcto com tr) Editor assistente: E co Psique (earodrigusSogtcbo com tr) Diagramação: Gusto Amara (srlamars echo corbr) e Jucqueime Deris (jcquestogicim com tr) Telefones: Reação: 2534-5703 Publicidade: 2534-4310 pubsicidadesiogiobo com bx Correspondência: Fis Marquês de Pombal 25 4ºandar CEP 20230-240

O GLOBO | segunasteira 1212.2022

CRÍTICA

BOM ELENCO E FALTA DE RITMO

Ss: estrelada por Gary Oldman, “Slow horses” voltouaoar (na Apple TV +). O elenco, agora, conta com Jonathan Pryce em grande participação. Aação, passada em Londres, é centrada num grupo de agentes de inteligência

2

A

/

AesesTo ponta

SegundoCaderno | 3 TVaberta

Fazendo sucesso no Globoplay, a novela de João Emanuel Carneiro “Todas as flores” iráaoar na Globo no segundo se- mestre de 2023. A versão datelevisãoabertaterá cenasinéditas, mas pou- cas. À exibição acontecerá na faixa em que “Verdades secretas” 2 foi apresenta- daesteano.

quecaiu no degredo. Eles foram afastados das Mulheres operações mais importantes por algum erro grave cometido em serviço. São, como o título indica, Um projeto idealizado por “pangarés” ou “cavalos lentos”. Esse lugar Isabel Salgado, que morreu desfavorável faz com que alguns tentem mo mês passado, está em desesperadamente provar negociações parair aoar na SEGUNDA quetêmtalento. A agência Casaaberta HBO Maxou no Discovery TEMPORADADE chefiada por Jackson Lamb Home & Health, que são do 'SLOWHORSES' (Oldman). O veterano tem Oarquiteto paulista Arthur Casas visita Alex Lernerna mesmo grupo. Trata-sede ESTREIANA umamanchanocurrículo, casaque projetou para elehádezanos. Oencontrovaiao umasérie deoito episódios APPLE TV+E, tanto que acabou em Slow arno“De casaem casa” eencerraa série de Alberto Re- sobre mulheres de mais de ALÉMDEGARY Horse. Masémuitoesperto naultno YouTube. Vem novatemporada em 2023 60anos —no Brasileno etem um passado de glórias. eis mundo. A ideia é mostrara OLDMAN,TRAZ Asegundatemporada Fantasias vida delas a partir detemas JONATHAN começa do pontoondea comosexo, profissão PRYCE trama parou no ano passado. Alamo Facó(dever- efamília. Adireçãoéde János primeiros minutos, melho) no set da Gabriela Gastal ea produ- uma morte faz disparar a nova aventura. O roteiro série “Suíte Magnó- | ção, da LC Barreto. àsvezes confuso e sem ritmo é o ponto mais frágil lia”, que ele protago- dasérie. Mas essa deficiência é compensada pelas nizacomChandelly Fim de papo atuações. Além disso, as inúmeras externas de Braz. A produção do Londres atribuem à produção um charme extra. Canal Brasilédirigi- | Fazendonovelas na Record Nestatemporada, o tema central também ajuda: dapor Hamilton Vaz desde 2017, Sthefany Brito ogrupocorre atrás de células de espionagem Pereira Nafotoain- | não renovou seu contrato Parao “desistódromo” em adormecidas desde a Guerra Fria. Essa mistura da, Lian Tai, Aisha coma emissora. Foiuma “Afazenda” As famíliasse devilões russos que assassinam com injeções Jambo, Uriel Dames, decisão de comum acordo. intrometemno jogo. Virou deveneno e heroísmo de um grupo de agentes Thiago Arguelhes Aatrizacaba de participar bagunça. né? Jápode acabar sem recursos faz tudo valer a pena. eFernandaBrandt de“Reis”.

JOGOS QUADRINHOS

MACANUDO tniers LOGODESAFIO Foram encontradas 61 palavras: 34 de 5 letras, 18 de 6 letras, pts 8 do 7 letras, 2 de E letras, 1 da 9 letra, além da palavra original Com a sequência de letras BU foram encontradas 3 palavras. Instruções: Este jogo tem os seguintes objetivos: 1 Encontrar a Vanoss TTNI palavra original util zando todas as letras contidas apenas no quadro maior. 2 Com estas mesmas letras formar o maior número possível de eu posso FAZER I palavras de 5 letras ou tais. 3 Achar cutras palavras (de 4 letras ou mais) com o aundio da sequência de letras do quadro mena. As letras R poderão sar usadas uma ver em cada palavra. Não valem verbos. pluras e nomes progrios. AAOSR en vin (e vos e EN UG “ENG "ENG “q “SO NU “OBSNQ TG ELI JOSNGUe Tso ig SEO mp erauqnbos EO VISOLISNVL CUFRUES IS "EJSTOU “EURO "OMEIIF) EUIEJOS JEI)! "EIS "EDIR TIS ENS NADA COM COISA ALGUMA “josé aguiar SENA “ONE “ESURR “EMEA DURIO * EUEIO É EJTUOS TMTES “EMTFS “EURO! OASEI “EUFIO “PINDA “OUNE DSEMR E e OIE OU E OS “EO E "OR E O ER“) CO TEU) “EUOS OS “OS ES OLE “EIS ) “ENVES “ENUES TSE RISO “ISU TESOU VORUA TJ VIA "SEE TEUOTE Tue UNSE “EO ONU "EUR Sopôngos

Aero- náutica (abrev)

UMA FASE MAIS SUAVE E LUMINOSA | PRO ANO QUE VEM

Disponivelem bancas de jornal elivrarias de

todo o Brasil!

4 | Segundo Caderno

OGLOBO

Segunda-feira 12.12.2022

TER, las fera. QUA, ira Pa Luca

DOS

sepunsecadermo

Ci de futebolês, de ripa na chulipa, de terço finaldo campo, eeis que aqui se fe chaa caixinha de surpresas da Copa do Ca- tar, aquela que levará para a eternidade mais uma pergunta, dessas que assombram sem resposta a vida do brasileiro cadêa ossada de Dana de Tefé? cadê a estátua de Estácio de Sá? e agora, desde sexta-feira, porque o Tite não escalou Neymar para ba- teroprimeiro pênalti contraa Croácia?

De quatro em quatroanos o futebol roubaa pauta. O cronista de segunda-feira, sujeito

JOAQUIM FERREIRA ANTOS

eba com be

DEITADO ATRÁS DA BARREIRA

mo para ficar deitado atrás da barreira, ele se manquitolando com o desinteresse públi- co por qualquer assunto que não seja a expli- cação da marcação alta, do tranco lícito e do aproveitamento do rebote. Agora, também desdea tal sexta-feira, o povosó quer saber do mal que se esconde nos corações humanos a pontode o técnico deixar seus jogadores cho- rando no campo para se esconder da derrota noaconchego do vestiário.

Nelson Rodrigues escreveu aqui noGLO- BO que cego é aquele que no estádio a

que no time da redação é es:

LUCCAS OLIVEIRA. Especial para O GLOBO somo

asemana passada, Park

Hae-soo cruzou o mun- do. Foram 27 horas entre Seul e São Paulo para o ator de41anos estar naCCXP e ser uma das estrelas do pai- nel da Netflix, ao lado de Jenna Ortega (“Wandi- nha”), Gwendoline Christie (“Sandman”), Kit Connor e Joe Locke ("Heartstopper”), entre outros.

O esforço se justifica pelo fato de que Hae-soo tem pa: péis importantes em duas su- perproduções da Netflix: o fenômeno “Round 6”, maior sucesso da história da plata- forma e vencedor de seis Emmys, eaadaptação“Laca- sa de papel: Coreia”, cuja se- gunda parte está disponível desde sexta-feira.

Em “Round 6", série cria- da e dirigida por Hwang Dong-hyuk, Hae-soo vi- daa Cho Sang-woo, um ho- mem de grande inteligência que acaba se envolvendo numa violenta competição baseadaem jogosinfantisao lado do melhor amigo de infância, o protagonista Se- ongGi-hun (Lee Jung-jae).

Diante do destino de seu personagem, é improvável que ele volte para uma se- gunda temporada, apesar de Hae-soo ter feito misté- riona CCXP (“tudo é muito confidencial”, disse ao pú- blico). Em papo com o GLOBO, porém, o ator afir- mou que o desfecho de Sang-woo, tão amado quan- toodiado, foi “adequado”.

—Seeufosseroteirista, gos- taria de ver toda essa abertura psicológica do Gi-hun indo atrás do Homem Mascarado [na segunda temporada]. Gos- taria de ver os mistérios por trásda competição sendo des- vendados disse, com a aju- dade uma tradutora.

SURPRESO COM A FAMA No palco principal da CCXP, o sul-coreano se mostrou surpreso com a popularidade de “Round 6” no Brasil. Disse que não sabia que fantasias e más- caras lançadas pela série eram usadas em festas po- pulares daqui, como o car- naval, eviu semelhança no “calor humano” de brasi- leirosecoreanos:

Somos muito parecidos.

Enquanto novidades so- bre a continuação da série são mantidas em sigilo ab- soluto, Hae-soo se disse fa- vorável a adaptações de “Round6" emoutros países, como acontece em “La casa

de papel: Coreia”;

alado no máxi.

bola. É pior. O futeboléum drama quecorre

ay de Aqun tc Mota. ÁS. José Ear Agusta. DON Coe

pelas beiradas do campo, assusta os gandu- las com a cena em HD dos jogadores escar- rando entre os dentes e, mesmo quando tu- do parece caminhar para a vitória, eis que ele entra com um carrinho por trás, leva a decisão paraos pênaltise, sem dó, desclassi- fica quem lhe quer tanto bem.

“Foi-se a Copa?”, perguntou o poeta Drummond após a derrota de 1978 na Ar- gentina, e ele mesmo respondeu, tranqui- lão com suas rimas. “Não faz mal./ Adeus chutes e sistemas/ a gente pode afinal cui- dar de nossos problemas”.

Chega de futebolês, de fazer embaixadi- nhas com as trivelas e triangulações de seu

dicionário chinfrim.

DE QUATRO EM deu. De agora em QUATRO ANOS O diante a transição FUTEBOL ROUBA que importa não se- mais a da passa- APAUTA.EO gementrea deéme CRONISTASEVÊ gataque,sempretão MANQUITOLANDO lenta e com toques para os lados da se- CL = ; pe que em Brasília PÚBLICO POR Preparaocampo pa- QUALQUER raa chegada de um OUTROASSUNTO | novotécnico.

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Que onovo “professor” seja alguém que deixe às claras as movimentações do jogo e quebre o sigilo sobre nossa última estupi- dez futebolística, perpetrada na assaz refe- ridae fatídica sexta-feira. Por que, faltando míseros minutos para o trilar do apito de sua senhoria encerrar a contenda, com o Brasil à frente do placar, os volantes res- ponsáveis pelo primeiro combate defensi- vo estavam atacando no último terço do campo adversário, permitindo que a Croá- cia recuperasse a bola e fizesse o estrago que agora tanto lamentamos?

Chega de futebol com sua caixinha de in- justiças, técnicos que falam em “performar resultado” e, sem qualquer consulta popu- lar, sacam do time o ponta esquerda impre- visível que poderia mudar o resultado. O torneio agora é o da retomada da posse de bola pelos jogadores da democracia.

Foi-se a Copa, melhor assim. Os pontas abertos não funcionaram, o meio decampo não encaixou. Pormais que os jogos tenham evocado a lembrança de pedir ao açouguei- ro um gomo de sebo para passar na bola de couron?5, pormais queainfâncianavárzea suburbana tenha surgido feliz no VAR da memória, eu aqui deitado atrás da barreira pergunto —Copa praquê?

De assalta. Cena do primeiro episódio de "La casa de papel: Coreia”: Park Hae-soo é Berlim (ao fundo, na escada) vive Berfim nesta adaptação da série espanhola

COREANOSE BRASILEIROS SÃO

MUITO PARECIDOS!

Certamente [poderia acontecer). Porque é uma história sobre os instintos e as coisas mais profundas do ser humano. Existem muitos jogos infantis interessantes mundo afora, e o desejo dos adultos não tem fim.

Se os fãs vão ter que espe- rar mais pela continuação de“Round de“Lacasa de papel: Coreia” está no catálogo da Netflix, com seis novos episódios que encerram a primeira tem- porada. Segundo Hae-soo, as duas produções que es- trela no streaming se apro- ximam por tratarem de “re- lações humanas”.

Na adaptação sul-coreana dosucesso espanhol criado por Álex Pina a série originalchegouao fimem 2021, após cinco tempo- radas —, ele vive Berlim, personagem carismático e polêmico que é fundamen- tal no início da trama. Ao menos até o momento, a his- tória principal das duas

versões se repete, assim co- mo o nome dos persona- gens: umgrupodeladrões|i derado pelo Professor (Yoo Ji-tae) bola um plano mira bolante e invade a casa da moeda de uma Coreia unifi- cada, fazendo reféns.

Cenas exclusivas dos no- vosepisódios foram exibidas XP, e Hae-soo deixou

Nabeca. ParkHae-Soo suprendeu-se comsua popularidade no Brasil

ESTRELA DE 'ROUND 6'

E'LACASA DE PAPEL:

COREIA, PARK HAE-SOO SUPREENDEU-SE COM

FÃS NA CCXP E FALOU

SOBRE AS 'RELAÇÕES HUMANAS DAS SÉRIES

escapar brevemente que a continuação vai apresentar novos personagens que não estão em “La casa de papel” original, “que se adaptam à realidade coreana”.

A cultura coreana tem suas especificidades. Eaca- racterística principal da Coreia, que todos conhe- cem, é que é um país dividi- do ainda em dois países lembrou o ator, que se diz “fanático” pela versão espa- nhola. Um ponto positi- vode”La casa de papel: Co- reia” é essa parte cultural, de poder mostrar o lado in- terno do povo coreano atra- vés destaadaptação.

DESFECHO DIFERENTE?

Devoltaaossegredos, Hae-soo nãoquisadiantarseodesfecho do seu Berlim espelhará o do personagem vivido pelo espa- nhol Pedro Alonso. Alonso, ali- ás, fez tanto sucesso entre os fãs que vai ganhar uma série própria, o spin-off “Berlim”, previsto para 2023, na Netflix.

Será que o sul-coreano to- paria também adaptar um spin-off do seu ladrão?

Eu gostaria muito, mas issoquem decide é o público esquivou-se Park Hae- soo. Porém, eu tenho muita história para contar. E não sei se é algo mais romântico meu, mas este personagem per- mite falar sobre mui- tas coisas, como o so- frimento humano.

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